No mês passado, a parceria entre o governo da Venezuela e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), anunciada por Jorge Arreaza, Ministro das Relações Exteriores, evidenciou a crise e a infeliz capitulação do governo Lula, que ao contrário da República Bolivariana, tem falhado diante da solidariedade necessária ao fortalecimento esquerda latino-americana. Ao MST, a aliança oferecerá à organização 10 mil hectares de terra para a lavoura, o que segundo Arreaza, reflete um “sonho” de Chávez:
“O presidente Nicolás Maduro (do Partido Socialista Unido da Venezuela, à esquerda) cumpre o projeto sonhado pelo comandante Hugo Chávez e pelo MST (e pelo governo do Brasil naquela época, diferente do atual)”. Ele acrescentou que essa parceria também trará benefícios com a experiência camponesa do MST: “Terras na Venezuela para que [o MST] transfira seus conhecimentos em produção agroecológica para o nosso campesinato comunitário e produza em escalas antes inimagináveis”.
Arreaza também elogiou o trabalho dos camponeses, que segundo ele, fornece “alimentos saudáveis e solos saudáveis para o nosso povo e para o mundo”.
O anúncio da parceria foi acompanhado de um vídeo com as orientações de Maduro, que, referindo-se ao MST, disse que “o movimento é sem terra no Brasil, mas ‘com terra’ na Venezuela”, disse o líder bolivariano, alfinetando o homólogo brasileiro. Ele convidou: “convido o MST a trazer centenas de seus agricultores, que venham produzir na Venezuela. MST, me envie uma brigada de mil homens e mulheres do Brasil para produzir em solo venezuelano”, discursou Maduro, usando um boné do movimento, durante um evento intitulado Alba-TCP (Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América – Tratado de Comércio dos Povos).
O vídeo também trouxe um agradecimento de Simone Magalhães, articuladora do MST: “Em nome do nosso Movimento Sem Terra do Brasil e de toda a nossa organização, agradecemos e estamos muito contentes e honrados por estar aqui. Queremos agradecer por este convite. O que vimos aqui é uma experiência bonita, com gente produzindo. Agradecemos ao ver tantas terras férteis e com uma capacidade produtiva incrível”.
Enquanto o governo Lula capitula, a Venezuela resiste a todos os golpes baixos e se solidariza com os camponeses brasileiros, selando uma união de extrema importância para a vitória da classe trabalhadora na América Latina.