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Oriente Médio

‘Israel’ ataca instalação da ONU no Líbano

O enclave imperialista acusa o Hesbolá de utilizar a UNIFIL como “escudos humanos”, mas não tem o menor escrúpulo em atacar diretamente as forças de paz e seus aliados

A crise na fronteira entre “Israel” e Líbano se intensificou após o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netaniahu, emitir um ultimato à Organização das Nações Unidas (ONU), exigindo a retirada imediata das forças de paz da UNIFIL (Força Interina das Nações Unidas no Líbano). A declaração, feita no último dia 13 de outubro, como uma resposta aos recentes confrontos entre o exército israelense e o Hesbolá na fronteira entre o Líbano e os territórios palestinos ocupados pela ditadura sionista.

Durante os ataques, cinco soldados da ONU foram feridos por tiros das forças sionistas.

Netaniahu, em tom ameaçador, dirigiu-se ao Secretário-Geral da ONU, António Guterres: “Coloque fora de perigo os soldados da UNIFIL.” O enclave imperialista acusa o Hesbolá de utilizar a UNIFIL como “escudos humanos”, mas não tem o menor escrúpulo em atacar diretamente as forças de paz e seus aliados.

Uma das agressões resultou em dois tanques Merkava israelenses destruindo o portão de uma base da UNIFIL em Ramya, que foi invadida. Em outro incidente, soldados israelenses bloquearam um comboio logístico da ONU nas proximidades de Meiss El Jabal, impedindo sua missão e desmoralizando a entidade ainda mais.

O ministro da Defesa sionista, Yoav Gallant, também contribuiu para a escalada, afirmando que as forças israelenses neutralizaram grande parte das capacidades de mísseis e drones do Hesbolá, o que levou a uma resposta contundente dos revolucionários libaneses. Gallant declarou que a presença da UNIFIL “coloca em risco tanto as vidas dos soldados de paz quanto a segurança das tropas israelenses”. A ONU, no entanto, rejeitou a demanda de retirada, com fontes internas ouvidas pelo jornal libanês al Akhbar afirmaram que, enquanto seu mandato estiver em vigor, as operações da UNIFIL continuarão.

Enquanto as forças de ocupação tentam intimidar a ONU e os países que contribuem com tropas para a UNIFIL, o Líbano intensificou seus esforços diplomáticos para evitar a retirada das tropas de paz, afirmando que a retirada poderia desestabilizar ainda mais a região e expor o povo libanês a novos ataques sionistas. Já o exército libanês, prevendo a escalada, evacuou seu escritório de ligação com a UNIFIL em Naqoura. Netaniahu e Gallant, no entanto, continuam a apostar na guerra total contra o Hesbolá e o povo libanês, agindo sob a justificativa da “autodefesa”.

No Líbano, como em Gaza

 

No dia 14 de outubro, um ataque aéreo da ditadura sionista em Aitou, uma vila na região norte do Líbano, causou a morte de pelo menos 18 pessoas. O alvo era um prédio residencial que abrigava famílias deslocadas pelo avanço das tropas israelenses no sul do país.

A área, predominantemente cristã, é conhecida como um reduto de refugiados que fugiram da agressão imperialista. O ataque ocorreu poucas horas após bombardeios na região do Bekaa, onde caças sionistas alvejaram a cidade de Douris e a estrada de Al-Ain, ferindo civis e destruindo veículos de ajuda humanitária que transportavam suprimentos.

O padrão sionista é conhecido: após ordenar que a população abandone suas casas, os ataques se concentram exatamente nos locais para onde as famílias se retiraram. Esse tipo de operação criminosa, típico da estratégia sionista em Gaza, visa causar terror em massa e desestabilizar o país.

No ataque de Aitou, além dos 18 mortos, outras quatro pessoas ficaram feridas. O bombardeio ocorreu na rota Aitou–Ehden, uma importante via de ligação no distrito de Zgharta. A ação teve como alvo direto a população civil, como têm sido as táticas do enclave imperialista ao longo de décadas.

Além de Aitou, outras áreas libanesas foram severamente atingidas por ataques aéreos israelenses, incluindo Baalbek e Ansar, onde dois civis foram mortos. Os bombardeios também destruíram cinco casas na cidade de Yahmar al-Shaqif e atingiram o Centro de Saúde Islâmico, provocando inúmeras baixas.

A estratégia sionista é clara: assassinar indiscriminadamente homens, mulheres e crianças sob o pretexto de neutralizar “ameaças”. Trata-se, naturalmente, de um mero pretexto para manter em marcha uma operação genocida, tal qual a empreendida contra os palestinos em Gaza e na Cisjordânia ocupada, sem outro objetivo além de subjugar o Líbano e massacrar o povo árabe.

 

Hesbolá responde fogo com fogo

 

Em resposta aos ataques genocidas contra o povo libanês, o Hesbolá lançou uma poderosa ofensiva contra a base militar da Brigada Golani, localizada em Benyamina, ao sul de Haifa. O ataque ocorreu quando um esquadrão de drones avançados da resistência libanesa alvejou a sala de refeições da base, onde dezenas de soldados sionistas estavam reunidos para um jantar. O ataque resultou na morte de pelo menos quatro militares israelenses e deixou mais de 60 feridos.

Segundo a declaração oficial do Hesbolá, “a resistência islâmica lançou drones de ataque contra o campo de treinamento da Brigada Golani em Benyamina, como parte da série de operações Khaybar, em retaliação aos massacres cometidos por Israel no Líbano.” A operação, conduzida com precisão, foi planejada para sobrecarregar os sistemas de defesa aérea sionistas, permitindo que um dos drones cruzasse sem ser interceptado. O ataque não só atingiu um alvo estratégico, como também demonstrou a vulnerabilidade das forças sionistas no norte do país.

O porta-voz das forças israelenses Daniel Hagari confirmou o ataque e reconheceu a gravidade dos danos: “um drone do grupo terrorista Hesbolá atingiu uma base militar perto de Benyamina. Todos os feridos foram evacuados para hospitais, e suas famílias foram notificadas. No incidente, quatro soldados foram mortos e outros sete ficaram gravemente feridos.”

A operação, que contou com o uso de inteligência precisa, foi um duro golpe para o governo de Netaniahu e suas pretensões de assegurar a “segurança” do norte de “Israel”. Esse ataque marca uma escalada significativa nas operações da resistência libanesa e destaca o poderio do Hesbolá, cujas capacidades militares superam em muito as do Hamas e da resistência palestina.

A resposta dos revolucionários libaneses demonstra que, diferentemente do que ocorre em Gaza, as forças sionistas encontram uma resistência imensuravelmente mais preparada, organizada e bem armada no Líbano. Cada incursão israelense resulta em perdas significativas para o exército sionista e a operação Khaybar é mais um exemplo de que o Hesbolá está preparado para combater a invasão e defender o povo libanês com todos os meios disponíveis.

Destaca-se ainda outro padrão observado em Gaza: enquanto os ataques dos revolucionários libaneses concentra-se nos militares israelenses, a ditadura sionista revela toda sua impotência fugindo do confronto e inflando suas estatísticas macabras com civis desarmados. A resistência libanesa, no entanto, continua repelindo as tentativas sionistas de avançar sobre o território libanês, especialmente nas regiões de Ayta ash-Shaab e Bliada, onde pesados combates resultaram em mais baixas entre os invasores israelenses.

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