As eleições municipais mais recentes revelaram algo que já era previsto, mas que a imprensa capitalista tentou mascarar: o fim do PSDB como força política relevante no cenário brasileiro. O partido, que por décadas representou o centro político e foi um dos pilares do regime, teve o pior desempenho de sua história. O resultado dessas eleições mostra que o PSDB não só perdeu força, mas deixou de existir como uma alternativa política viável, sendo absorvido pelo pântano político que é o atual “centrão”.
A imprensa alega que o centro político ainda existe e que o “centrão” seria a expressão desse equilíbrio. No entanto, a realidade é que o PSDB, que outrora era o principal representante da chamada “terceira via”, está em colapso, sem nenhuma capacidade de se reinventar ou de oferecer qualquer projeto político. Seu resultado nas eleições foi desastroso: o partido, que já governou o Brasil e vários estados, não conseguiu eleger vereadores em cidades que antes eram seus redutos e obteve números irrisórios em muitas capitais.
Essa decadência do PSDB reflete a falência do centro político no Brasil. O partido, que nos anos 1990 e 2000 era uma das forças mais poderosas do país, se fragmentou ao longo do tempo. O PSDB, que originalmente foi criado para ser uma alternativa moderada à polarização entre PT e os setores mais conservadores da política, acabou por se desintegrar, sem conseguir se posicionar diante do avanço da extrema-direita e da crise do regime político.
Nas eleições municipais, o PSDB foi praticamente varrido do mapa político. Em São Paulo, estado que sempre foi seu principal bastião, o partido não conseguiu eleger um único vereador na capital. Esse resultado catastrófico evidencia que o PSDB perdeu completamente sua conexão com a realidade política do país e com os eleitores que um dia representou. Os seus dirigentes, inclusive, já estão fazendo cálculos para se fundirem com outros partidos, reconhecendo que a sigla, por si só, não tem mais força para sobreviver.
O discurso da imprensa, ao tentar transformar essa derrota em uma “mudança natural” ou em uma vitória do “centrão”, nada mais é do que uma tentativa de maquiar o fato de que o centro político brasileiro está em ruínas. O PSDB, que era o principal representante desse centro, se esvaziou, e o espaço que ele ocupava foi tomado por uma aliança de partidos fisiológicos, sem qualquer compromisso ideológico ou programa político coerente. O “centrão”, que se fortaleceu nessas eleições, é o produto desse colapso, representando não uma nova força moderadora, mas sim a decadência do sistema político.
O desaparecimento do PSDB é sintomático de um processo mais amplo de desintegração do centro político. Não há mais espaço para partidos que se colocam como intermediários entre a esquerda e a direita, pois o Brasil está cada vez mais polarizado entre esses dois extremos. A tentativa do PSDB de se adaptar a essa nova realidade, se aliando ora com setores da extrema direita, ora com a esquerda, apenas acelerou sua própria destruição, pois o partido acabou perdendo qualquer identidade política.
A decadência do PSDB é um reflexo da crise do próprio regime burguês. O partido, que, durante anos foi o favorito da burguesia nacional e internacional para gerir os interesses do capital no Brasil, perdeu sua utilidade. Com a ascensão do bolsonarismo, os setores da burguesia que antes apoiavam o PSDB agora se voltam para a extrema direita, que se mostrou mais eficaz na defesa de seus interesses em tempos de crise. O PSDB, sem conseguir se posicionar diante dessa nova configuração política, foi jogado para a margem, sem perspectiva de recuperação.
O futuro do PSDB, como partido, parece estar selado. O que resta da sigla será inevitavelmente absorvido por outras forças, como já se especula entre seus dirigentes. O partido, que outrora foi uma força central na política brasileira, está hoje à beira da extinção. Esse processo de desaparecimento do PSDB é apenas mais um sinal do colapso do regime político burguês, que já não consegue sustentar as forças que outrora mantinham sua estabilidade.