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Eleições nos EUA

Na reta final, imprensa se preocupa com crescimento de Trump

A oito dias das eleições, nem mesmo pesquisas eleitorais conseguem esconder que Donald Trump é o favorito

As eleições mais importantes de um ano repleto de eleições são certamente as norte-americanas. O pleito já está em curso nos estados onde é possível realizar votação antecipada, mas a data de encerramento está a menos de dez dias, no dia 5 de novembro. A partir de hoje, o Diário Causa Operária publicará matérias especiais sobre as eleições que elegem o mandatário da principal potência capitalista num momento histórico, de franca crise do imperialismo mundial.

A crise está refletida no panorama político dos Estados Unidos. O candidato natural pelo Partido Democrata seria o atual presidente Joe Biden, mas num movimento sem precedentes, o partido optou por não lançar o presidente em ofício à reeleição em favor de sua vice, Kamala Harris, que emplaca a campanha de 2016 de Hillary Clinton para ser a primeira mulher eleita presidente dos Estados Unidos. Biden, exibindo sinais graves de senilidade, claramente não está apto para ocupar o posto que ocupa agora e seu desempenho no único debate realizado com o candidato republicano, Donald Trump, foi tão desastroso que nem mesmo o mais fanático de seus apoiadores continuou apoiando sua candidatura.

Harris não seria a melhor escolha do ponto de vista eleitoral, finalmente, sua pré-candidatura contra Joe Biden em 2020 a expôs como impopular dentro de seu próprio partido. Mas diante da ameaça de um candidato estranho ao establishment político dos Estados Unidos, o setor mais poderoso da burguesia imperialista norte-americana depositou suas aspirações em Harris como uma boa funcionária que poderá executar sua política de forma mais fluída, sem ruídos, como era o caso com o imprevisível Trump.

O problema desse plano é que Harris, apesar de fiel, não é uma funcionária muito capaz. Sua entrevista no programa 60 minutos, da emissora norte-americana CBS, teve duração de apenas 20 minutos e, para desespero de sua campanha, os trechos editados foram vazados, demonstrando a manipulação da própria emissora ao ocultar o péssimo desempenho de sua candidata preferida. Isso não aparece apenas na atuação da CBS, mas de outros meios de comunicação imperialistas.

No último dia 25, o principal jornal norte-americano, o The New York Times, publicou editorial intitulado “Trump está nos dizendo o que ele faria. Acreditem nele“, que se dedica a selecionar declarações do ex-presidente e analisar seus potenciais riscos. O conteúdo da matéria é menos aterrorizante do que seu tom e título e, na realidade, expõe a hipocrisia dos “democratas”. Uma das falas selecionadas de Trump é:

“Não seria terrível jogar a esposa do presidente e a ex-secretária de Estado, pense nisso, a ex-secretária de Estado, mas a esposa do presidente, na cadeia? Não seria uma coisa terrível? Mas eles querem fazer isso. É um caminho terrível, terrível para o qual eles estão nos levando. E é muito possível que isso tenha que acontecer com eles.”

Trump ameaça seus adversários de retaliação pela clara perseguição judicial que está sofrendo que, apoiada por um setor da esquerda, apenas fortaleceu sua candidatura ao mostrá-lo como vítima das figuras mais odiadas pelo povo norte-americano – e do mundo. As demais citações também são fracas e parece que seu público são mais os eleitores desanimados com as duas péssimas opções que a ditadura bipartidária norte-americana lhes oferece do que republicanos que desconheceriam o “perigo” que Trump representa. 

No final de setembro, o jornal já havia declarado Harris como “a única escolha patriótica para a presidente” e seu exército de colunistas diariamente redigem artigos e mais artigos sobre a ameaça trumpista. No The Washington Post, a situação não é diferente, com editorial intitulado “Seguro social está em perigo. Trump promete fazer situação piorar”. Um par de colunistas organizou um quiz para demonstrar aos eleitores, especialmente trumpistas, que, na realidade, eles preferem Harris.

A dura realidade, para aqueles que apoiam Harris, que comanda o genocídio na Palestina ao lado de Biden, é que Trump apenas cresce nas pesquisas. Segundo o portal agregador de pesquisas de opinião Fifty Thirty Eight, Trump tem 54% de chances de vencer as eleições. Além disso, segundo matéria publicada pela revista Newsweek, a campanha de Trump conseguiu eliminar a diferença que tinha para Harris desde o anúncio de sua candidatura, segundo pesquisa realizada pelo instituto Emerson College Polling.

No último final de semana, foi ao ar a entrevista do famoso podcaster, Joe Rogan, com Trump. Em apenas 24 horas, o vídeo publicado no YouTube já tem mais de 26 milhões de visualizações, o que demonstra porque a burguesia teme a internet e as redes sociais. Suas ferramentas tradicionais de controle de informação não têm mais a mesma efetividade que tinham e a internet, apenas parcialmente, mas cada vez mais controlada, abre uma brecha no que antes parecia uma fortaleza impenetrável.

Trump é perseguido pelo judiciário, atacado pela imprensa burguesa tradicional, foi alvo de duas tentativas de assassinato e, ainda assim, consegue fazer frente à candidatura democrata, atrás da qual se encontram os principais organizadores da ditadura imperialista mundial. Na ausência de um partido de massas que tenha forças para se apresentar como oposição ao sistema vigente, Trump captura parte da insatisfação popular para si e, por isso, apesar de ser um elemento tradicional da burguesia norte-americana, é imprevisível.

Num momento de crise, com uma guerra contra a Rússia na Ucrânia, e outra contra o Eixo da Resistência no Oriente Próximo, tudo o que o imperialismo menos quer é a imprevisibilidade.

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