O governo brasileiro, pressionado pelo capital financeiro internacional, decidiu seguir o caminho do equilíbrio fiscal. Essa política, caracteristicamente neoliberal, tem como objetivo garantir que os chamados “investidores internacionais” possam “confiar” no Brasil como um lugar seguro para seus “investimentos” – uma forma eufemística de se referir à pilhagem das riquezas nacionais. Como resultado, o governo Lula foi empurrado para essa posição, abandonando as políticas que poderiam, de fato, trazer melhorias reais para a classe trabalhadora.
Recentemente, setores ligados ao PT comemoraram a elevação da nota de crédito do Brasil por uma agência de classificação de risco internacional, algo que foi visto como uma “vitória”. No entanto, essa celebração é, na verdade, um reflexo da subordinação do governo às exigências do capital financeiro global. Essa melhoria na classificação significa que o Brasil se tornou um local mais seguro para os vampiros financeiros virem e extraírem mais riqueza. Como afirmou o presidente do Partido da Causa Operária (PCO, Rui Costa Pimenta, durante o informe político da “isso não é motivo para comemoração; significa que o cidadão vai vir aqui, praticar essa pirataria, esse vampirismo, e vai receber o seu dinheiro”. O que está sendo comemorado, portanto, é o aprofundamento da dependência do Brasil em relação ao capital imperialista, não uma conquista real para o povo brasileiro.
A verdade é que o imperialismo e a burguesia não permitem e não permitirão que o governo Lula faça qualquer política que beneficie diretamente os trabalhadores. A política neoliberal, que vem sendo adotada pelo governo, é, nas palavras de Pimenta, “uma política de vampirismo”. O Estado brasileiro, ao adotar o equilíbrio fiscal, garante que os investidores estrangeiros obtenham lucros exorbitantes à custa do sacrifício da população. Esse caminho escolhido pelo governo não é uma escolha autônoma, mas sim uma imposição das forças imperialistas que controlam a economia global.
A ilusão de que o Brasil pode se beneficiar de uma “parceria” com o imperialismo é desfeita quando levado em consideração o comportamento das potências globais. O imperialismo não busca parcerias, mas sim a submissão completa dos países oprimidos, como o Brasil. A política do imperialismo é comparável à de um predador: para eles, o Brasil e outros países atrasados são meras presas, de onde podem extrair o máximo de riqueza com o mínimo de retorno. “A política do imperialismo é como a de um leão diante de um rebanho de ovelhas: ou ele devora as ovelhas ou, para ele, o jogo não tem graça”, resume Pimenta.
Essa lógica predatória fica clara na forma como o imperialismo atua em todo o mundo. Enquanto o governo Lula faz acordos com os Estados Unidos para combater a fome mundial, o próprio imperialismo é o criador dessa fome. Os Estados Unidos e seus aliados imperialistas são os principais responsáveis pela destruição econômica de vários países, ao impor políticas neoliberais de austeridade e controlar os mercados globais de alimentos. A “ajuda” que oferecem é uma farsa, uma forma de perpetuar sua dominação enquanto fingem estar ajudando.
O governo Lula se encontra encurralado. Apesar de toda a retórica de que está “fazendo isso e aquilo”, os sinais de fraqueza são evidentes. A burguesia brasileira, que nunca deixou de ser submissa ao capital internacional, pressiona o governo a adotar políticas que são completamente contrárias aos interesses da classe trabalhadora. O resultado disso é um governo que tenta equilibrar-se em cima do muro, mas que inevitavelmente é empurrado para o lado dos interesses imperialistas.
Para piorar, as perspectivas para a economia brasileira não são positivas. Embora o governo Lula tenha celebrado uma queda no índice de desemprego, a realidade é que grande parte da população ainda vive em condições precárias. A informalidade continua alta, e os salários permanecem estagnados. Além disso, o número crescente de pessoas vivendo nas ruas é um claro indicativo de que o retrocesso econômico está longe de ser resolvido. Como afirmo Pimenta, “há 30 anos, metade da população não tem emprego. Então, isso não vale nada. Estamos cheios de gente dormindo nas ruas. O retrocesso econômico é total”.