Nas últimas semanas, teve início uma ofensiva dos países imperialistas no Líbano com a detonação de dispositivos que resultaram em milhares de vítimas civis. Esses atos, glorificados pela imprensa burguesa como heroicos, expuseram o terrorismo de Estado promovido pelas potências imperialistas e, em particular, pelo sionismo. Durante o informe político da 37ª Conferência Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), o presidente da agremiação, Rui Costa Pimenta, fez um balanço dos acontecimentos do Líbano, à luz das tendências mundiais.
“Esse tipo de atividade é a própria definição do que o imperialismo estabeleceu como terrorismo”, declarou o dirigente trotskista. Segundo ele, o assassinato de figuras importantes como Ismail Hanié (Hamas) e Sayyed Hassan Naseralá (Hesbolá) integraram uma ação maior, visando uma escalada da guerra que envolva diretamente o Irã.
Essa ofensiva foi contida parcialmente pela resposta iraniana, que, por meio de sua Operação Promessa Cumprida II, demonstrou sua capacidade de defesa ao atingir territórios ocupados por “Israel” na Palestina com mísseis de longo alcance. Isso interrompeu o impulso imperialista, especialmente no Líbano. Merece destaque também que as tentativas de incursões menores na fronteira libanesa foram repelidas pelo Hesbolá, adiando qualquer ofensiva de maior escala.
“Os israelenses procuraram organizar algumas operações militares de menor calibre na fronteira com o Líbano, mas foram rechaçados pelo Hezbollah, e a contraofensiva se dissipou”, destacou Pimenta.
Esse revés, no entanto, não deve ser interpretado como o fim das ambições imperialistas. As ameaças de um ataque ao Irã, incluindo a destruição de suas instalações nucleares e refinarias de petróleo, ainda ressoa nos corredores de Washington e Telavive. O Irã, por sua vez, sinalizou claramente que qualquer ataque às suas refinarias seria respondido com a destruição das refinarias dos países vizinhos, o que poderia paralisar as exportações de petróleo em toda a região. “A situação ficou em um impasse momentaneamente”, destacou o presidente do PCO.
No Leste Europeu, o impasse é semelhante. As forças russas continuam avançando no Donbas, empurrando o exército ucraniano para fora da região, o que agrava ainda mais a crise. Por outro lado, Pimenta alertou que “o imperialismo está procurando organizar uma ofensiva generalizada contra o Irã, a Rússia, a Coreia do Norte e a China”. O Congresso dos Estados Unidos, por exemplo, aprovou recentemente uma série de leis anti-China, que incluem campanhas de propaganda contra o país no cenário global.
Na América Latina, a situação também se deteriora. Há golpes de Estado em andamento na Colômbia e em Honduras, além de uma tentativa frustrada na Venezuela. Na Bolívia, as tentativas de neutralizar a influência de Evo Morales indicam uma possível nova investida golpista. Essa linha de ação, claramente orquestrada pelo imperialismo, visa minar qualquer forma de resistência ao seu projeto de dominação na região.
Essa polarização acirra o quadro internacional, criando uma divisão cada vez mais nítida entre o bloco imperialista e as nações que resistem à sua hegemonia. O prolongamento dessas tensões, no entanto, não favorece as potências imperialistas. Ao contrário, quanto mais o tempo passa, mais claro se torna o esgarçamento da sua influência política, econômica e militar. A crise do imperialismo, ao que tudo indica, tende a se intensificar até que haja uma vitória decisiva de um dos lados envolvidos.
O cenário internacional continua a ser moldado por uma crise profunda que não dá sinais de abrandamento. O impasse momentâneo nas frentes do Oriente Médio e da Rússia não indica uma estabilização, mas sim uma escalada potencial de conflitos.