A crise entre o bloco imperialista e o Iêmen, comandado pelo Ansar Alá, atingiu um novo patamar. Nesta quinta-feira (17), os Estados Unidos realizaram ataques com bombardeiros B-2 contra instalações de armazenamento de armas controladas pelo Ansar Alá no Iêmen. Segundo o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, os alvos eram depósitos de armas que estavam sendo utilizados em ataques a navios comerciais e militares no Mar Vermelho e no Golfo de Adem.
O correspondente da emissora libanesa Al Mayadeen em Sanaa relatou que os ataques aéreos dos EUA e do Reino Unido no Iêmen não afetaram os depósitos de armas das Forças Armadas Iemenitas, acrescentando que a agressão teve como alvo montanhas, uma pequena rede de comunicação em Saada e acampamentos vazios.
O ataque ao Iêmen ocorre em um momento no qual a relação entre “Israel” e o Irã atingiu novos níveis de tensão nas últimas semanas. Segundo o Washington Post, o primeiro-ministro de “Israel”, Benjamin Netaniahu, informou ao governo dos Estados Unidos que está disposto a bombardear alvos militares iranianos antes das eleições norte-americanas de novembro, em retaliação ao ataque de mísseis iranianos ocorrido em 1º de outubro. Netaniahu teria enfatizado que sua resposta será letal, precisa e surpreendente. Diferentemente da retaliação à “Operação Promessa Cumprida I”, que foi motivo de chacota no mundo todo, a retaliação israelense à nova retaliação iraniana provavelmente contará com forte apoio militar norte-americano, o que poderá levar à entrada definitiva do Irã na guerra.
A escalada entre “Israel” e o movimento de resistência libanês Hesbolá tem contribuído para aumentar a tensão na região. Após ataques israelenses a várias áreas no Líbano, incluindo bairros em Beirute, o Hesbolá retaliou com uma operação em Biniamina, ao sul de Haifa, matando quatro soldados israelenses e ferindo 100. O partido libanês declarou que continuará suas operações caso “Israel” persista com sua ofensiva militar, prometendo uma resposta ainda mais devastadora. A reação do Hesbolá, por sua vez, vem depois da sequência de ataques covardes de “Israel”, entre os quais está o assassinato de seu líder, Sayyed Hassan Nasseralá, em 28 de setembro de 2024. O Irã, aliado do Hesbolá, responsabilizou os EUA pelo ataque, afirmando que a operação teve apoio direto de Washington, indicando que a política do imperialismo se tornou ainda mais agressiva.
A Cisjordânia, ocupada por “Israel”, se transformou em uma verdadeira frente de batalha. Com mais de 700 palestinos assassinados e 12 mil sequestrados somente em 2024, a região se tornou um campo de guerra crucial para a sobrevivência de “Israel”. A resistência palestina tem se fortalecido desde 2021, com operações cada vez mais coordenadas contra as forças de ocupação israelenses. A libertação da Cisjordânia resultaria na dissolução inevitável de “Israel”.
A situação na Ucrânia continua a se deteriorar para o regime de Vladimir Zelenski. Segundo um ex-analista do Departamento de Defesa dos EUA, a Ucrânia estaria a seis meses de um colapso militar completo. As forças ucranianas perderam mais de oito mil homens em apenas uma semana, e os recursos humanos e materiais da Ucrânia estão se esgotando rapidamente. A Rússia, por sua vez, continua a avançar, com uma linha de frente que se estende por mais de 1.000 quilômetros. No dia 16 de outubro, Zelenski afirmou que o presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, teria enviado tropas e armas para apoiar a Rússia. A informação não foi confirmada por Pyongyang.
No dia anterior, no entanto, o governo russo declarou que fará um tratado militar com a Coreia do Norte, que permitirá que as Forças Armadas dos dois países possam defender um ao outro em caso de agressão de terceiros.
A crise entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul também se intensificou nos últimos dias. Após o envio de veículos aéreos não tripulados (VANTs) por parte da Coreia do Sul com propaganda contra o regime norte-coreano, Kim Jong-un ordenou a explosão de rodovias e ferrovias que conectavam os dois países. Em seguida, a Coreia do Norte mobilizou unidades de artilharia para a fronteira, enquanto a Coreia do Sul disparou tiros de advertência em resposta.
No mesmo período, no dia 14 de outubro, os maiores exercícios militares nucleares em solo europeu desde a Guerra Fria foram realizados pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Com a participação de mais de 60 aeronaves e dois mil soldados, a operação Steadfast Noon simulou ataques nucleares, em meio às crescentes tensões com a Rússia. No mesmo dia, em outro fronte de batalha entre o imperialismo e os países atrasados, a China realizou os maiores exercícios militares ao redor de Taiuã da história. A manobra envolveu 125 aviões militares e 17 navios de guerra.
No entorno da China, outras movimentações importantes acontecem, indicando a preparação de um grande confronto entre o imperialismo e o país com a maior população do mundo. Em agosto, Bangladexe passou por um golpe de Estado com o claro apoio dos EUA. O golpe ocorre em uma região estratégica, próxima à China, e demonstra a crescente intervenção imperialista na Ásia.
A preparação para um grande conflito vem acompanhada de uma grande ofensiva contra os direitos democráticos da população. Ao mesmo tempo em que aumenta a repressão às manifestações de rua, aumentam também as medidas de censura. A prisão do fundador do Telegram, Pavel Durov, na França, em agosto, com acusações relacionadas ao uso de sua plataforma para crimes como terrorismo e tráfico de drogas, gerou grande repercussão. Segundo Vyacheslav Volodin, presidente da Duma russa, os Estados Unidos estão por trás da prisão, buscando controlar a única grande plataforma que ainda não está sob influência direta do governo norte-americano.
Em setembro, o governo dos Estados Unidos aumentou as sanções contra a emissora russa Russia Today (RT), acusando-a de realizar atividades de inteligência e manipular a política internacional em favor de Moscou. Maria Zakharova, porta-voz do governo russo, classificou as acusações como uma declaração de guerra à liberdade de expressão.
Nesse cenário de iminência de um grande conflito mundial, está prestes a ocorrer o encontro do G20, nos dias 18 e 19 de novembro, no Rio de Janeiro. O G20 é uma reunião que reúne os principais responsáveis pela política de guerra imperialista, incluindo países como França, Alemanha e Estados Unidos, que têm sido fundamentais para a manutenção das intervenções militares e do genocídio na Palestina e em outros países.
A cúpula do G20 contará com a presença dos líderes dessas potências imperialistas, responsáveis pela escalada de tensões e agressões em diversas regiões do mundo. Dada a importância desse evento, o Partido da Causa Operária (PCO) está organizando uma manifestação nacional para protestar contra o encontro.
A manifestação nacional ocorrerá no dia 18 de novembro, data da abertura da cúpula do G20, para denunciar a política imperialista e seu papel nas guerras que assolam o Oriente Médio, a Ucrânia e outras regiões. Caravanas de todas as regiões do país serão organizadas para garantir a presença de milhares de manifestantes no Rio de Janeiro. Para participar, basta entrar em contato com o número (11) 99741-0436.