Em evento com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, criticou abertamente a política do governo Lula frente à compra de armas de “Israel”. Disse ele:
“Qual é o nosso grande desafio? O absoluto desconhecimento do que somos e do que queremos ser. Nos últimos anos nós tivemos um retrocesso nos investimentos de defesa da ordem de 47%. Por quê? Ainda existem muito, por componentes ideológicos, por queixas políticas, por variações programáticas, que acham que a Defesa não funciona […] A questão diplomática interfere na Defesa. Houve agora uma concorrência, uma licitação. Venceram os judeus, o povo de Israel, mas por questões da guerra, o Hamas, os grupos políticos, nós estamos com essa licitação pronta, mas por questões ideológicas não podemos aprovar. O TCU não permitiu dar ao 2º colocado e nós estamos aguardando que essas questões passem para que a gente possa se defender.”
Em sua fala, fica cada vez mais claro que sua posição sionista e pró-“Israel” é uma ameaça direta à soberania e à política internacional do Brasil. Ao tentar justificar a paralisação de uma licitação que favoreceria empresas israelenses com o argumento de “embaraços ideológicos” causados pela crise no Oriente Médio, Múcio deixa explícito que seu objetivo é financiar o genocídio em curso contra o povo palestino, enquanto manipula Lula e seu governo para proteger os interesses militares e coloniais de “Israel”.
Esse ataque não é isolado. Múcio também mencionou a guerra na Ucrânia como exemplo de como o governo federal supostamente “prejudica” a Defesa ao se recusar a vender munição que poderia ser utilizada pelos alemães contra a Rússia. Mais uma vez, o ministro sai na defesa de uma política externa subordinada às potências imperialistas, agindo como um verdadeiro lobista da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
A pergunta que fica é: até quando o presidente Lula vai permitir que Múcio, e os militares que ele representa, conduzam a política de Defesa e sabotem as tentativas de manter o Brasil distante dos crimes de guerra e do financiamento ao genocídio? A decisão de bloquear a licitação com “Israel” deveria ser motivo de celebração para os brasileiros, mas, para Múcio, isso é um “problema ideológico”. Esse homem não está preocupado com a soberania do Brasil nem com a defesa dos direitos humanos – ele quer garantir que o Brasil continue subordinado aos interesses do imperialismo e do sionismo.
O que está em jogo é a pressão para que o Brasil se alie à máquina de guerra sionista que massacra diariamente palestinos na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Múcio é, claramente, um defensor dessa política genocida, e, ao continuar no comando da Defesa, representa uma ameaça direta à política de defesa dos povos oprimidos contra o imperialismo.
O presidente Lula se mostra acuado, sendo forçado a manter em seu governo ministros e militares que conspiram contra sua própria política externa. José Múcio é o rosto do sionismo no governo. Já passou da hora de Lula se livrar desses agentes do imperialismo – caso contrário, verá seu governo cada vez mais sabotado por eles.