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Política internacional

O imperialismo quer a guerra

Provocações contra China, Rússia e Irã aumentam a cada dia

As notícias mais recentes mostram que a situação política internacional evolui cada vez mais para um conflito militar de grandes proporções. No último domingo (20), o Exército de Libertação Popular da China detectou a passagem de navios de guerra dos Estados Unidos e do Canadá pelo Estreito de Taiuã. O destróier USS Higgins, dos EUA, e a fragata HMCS Vancouver, do Canadá, realizaram a travessia, que foi considerada uma provocação por parte da China, especialmente após o discurso separatista de Lai Ching-te, líder regional de Taiuã, no Dia Nacional de Taiuã, em 10 de outubro. O Ministério das Relações Exteriores da China reiterou que Taiuã faz parte do território chinês e que ações sob o pretexto de “liberdade de navegação” violam a soberania da China.

Já na segunda-feira (21), a Coreia do Sul convocou o embaixador russo, Georgy Zinoviev, para explicações sobre o suposto envio de soldados norte-coreanos para a guerra da Ucrânia. Segundo a agência de espionagem sul-coreana, 1.500 soldados do país vizinho teriam sido enviados ao extremo leste da Rússia para treinamento e combate na guerra contra o regime de Kiev. O governo sul-coreano condenou a cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia, afirmando que representa uma ameaça à segurança da Coreia do Sul. O governo russo e a Coreia do Norte, no entanto, negaram a participação de militares norte-coreanos no conflito, embora tenham prometido fortalecer laços militares.

Na última semana, o governo norte-coreano ordenou a explosão de rodovias e ferroviais que ligam o país à Coreia do Sul, em retaliação às provocações feitas pelo vizinho, que enviou veículos aéreos não-tripulados (VANTs) com propaganda contrária ao governo de Kim Jong-Un.

No mesmo dia, o ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, pediu à União Europeia que retome a ideia de enviar tropas para a Ucrânia. O diplomata embasou seu pedido na mesma acusação, que até agora não foi provada, de que a Coreia do Norte teria enviado soldados para combater as forças ucranianas.

No Oriente Próximo, as tensões entre “Israel”, apoiado pelos Estados Unidos, e Irã não param de crescer. Recentemente, o jornal The New York Times revelou que, logo após 7 de outubro de 2023, os Estados Unidos enviaram secretamente comandos de inteligência para auxiliar “Israel”. O Pentágono destacou tropas do Comando de Operações Especiais Conjuntas, acompanhadas por oficiais de inteligência, alguns operando nos territórios ocupados e outros na sede da CIA em Langley, Virginia. Drones MQ-9 Reaper, controlados pelas Forças Especiais dos EUA, foram usados em missões em território palestino.

Por outro lado, o comandante adjunto de coordenação da Força Quds do Corpo de Guardiões da Revolução Islâmica (CGRI) do Irã, Iraj Masjedi, reafirmou, nessa segunda-feira (21), que as Forças Armadas iranianas estão em alerta máximo diante das ameaças de “Israel”. Durante uma cerimônia em homenagem ao general iraniano Abás Nilforushan, assassinado por “Israel” em um ataque aéreo no Líbano, Masjedi destacou que o legado dos mártires será seguido na luta contra o inimigo sionista. Ele prometeu vingança pelo sangue dos mártires e pelo sofrimento dos povos palestino e libanês.

“Estamos na véspera da Terceira Guerra Mundial? Pode ser”, declarou o presidente do Partido da Causa Operária (PCO), Rui Costa Pimenta, ao analisar o quadro mundial. Para o dirigente trotskista, no entanto, a conflagração de um grande conflito não partiria da China, do Irã, da Rússia ou da Coreia Norte, mas sim do imperialismo. “Eles pressionam os países com os quais querem entrar em guerra até que o país acabe fazendo algo que justifique a guerra”.

As declarações de Rui Pimenta foram feitas durante o programa Análise Internacional, do canal do Diário Causa Operária no YouTube. O programa vai ao ar todas as segundas-feiras e costuma contar também com os comentários do Comandante Robinson Farinazzo, que, excepcionalmente, não pôde estar presente na última edição, transmitida em 21 de outubro.

Continuando sua análise, Pimenta destacou que a guerra do imperialismo contra os países que se rebelarem contra a sua dominação é inevitável. “Pode acontecer agora, ou mais para frente, mas é inevitável. E não por declarações de A ou B, nem pela ideologia de C ou D, mas pelo fato de que o imperialismo não pode conviver com a situação atual”, disparou.

Pimenta também afirmou considerar que, no período imediato, a provocação mais importante ocorrerá no Sudeste Asiático, quando Taiuã declarar sua independência total da China. “Os europeus e os Estados Unidos irão reconhecer Taiuã, o que também nunca fizeram, e isso será um golpe duro contra os chineses, que poderão reagir militarmente”, afirmou.

Apesar de extremamente agressiva, a política de guerra total do imperialismo não deixa de ser uma política de altíssimo risco. Afinal, o imperialismo irá enfrentar potências militares como China e Rússia. “Vai morrer muita gente se houver guerra, e isso pode provocar uma grande crise social nos países imperialistas, começando pela Europa, que já está mergulhada numa crise econômica”, prevê o presidente do PCO. “Em segundo lugar, a economia vai desabar, porque esses países são economicamente importantes. Pode haver uma crise muito grande no petróleo se a guerra atingir o Irã, o que seria devastador para a economia europeia, norte-americana e mundial. É muito complicado”.

Embora tal política seja complicada, o imperialismo não tem alternativa. A situação, para as potências imperialistas, é desesperadora. Caso contrário, não seguiriam esse caminho. A guerra é a resposta necessária à tendência mundial de luta contra a dominação imperialista.

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