Em nota no dia 10 de outubro, assinada pelo seu presidente, Eduardo Araújo, o Sindicato dos Bancários de Brasília manifesta sua “total solidariedade aos jornalistas da Empresa Brasil de Comunicação – EBC, no Distrito Federal, São Paulo e Rio de Janeiro, que decidiram, por unanimidade, iniciar uma greve nesta quinta-feira, 10, diante da posição da direção da empresa pública de comunicação do Governo Federal de ignorar o pleito apresentado pelos trabalhadores de serem incluídos no Plano de Carreira de forma isonômica com as demais carreiras da empresa de cargos de nível superior” (Sítio bancariosdf 10/10/2024).
“O Sindicato dos Bancários de Brasília tem o compromisso com a solidariedade de classe na defesa dos direitos dos trabalhadores, por isso apoiar a luta dos jornalistas da EBC é fundamental”. (Idem)
A solidariedade das entidades de classe dos trabalhadores é de fundamental importância na defesa das legítimas reivindicações e dos seus direitos, que são sistematicamente atacados pelos patrões e, nesse caso, pelo governo federal, que se reivindica democrático e popular.
Os jornalistas da EBC, cuja data-base é dia 1º de novembro, estavam em greve desde o dia 3 de outubro, quando, em assembleia nacional, tanto em Brasília, como em São Paulo e Rio de Janeiro, os trabalhadores aprovaram, por tempo indeterminado, a paralisação em defesa da sua reivindicação, que, conforme informa o sindicato da categoria, é de pleito único e diz respeito à isonomia, no plano de carreiras, em relação às tabelas salariais propostas para os cargos de nível superior, o que significa, na prática, se não aceita pelo governo, um rebaixamento salarial para os jornalistas.
Além de ignorar completamente as reivindicações dos jornalistas, a direção da EBC persegue os grevistas. Da mesma forma que os trabalhadores do INSS, que estão há mais de 80 dias em greve, o governo ameaça os trabalhadores com o corte de ponto e decretar a greve ilegal, por considerar o movimento “abusivo”, sob a justificativa de que não foi cumprida a determinação em ofício de preservação do quantitativo mínimo de 60% de empregados em atividade. Um verdadeiro absurdo. Determinação essa digna dos piores capitalistas imperialistas do mundo, sendo que a categoria não é considerada atividade essencial e, mesmo que fosse, esse percentual não é estabelecido na Lei de Greve.
No último dia 10, em assembleia, os jornalistas decidiram suspender temporariamente a greve com a proposta da EBC de possível revisão do Plano de Cargos e Remunerações (PCR) da empresa, atendendo parcialmente à reivindicação da categoria, confiando na palavra do ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (Secom), após reunião no dia 9, no Palácio do Planalto, com os representantes da categoria.
A greve dos trabalhadores da EBC é a única garantia de evitar o rebaixamento salarial e de conseguir aumento de seus salários. É a única forma de derrotar os patrões e o governo, e mostrar a única linguagem que eles entendem e conhecem: a da mobilização da classe trabalhadora. A solidariedade das demais entidades de luta dos trabalhadores exerce um papel de extrema importância no sentido de mobilizar as demais categorias e agudizar as tendências combativas dos trabalhadores, que apontam também para a necessidade da organização da luta geral dos trabalhadores por suas necessidades, que estão sendo atacadas violentamente pelos patrões diante da crise terminal do capitalismo.