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Esquerda brasileira

A frente pela ‘democracia’ é uma frente com os genocidas

Colocar-se a reboque do imperialismo na atual etapa é colaborar com a contraofensiva contra os povos oprimidos

No momento em que o imperialismo está em uma contraofensiva brutal contra os povos oprimidos de todo o mundo, a esquerda pequeno-burguesa, capitulando de maneira vergonhosa, decidiu se colocar a reboque dos grandes inimigos da humanidade. Sob o pretexto de defender a “democracia”, o governo Lula, sendo acompanhado até mesmo pela esquerda que se diz “oposição” à presidência da República, está favorecendo o domínio das grandes potências sobre os países oprimidos. Durante o informe político da 37ª Conferência Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), o presidente da organização, Rui Costa Pimenta, criticou duramente essa política, expondo os desastres que ela trará para a esquerda e para a classe trabalhadora no Brasil e no mundo.

O presidente do PCO esclareceu que a política de aliança com o imperialismo é, em última análise, um alinhamento com forças reacionárias que estão em guerra contra os povos. “O PT e Lula dizem o seguinte: isso é uma frente pela democracia. Mas eles estão fazendo uma frente com pessoas que estão 100% em uma política de golpe de Estado, de destruição das liberdades democráticas, de guerra contra os países oprimidos”.

A atual política de aliança do governo Lula com o imperialismo é produto da situação de fragilidade da presidência da República, sem base sólida no Congresso, sabotado pelo Banco Central, pressionado pela extrema direita e cada vez mais refém dos militares e do Judiciário. Tentando conseguir apoio para aliviar os conflitos internos, Lula mergulhou em uma posição de subordinação às potências estrangeiras, em particular os Estados Unidos e seus aliados europeus, sob o pretexto de defender a “democracia” contra a ameaça do “autoritarismo”. Isto é, uma política da alinhamento com aqueles que estão literalmente promovendo um genocídio no Oriente Médio.

Durante o informe político, Pimenta destacou que essa “frente democrática” é, na verdade, uma fachada para uma ofensiva do imperialismo sobre a América Latina. Ele explicou que, “se essa política for bem-sucedida nos países em que o imperialismo está tentando impor sua política aqui na América Latina, o governo ficaria completamente isolado e aí não haveria mais sentido nessa frente pela democracia”. Essa constatação é especialmente relevante diante da onda de golpes de Estado patrocinados pelas potências imperialistas em países como Honduras, Colômbia e Venezuela.

Esses golpes fazem parte de uma estratégia maior do imperialismo para controlar a região, especialmente em um momento em que sua hegemonia global está em crise. Nos últimos anos, a derrota iminente da Ucrânia, os golpes nacionalistas na África contra a dominação francesa e a iniciativa do Eixo da Resistência no Oriente Médio têm exposto a fragilidade da dominação imperialista. No entanto, como Pimenta alerta, o imperialismo não assistirá passivamente ao seu declínio: “O imperialismo está procurando organizar uma ofensiva generalizada contra o Irã, a Rússia, a Coreia do Norte e a China”.

“A defesa da democracia é feita pelos setores mais antidemocráticos do mundo”, explicou Pimenta. Para ele, o alinhamento de setores da esquerda brasileira com essa política desarma a classe trabalhadora e desvia a luta contra o verdadeiro inimigo: o imperialismo. Ao se aliar com figuras como Joe Biden, Emmanuel Macron ou Kamala Harris, a esquerda passa a defender, mesmo que indiretamente, os interesses das grandes corporações e do aparato militar que sustenta essas potências.

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