A Federação Única dos Petroleiros (FUP), juntamente à Federação Nacional dos Petroleiros, propõe para as bases das suas respectivas organizações a rejeição da primeira proposta apresentada pela direção de Petrobrás em relação à Participação dos Lucros e Resultados (PLR) e indicam a aprovação de mobilizações e paralisações conjuntas, com data a ser definida pelas federações. Segundo a orientação das já mencionadas federações, a proposta é que os sindicatos concluam as assembleias até o dia 8 de novembro.
Para a FUP, “a Petrobrás apresentou uma contraproposta de PLR que contraria as principais reivindicações da categoria petroleira, a começar pelo fato das subsidiárias ficarem de fora e de sequer ter representante da ANSA na mesa de negociação”. A proposta apresentada, além de aumentar a desigualdade salarial, segue discriminando os trabalhadores ao ser segmentada por empresas e não baseada no resultado de todo o Sistema Petrobrás, como era praticado no passado.
Apesar da empresa alegar que aumentou em 17% o valor do que chama de piso, também aumentou o teto na mesma proporção. Já a PLR dos trabalhadores que estão na faixa de referência de 3 remunerações subiu apenas 8%.
Além disso, o subpiso segue limitado a 6 remunerações, o que significa um aumento da PLR de 8% também para os menores salários, enquanto a alta gestão ganhará 17% a mais. Ou seja, a proposta de PLR apresentada pela Petrobrás está na contramão das principais premissas defendidas pela categoria, além de piorar na prática a relação piso e teto, sem falar na recusa sistemática da Petrobrás em trazer para a mesa de negociação outras formas de remuneração variável, mantendo um programa de prêmio paralelo. Tal manutenção, por sua vez, aumenta ainda mais as distorções e injustiças da política salarial da empresa. A FUP enfatizou que, independentemente do instrumento jurídico, o PRD (que é a continuação do PPP) tem que seguir as mesmas diretrizes negociadas na PLR.
“É um esvaziamento da mesa de negociação, a gente negociar e assinar um acordo de PLR e logo depois a empresa divulgar um programa de prêmio paralelo que desconsidera tudo que foi alcançado em mesa de negociação. O PPP (atual PRD) segue sendo uma ferramenta de perpetuar desigualdades e o desrespeito à negociação coletiva sobre remuneração variável”, afirma a diretora da FUP, Cibele Vieira. (Site FUP 15/10/2024)
Os trabalhadores da Petrobrás exigem a participação no lucro da empresa de forma de acordos passados com a distribuição linear, ou seja, igual para todos os trabalhadores do Sistema Petrobrás, que corresponde a 25% da remuneração dos dividendos da empresa.
Enquanto que a Petrobrás, que ocupa o 13º lugar na listas das 20 maiores empresas pagadores de dividendos do mundo, distribui R$94,3 bilhões em dividendos referente ao exercício de 2023 para esses verdadeiros parasitas que vivem da especulação financeira. Já os trabalhadores, aqueles que efetivamente são os responsáveis lucros da empresa, são atacados e tratados com total descaso pela direção da empresa.
Nesse sentido, o único caminho para os trabalhadores é organizar uma grande mobilização e preparar a greve da categoria para que as suas reivindicações sejam atendidas.