Cartola, nome artístico de Angenor de Oliveira, foi um dos maiores compositores e cantores do samba, nascido no Rio de Janeiro em 11 de outubro de 1908. Ele cresceu no bairro do Catete, mas aos 11 anos mudou-se para o morro da Mangueira, onde começou a sua longa relação com o samba. Desde jovem, Cartola demonstrava talento para a música e, ainda na adolescência, começou a compor e a se envolver com a boemia do samba carioca.
Nos anos 1920,Cartola, junto com outros sambistas como Carlos Cachaça, fundou a Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira, uma das mais tradicionais do Carnaval carioca. O apelido “Cartola” surgiu nessa época, pois, enquanto trabalhava como pedreiro, ele usava um chapéu-coco para se proteger do cimento. Ele logo se destacou como um dos principais compositores da escola, escrevendo sambas que se tornaram emblemáticos. Entre suas primeiras canções de sucesso estão “Que Infeliz Sorte!” e “Não Quero Mais Amar a Ninguém”.
Apesar de seu talento, a vida de Cartola foi marcada por dificuldades. Durante décadas, ele viveu longe dos holofotes, enfrentando problemas de saúde e pobreza. Só na década de 1950, após ser “redescoberto” pelo jornalista Sérgio Porto (o Stanislaw Ponte Preta), é que Cartola começou a ganhar reconhecimento nacional. Em 1974, já com mais de 60 anos, lançou seu primeiro álbum, que trouxe músicas clássicas como “O Sol Nascerá” e “Alvorada”.
O reconhecimento tardio não impediu que Cartola se tornasse um ícone da música brasileira. Composições como “As Rosas Não Falam” e “O Mundo é um Moinho” consagraram-se como algumas das mais belas canções da música popular brasileira, demonstrando sua habilidade poética e melódica. Cartola faleceu em 30 de novembro de 1980, mas seu legado continua vivo, sendo reverenciado por músicos e admiradores do samba no mundo todo.