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Leste Europeu

Pressionada pelo imperialismo, Moldávia terá 2º turno de eleições

Centenas de pessoas são presas por alegações de compra de votos

Neste domingo (20), ocorreram eleições na Moldávia, pequeno país encravado entre a Ucrânia e a Romênia. Além da escolha do novo presidente, as eleições incluíram um plebiscito sobre a adesão à União Europeia (UE). O país encontra-se polarizado, como muitas das nações eslavas da antiga União Soviética, em meio a uma profunda crise política e econômica.

A eleição presidencial será decidida no segundo turno entre Maia Sandu, economista que trabalhou no Banco Mundial e atual presidente, e Alexandr Stoianoglo, ex-procurador-geral demitido por Sandu recentemente por defender reformas judiciais. Sandu, claramente apoiada pelo imperialismo, obteve 36% dos votos, enquanto Stoianoglo, com uma postura mais alinhada à Rússia, conseguiu 29%.

No plebiscito, a opção pela adesão à UE venceu por uma margem muito estreita, com 50,3% dos votos contra 49,7%. O Kremlin questionou o resultado. A Moldávia havia formalizado sua candidatura à UE em março de 2022. Desde então, as acusações de fraude no plebiscito se multiplicaram, apontando suposta interferência russa no processo eleitoral, mas essas alegações partem diretamente da candidatura de Maia Sandu, que tem claros interesses em deslegitimar Stoianoglo.

Com 70% das urnas apuradas, mais de 50% dos eleitores haviam optado pela não adesão à UE. No entanto, os votos restantes, principalmente da capital, Chisinau, onde o apoio à adesão é maior, e os votos do exterior, que são muitos, ainda não haviam sido contabilizados.

Maia Sandu, representando os interesses do imperialismo europeu, declarou: “É a vontade do povo moldavo que deve ser expressa, e não a de outras pessoas. ‘Não ao dinheiro sujo’”, numa clara referência à Rússia. Já Stoianoglo afirmou: “Temos uma grande chance de vencer em 3 de novembro, e venceremos”. Ele classificou o plebiscito como “um fracasso retumbante e vergonhoso para o governo”.

Críticos ao governo Sandu alegam que ela não fez o suficiente para combater a inflação, que aflige um dos países mais pobres da Europa, nem para reformar o sistema judiciário. Durante sua campanha, Stoianoglo defendeu “uma política externa equilibrada” e a “restauração da justiça”.

O Grupo de Crise da União Europeia, em mais uma demonstração de alinhamento com o imperialismo, avaliou que o país enfrenta “divisões profundas” e que há supostos impactos de uma campanha de desinformação pró-Rússia. O grupo ainda aconselhou Chisinau e Bruxelas a se prepararem para mais tensões e reavaliarem suas estratégias para a entrada na UE.

Autoridades moldavas, alinhadas ao governo submisso à UE, relataram a prisão de centenas de pessoas por alegações de compra de votos, afirmando que milhões de dólares supostamente vieram da Rússia para corromper eleitores. Também afirmaram que jovens moldavos teriam sido treinados na Rússia e nos Balcãs para “provocar desordem em massa”, uma narrativa que serve aos interesses do imperialismo em justificar suas ações.

Essas acusações de fraude e desordem lembram o processo golpista ocorrido na Ucrânia em 2014, quando o presidente eleito, Viktor Yanukovych, foi derrubado por verdadeiros nazistas apoiados pelos EUA. Naquele golpe, o imperialismo utilizou o chamado “Euro-Maidan” como fachada para derrubar Yanukovych e instalar um regime fantoche totalmente submisso aos interesses ocidentais, que logo facilitou a instalação de bases da OTAN nas fronteiras com a Rússia.

Na Moldávia, vemos um cenário similar. A política imperialista entrou num ciclo de golpes de Estado em várias partes do mundo. Diante da crise global, o imperialismo busca controlar nações estratégicas como forma de evitar sua própria derrota. A Moldávia, assim como a Ucrânia, é mais um exemplo dessa estratégia.

Os métodos utilizados pelo imperialismo incluem golpes de Estado, golpes institucionais, revoluções coloridas e fraudes eleitorais. Ao denunciar supostas fraudes eleitorais, as potências imperialistas criam um terreno fértil para suas intervenções, legitimando apenas os processos que favorecem seus interesses, como se viu recentemente na Venezuela.

Este processo na Moldávia se assemelha muito ao que ocorreu na Ucrânia, que resultou em uma derrota para o imperialismo. Hoje, é consenso entre os militares que a Ucrânia não tem chances reais de continuar sua guerra, nem mesmo com o envio sistemático de armas e soldados pela OTAN e pelos EUA. O imperialismo precisa manter sua indústria bélica ativa e como a Ucrânia está esgotada, busca outro país para ocupar seu lugar de bucha de canhão contra a Rússia, o alvo estratégico da ditadura dos monopólios.

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