Em entrevista recente ao jornal O Globo, Celso Amorim, assessor especial da presidência da República, afirmou que o Brasil não iria ingressar formalmente na Iniciativa Cinturão e Rota. O País se limitaria a realizar determinados acordos com a China.
O significado da declaração é muito claro quando levado em consideração que, há alguns dias, uma alta autoridade do governo norte-americano veio ao Brasil e declarou que o País deveria pensar muito bem nas consequências de ingressar no arco de alianças construído pela China. Amorim, em vez de repudiar a interferência flagrante do governo norte-americano na política brasileira, se calou diante da ameaça e ainda, mostrando-se uma espécie de servo dos norte-americanos, anunciou publicamente que não irá ingressar na iniciativa chinesa.
A declaração não vem isolada. É apenas mais uma atitude diante de um histórico recente de capitulações do governo Lula diante do imperialismo. A declaração de Amorim é uma declaração anti-China, é uma campanha contra a tentativa do país asiático de agrupar os países em uma alternativa à dominação imperialista.
É a repetição, portanto, do que o Brasil tem feito em relação à Venezuela. O governo Lula, em vez de defender o povo venezuelano das ameaças de golpe de Estado pelos Estados Unidos, decidiu fazer coro às provocações imperialistas, cobrando do governo venezuelano o que nunca cobrou de nenhum país imperialista: as atas do processo eleitoral.
O governo Lula está se portando como um menino de recados do imperialismo. O motivo é claro: o governo é fraco e, como tal, procura se equilibrar entre pressões adversas. Agora que sofre uma pressão do imperialismo muito acentuada, é obrigado a capitular sistematicamente, fazendo um papel vergonhoso internacional e nacionalmente.
As capitulações, ao mesmo tempo em que fazem o País passar vergonha, enfraquecem o próprio governo. Ao se distanciar dos países que estão em luta contra o imperialismo, Lula ficará cada vez mais dependente daqueles que são os seus inimigos. Daqueles que o colocaram na cadeia e que não hesitarão em lhe derrubar.