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16ª Cúpula do BRICS

Os países convidados a ingressar no BRICS

Líderes das principais nações atrasadas do mundo se unem e dão um claro recado ao imperialismo de que Rússia, China e Irã não estão sozinhos

Em uma decisão inédita adotada pelos membros plenos do BRICS (acrônimo formado a partir das iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), 13 novos países se juntarão ao bloco na categoria de “Países Associados”. São eles Tailândia, Turquia, Indonésia, Argélia, Bielorrússia, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Vietnã, Nigéria e Uganda.

Previstos para integrar o grupo inicialmente, Venezuela e Nicarágua foram excluídas devido a um veto vergonhoso do governo brasileiro durante as negociações preliminares da cúpula. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, no entanto, defendeu o ingresso da República Bolivariana, declarando que “a Venezuela pratica os princípios do BRICS por convicção, o Sul Global só pode existir com o direito de ter o futuro, de ter igualdade, de ter liberdade, de ter prosperidade”.

Tailândia

Em 22 de maio de 2014, golpe militar liderado pelo general Prayuth Chan-o-cha destituiu o governo da primeira-ministra Yingluck Shinawatra, apoiada pelo imperialismo. Com a derrocada do governo Shinawatra, a Tailândia, já sob um regime militar, conseguiu afastar a influência imperialista na política local, estreitando laços com a China, atraindo investimentos e apoio econômico.

A Tailândia é uma potência militar no Sudeste Asiático, destacando-se por sua posição geográfica estratégica, que inclui acesso ao Mar da China Meridional e proximidade com países como Birmânia, Laos, Camboja e Malásia. Essa localização a torna um ponto crucial para operações militares e logísticas, permitindo a rápida mobilização de forças e a realização de exercícios conjuntos na região.

Com um orçamento militar estimado em cerca de seis bilhões de dólares, a Tailândia possui uma força armada com aproximadamente 360.000 efetivos. O país é membro da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), aliança econômica que agrupa uma população de 682 milhões de pessoas e um PIB (produto interno bruto, a soma das riquezas de uma dada sociedade) de US$3,8 trilhões.

Turquia

A Turquia é um país importantíssimo na política mundial, situado entre a Europa e o Oriente Médio, controlando o estreito de Bósforo, um ponto vital para o tráfego marítimo mundial. Seu governo, liderado por Recep Tayyip Erdogan, derrotou um golpe de Estado apoiado pelo imperialismo em 2016 e, desde então, tem adotado uma postura mais independent frente às potências imperialistas.

Erdogan sobreviveu ao golpe, consolidando sua liderança e se afastando da OTAN e estreitando laços com a Rússia e a China, com uma política muitas vezes errática, alternando acenos e oposição, mas indubitavelmente pouco segura à ditadura mundial.

O país possui a segunda maior força militar da OTAN, com mais de 400 mil soldados ativos, e controla uma das maiores economias atrasadas do mundo, com um PIB de aproximadamente 900 bilhões de dólares. A posição geográfica da Turquia também a torna essencial no controle das rotas de energia que atravessam a Ásia e Europa, o que é crucial para a luta anti-imperialista e para desafiar o controle norte-americano na região.

Indonésia

A Indonésia, com uma população de mais de 270 milhões, é o país mais populoso do Sudeste Asiático e um importante ator na política regional e mundial. Durante o século XX, sofreu intervenções imperialistas, incluindo o golpe militar de 1965, apoiado pelos Estados Unidos, que resultou no massacre de mais de 500 mil pessoas sob o pretexto de combater o comunismo. Atualmente, o país busca maior independência política e econômica, fortalecendo seus laços com China e Rússia e, assim, desafiando as potências imperialistas.

Com uma economia avaliada em cerca de 1,2 trilhão de dólares, a Indonésia é um centro de comércio e produção no Pacífico, possuindo uma das maiores forças militares da região, com mais de 400 mil soldados. Além disso, sua localização estratégica entre os oceanos Índico e Pacífico lhe dá controle sobre algumas das rotas marítimas mais cruciais para o comércio global.

Argélia

A Argélia é um dos pilares da resistência anti-imperialista na África. Sua luta pela independência da França, conquistada em 1962, é um símbolo de revolta contra o colonialismo francês. Desde então, o país manteve uma política externa que a torna pouco confiável para a ditadura dos monopólios. A Argélia possui uma das maiores reservas de gás natural do mundo, o que a torna um importante fornecedor de energia para a Europa, e utiliza esse recurso como instrumento de sua soberania.

Com uma das forças militares mais poderosas da África, composta por mais de 130 mil soldados ativos e um orçamento de defesa de aproximadamente 10 bilhões de dólares, o país tem reforçado suas parcerias com a China e a Rússia. Sua geografia no Norte da África e com vastos recursos naturais, dão uma importância ao país para a eventual eclosão de uma guerra contra o imperialismo no continente africano.

Bielorrússia

A Bielorrússia, sob o governo de Alexandre Lucaxenco, é uma nação que há décadas resiste à pressão das potências imperialistas e à tentativa de desestabilização por parte dos Estados Unidos e da União Europeia. A recente crise política, com protestos artificiais fomentados e financiados pelos países imperialistas, reforça o papel da Bielorrússia como uma linha de frente contra os países desenvolvidos. O país mantém estreitos laços com a Rússia, sendo um parceiro estratégico na União Econômica Eurasiática e na Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC).

Bielorrússia possui uma economia altamente industrializada, com um PIB de cerca de 80 bilhões de dólares, e uma força militar de 45 mil soldados. O país desempenha um papel vital na defesa da Eurásia, compartilhando fronteiras com a OTAN e sendo uma peça-chave nas manobras de defesa conjuntas com a Rússia, fortalecendo o bloco na luta anti-imperialista.

Cuba

Cuba é, sem dúvida, o símbolo máximo de resistência ao imperialismo no continente americano. Desde a Revolução Cubana de 1959, a ilha enfrentou dezenas de tentativas de invasão, assassinato de seus líderes e um bloqueio econômico criminoso que persiste até hoje, imposto pelos Estados Unidos. Mesmo sob duras condições econômicas, Cuba continua a desempenhar um papel crucial na política internacional, fornecendo apoio médico e humanitário a países pobres e mantendo uma posição intransigente contra o imperialismo.

A localização geográfica de Cuba, a apenas 150 km da costa dos EUA, torna o país uma fortaleza estratégica no Caribe, sempre na linha de frente das lutas anti-imperialistas na América Latina. O país tem uma força militar significativa, com cerca de 50 mil soldados ativos, e conta com o apoio de potências como a Rússia e a China, que veem em Cuba um aliado fundamental na contenção do avanço imperialista na região.

Bolívia

A Bolívia, com sua rica tradição de lutas populares, se destaca pela resistência ao imperialismo, principalmente sob o governo de Evo Morales. Morales nacionalizou setores estratégicos da economia, incluindo o gás natural, contrariando os interesses dos monopólios imperialistas. O golpe de 2019, apoiado pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e por forças imperialistas, derrubou temporariamente Morales, mas a mobilização popular e a vitória do MAS (Movimento ao Socialismo) em 2020 representaram uma derrota momentânea do imperialismo. Porém, a Bolívia já se vê sob a emergência de um novo golpe de Estado empreendido pelo candidato do MAS eleito, Luis Arce, atualmente, opositor de Morales.

A Bolívia possui grandes reservas de lítio, essencial para a produção de baterias. O controle sobre esse recurso coloca o país em uma posição vantajosa para desafiar o imperialismo, em especial na América Latina. A Bolívia tem uma força militar de cerca de 40 mil soldados.

Malásia

A Malásia, uma potência econômica no Sudeste Asiático, tem mantido uma postura relativamente independente em relação às grandes potências monopolistas, buscando um equilíbrio nas suas relações internacionais. A colonização britânica e a intervenção imperialista na região tiveram consequências muito ruins, mas a Malásia tem se alinhado mais recentemente com a China e o BRICS, visando proteger sua soberania econômica e política.

Com um PIB de aproximadamente 370 bilhões de dólares e uma localização estratégica no estreito de Malaca, uma das rotas marítimas mais importantes do mundo, a Malásia é crucial para o comércio global e a movimentação de mercadorias. Além disso, suas forças armadas, com cerca de 110 mil soldados, desempenham um papel importante na segurança da região, reforçando seu papel na luta contra a dominação imperialista.

Uzbequistão

O Uzbequistão, uma nação da Ásia Central, tem se libertado gradualmente da influência imperialista após a queda da União Soviética. Sua localização estratégica entre o Oriente Médio e a Ásia Central o torna um ponto importante. Desde a chegada de Shavkat Mirziyoyev ao poder em 2016, o país tem buscado fortalecer seus laços com a China e a Rússia, enquanto promove reformas internas que aumentam sua independência econômica.

Com uma economia baseada em gás natural, algodão e ouro, o Uzbequistão possui um PIB de cerca de 80 bilhões de dólares e uma força militar de aproximadamente 50 mil soldados. A aproximação com o BRICS reflete o desejo de se libertar das garras do imperialismo, transformando-se em um eixo importante na contenção das ambições imperialistas na Ásia Central.

Cazaquistão

O Cazaquistão, maior país da Ásia Central, tem uma importância geopolítica e econômica crucial para a região. Rica em petróleo, gás e urânio, a nação é alvo da cobiça dos vampiros internacionais, mas o governo tem mantido uma política de se aproximar à Rússia e à China.

O Cazaquistão é um membro ativo da União Econômica Eurasiática e tem um papel fundamental na Nova Rota da Seda, promovida pela China.

Com um PIB de cerca de 200 bilhões de dólares e uma força militar de 100 mil soldados, o Cazaquistão se posiciona como um ator central no enfrentamento ao imperialismo, reforçando o eixo anti-imperialista na Ásia Central. Sua vasta extensão territorial e riquezas naturais o colocam como peça-chave no tabuleiro geopolítico da região.

Vietnã

O Vietnã é um dos países que mais simboliza a resistência ao imperialismo, tendo derrotado os Estados Unidos na Guerra do Vietnã (1955-1975). Desde então, o país manteve uma política de independência e soberania, resistindo à pressão imperialista e construindo uma economia mais focada no desenvolvimento interno e na proteção de seus recursos.

Com um PIB de aproximadamente 400 bilhões de dólares e uma força militar com cerca de 500 mil soldados, o Vietnã continua a desempenhar um papel importante na luta anti-imperialista no Sudeste Asiático. Sua localização estratégica, com fronteiras marítimas que se estendem pelo Mar do Sul da China, o coloca como uma peça vital no equilíbrio de forças na região, especialmente no que diz respeito à disputa entre os EUA e a China.

Nigéria

A Nigéria, a maior economia e o país mais populoso da África, com mais de 200 milhões de habitantes, é uma potência regional com vastos recursos naturais, incluindo petróleo e gás. Historicamente vítima do imperialismo, que explorou seus recursos e fomentou conflitos internos, a Nigéria tem se reerguido e busca uma maior independência política e econômica.

O país tem se aproximado da China e da Rússia, além de desempenhar um papel ativo no BRICS. Entretanto, ainda possui forte influência da política imperialista, principalmente no que diz respeito aos conflitos no próprio continente.

A Nigéria possui um PIB de aproximadamente 510 bilhões de dólares e uma força militar de 220 mil soldados.

Uganda

Uganda, situada no coração da África Oriental, é uma nação com uma longa história de enfrentamento ao imperialismo. Embora tenha sofrido interferências imperialistas, principalmente britânicas, desde sua independência, o país tem se mostrado resistente, especialmente sob o governo de Yoweri Museveni, que manteve uma política crítica ao imperialismo e buscou diversificar suas alianças internacionais, especialmente com a China e a Rússia.

Com uma força militar de cerca de 50 mil soldados e uma economia que depende fortemente da agricultura e de recursos naturais como petróleo, Uganda se posiciona como uma nação estratégica na África Oriental. Sua proximidade com o Mar Vermelho e sua localização no centro do continente fazem de Uganda um ator importante na luta contra a dominação imperialista na região.

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