Na madrugada deste sábado (26), “Israel” bombardeou o território iraniano, as forças de ocupações sionistas afirmaram ter realizado um “ataque preciso“. Segundo agência de notícias Fars, várias bases militares nos arredores de Teerã foram alvejadas nessa investida.
O bombardeio
O ataque foi supostamente uma retaliação à carga de mísseis balísticos disparada contra “Israel” no início do mês (1/10), sendo a primeira investida aberta do Estado sionista contra o Irã. Este ocorreu, segundo oficiais dos EUA e “Israel”, em três ondas, com a segunda e terceira concentradas em bases de lançamento de mísseis e instalações para produção de drones.
Segundo o exército iraniano, os alvos atingidos foram aproximadamente 20 bases militares nas províncias de Ilam, Khuzestan e Teerã. Ainda foi exposto que os ataques aéreos ocasionaram apenas “danos limitados”.
O quartel-general da defesa aérea iraniana informou que a “ação agressiva foi interceptada e combatida com sucesso pelo sistema integrado de defesa aérea do país”.
Em comunicado, o Estado-Maior das Forças Armadas iranianas declarou que: “Graças ao desempenho da defesa aérea do país, os ataques causaram danos limitados e apenas alguns sistemas de radar foram danificados”. Acrescentando que: “Um número significativo de mísseis foi interceptado e aeronaves inimigas foram impedidas de entrar no espaço aéreo do país”.
Mais 4 martirizados pelo sionismo
Até o momento, foram noticiadas 4 mortes no ataque sionista pela agência de notícias estatal IRNA, todos a serviço da defesa aérea nacional. A localização das baixas ou mais informações sobre o acontecimento não foi divulgada.
Mesmo com uma situação bélica inferior ao Irã, um ativo de combatentes 3,6 vezes menor, tendo um orçamento 2,6 vezes maior, “Israel” força o conflito. Essa postura beligerante é decorrente do apoio incondicional dos EUA, e do enfraquecimento de seu papel político na região.
Em seu perfil no X, ministro da segurança nacional israelense, Ben-Gvir defendeu o ataque ao Irã como “necessário”. Para o sionista da extrema direita, a ação foi um “primeiro ataque necessário contra os ativos estratégicos do Irã”.
“Esta é minha posição e continuarei a apresentá-la nos fóruns relevantes. Temos uma obrigação histórica de eliminar a ameaça iraniana de destruir Israel”. Acrescentou Ben-Gvir.
Espaço aéreo iraquiano no ataque
O Espaço aéreo iraquiano está sob controle direto dos EUA, e foi utilizado neste último ataque para viabilizar a investida sionista. Segundo o chefe do exército iraniano, os jatos israelenses voaram pelo espaço aéreo do Iraque para atacar o território do Irã.
“O espaço aéreo iraquiano está sob ocupação, comando e controle do exército dos EUA. Conclusão: A cumplicidade dos EUA neste crime é certa”. Afirmou a missão iraniana na ONU, em seu perfil no X.
Os fatos esclarecem a cooperação norte-americana com o ataque, impulsionando o sionismo na beligerância. Segundo o Hesbolá do Líbano, a “escalada perigosa” do conflito, atribuindo a Washington “total responsabilidade” pelos ataques “traiçoeiros”. O grupo solicitou que “evacuassem imediatamente” 25 comunidades no norte de “Israel”, da Palestina ocupada, informando área tornaram-se “alvos militares legítimos”.
“O Hesbolá condena veementemente a traiçoeira agressão sionista contra a República Islâmica do Irã e a considera uma escalada perigosa ao nível de toda a região”. Afirmou em comunicado o grupo libanês. Acrescentando: “assumem total responsabilidade pelos massacres, tragédias e dor” causadas por “Israel” e espera que esses ataques acabem.
Ha rumores que, o atendimento a interesses dos EUA, “Israel” evitou danificar instalações de gás e petróleo iranianas. O gabinete de Netanyahu negou: “Israel escolheu antecipadamente os alvos de ataque de acordo com seus interesses nacionais e não segundo os ditames americanos. Assim foi e assim será”. Mas o caso exemplifica a profundidade da intervenção imperialista no conflito.
Expondo o imperialismo, o presidente israelense, Issac Herzog, declarou: “Desejo agradecer especialmente ao nosso grande amigo, os EUA, por ser um verdadeiro aliado e pela cooperação aberta e secreta”. “Nossas capacidades que foram demonstradas e os objetivos que foram alcançados foram muito importantes para estabelecer a segurança do estado de Israel e a defesa de seus cidadãos”. Acrescentou Herzog.
“Nova fase em nossa guerra contra o Irã”
Segundo o líder do Partido da Unidade Nacional de Israel, Benny Gantz, em seu perfil do X: “O ataque direto e significativo em todo o Irã esta noite contra indústrias de defesa e alvos militares é importante em si mesmo e em seu método de execução”. Gantz acrescentou que: “Constitui uma nova fase em nossa guerra contra o Irã que estabelece uma base para novas ações”, expondo seus objetivos futuros.
Gantz afirmou ainda: “Quero enfatizar – um ano após o início da guerra, a campanha está longe de terminar. Devemos continuar perseverando nos esforços para trazer nossos reféns para casa, substituir o regime do Hamas e continuar a degradar as capacidades do Hezbollah para criar uma nova realidade em nossa fronteira norte que permitirá que nossos cidadãos retornem para casa e vivam em segurança.”
Em primeira vista, ressalta em seu discurso a necessidade de Gantz elogia a “superioridade de segurança” e Israel na região, construída “com seus parceiros, liderada pelos EUA”. Expondo o questionamento desta, ou no mínimo sua eficácia nos conflitos em tela, mesmo nas linhas da extrema direita sionista.
“Não há limites” para se defender
Após a investida israelense, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, declarou: “Acho que provamos que não há limites para nossa determinação em nos defender”. Este ainda colocou que o Irã tinha “direito e obrigação de se defender contra atos agressivos externos” após os ataques em seu solo.
O imperialismo tenta conter a situação mantendo a integridade de seu enclave. Em declaração a repórteres, o presidente do EUA, Joe Biden, reagiu pela primeira vez: “Eu estava com os serviços de inteligência. Parece que os israelenses não atacaram nada além de alvos militares. Espero que este seja o fim”.
O sionismo martirizou em 31 de julho em Teerã o líder do Hamas, Ismail Haniyeh. Em 27 de setembro, os sionistas, com ajuda do imperialismo, assassinou o líder do Hesbolá, Hassan Nasrallah, e um general iraniano, forçando o conflito com o Hamas palestino em Gaza e o Hesbolá no Líbano.
Apesar de toda a propaganda, há setores dentro de Israel que dizem que a resposta dos sionistas não foi, conforme o prometido, ampla e dolorosa. O que levanta a suspeita de que a capacidade de Israel contra o Irã tem sérias limitações.