A Guerra de Outubro, chamada de guerra do Iom Quipur pelos sionistas, começou em 6 de outubro de 1973 e teve como principal palco de batalhas as fronteiras entre “Israel” e o Egito. Isso não aconteceu apenas por terra, mas também por mar. Neste dia 8 de outubro se completam 51 anos do início de uma das batalhas navais, a Batalha de Baltim.
A batalha começou quando os navios israelenses bombardearam alvos costeiros para tentar atrair os egípcios. Inicialmente, os israelenses detectaram alvos a oeste e os perseguiram em alta velocidade; no entanto, após 30 minutos, perceberam que os alvos eram apenas “fantasmas” eletrônicos falsos. Devido à perseguição em alta velocidade, vários barcos israelenses ficaram sem combustível e tiveram que se retirar, mas o suficiente permaneceu para continuar a missão.
Pouco depois, quatro barcos Osa foram detectados a leste, saindo do porto de Alexandria. Incapazes de manter contato, os israelenses dispararam nuvens de chaff, esperando enganar os egípcios para que disparassem, a tática funcionou. Os quatro barcos egípcios lançaram múltiplas salvas de mísseis ao longo de vários minutos, muitos (ou todos) direcionados para as nuvens de chaff israelenses.
Após a última salva, os egípcios inverteram o curso e voltaram em direção a Alexandria. Os israelenses os perseguiram por 25 minutos até alcançar o alcance de disparo. Três dos barcos egípcios foram atingidos por mísseis, danificados, e posteriormente atacados com tiros de canhão de 76 mm. O barco Osa restante escapou quando um barco israelense sofreu uma falha e não conseguiu lançar mísseis. Nesse ponto, a força israelense se retirou.
Em determinado momento os israelenses tentaram perseguir os egípcios. No entanto, observando que a força estava muito próxima de Alexandria, o almirante Telem ordenou ao comandante Barkai que parasse a perseguição. Às 13h30, a força retornou a Haifa. Mas durante a batalha o Egito afirmou ter afundado quatro alvos israelenses, três dos quais acreditavam ser barcos de torpedos de motor e um barco de mísseis.
Em Baltim, os barcos israelenses transportavam até 34 mísseis, em comparação com 16 em cada barco egípcio. Além disso, os egípcios facilitaram a identificação e o ataque ao manter os radares ligados e conversando frequentemente por rádio aberto. As táticas experimentais de “Israel” eram simples: os barcos israelenses se dirigiam ao inimigo de frente, avançando em alta velocidade para minimizar seu perfil de alvo, e lançavam iscas de chaff precocemente para atrair o inimigo a disparar seus mísseis na maior distância possível.
O impacto da Guerra de Outubro
O Batalha de Baltim é um pequeno evento pouco lembrado, mas um momento importante em que Egito e “Israel” se combateram pelo mar. Mas o ataque egícpio e sírio de forma geral teve um impacto gigantesco. À medida que o pânico se instalou, o governo de “Israel” mobilizaram 250 mil reservistas para deter seus inimigos. Os Estados Unidos, acreditando que “Israel” estava à beira de uma derrota militar e temendo a supremacia russa por meio de seu aliado Egito, apressaram-se para aprovar 2,2 bilhões de dólares em ajuda militar. A Força Aérea e a Marinha dos EUA lançaram uma operação que resultaria no transporte aéreo de armas para “Israel”, que seriam levadas ao país por mar.
A derrota iminente foi evitada em uma semana, quando as divisões blindadas israelenses forçaram as tropas sírias nas Colinas de Golã a recuar enquanto avançavam mais profundamente no território sírio. À medida que o equilíbrio se inclinava a favor de “Israel”, aliados regionais enviaram tropas para apoiar a campanha egípcia e síria.
Pela primeira vez na história, o petróleo foi usado para pressionar os governos imperialistas contra seu apoio a “Israel”. Os países produtores de petróleo da região, liderados pela Arábia Saudita, boicotaram os EUA e outros apoiadores dos sionistas. O preço do petróleo disparou 400%, passando de 3 dólares por barril para 12 dólares.
Politicamente, a região entrou em uma nova fase. Após a adoção da Resolução 340 do Conselho de Segurança da ONU, a terceira em menos de quatro dias, que exigia que os países beligerantes cessem o fogo imediata e completamente. Com o fim da guerra, o presidente do Egito iniciou um processo de acordo com os sionistas. Isso levaria ao infame acordo de paz entre Egito e “Israel” em 1979, uma das maiores derrotas dos árabes na história.
A guerra permitiu que o Egito ganhasse alguma vantagem com o acordo, principalmente recuperando a península de Sinai. Mas o custo foi altíssimo, pois garantiu estabilidade total ao regime sionista. Antes do acordo “Israel” havia entrado em guerra com o Egito 4 vezes em 25 anos, foram suas maiores crises. Depois nunca mais houve guerras em que os países árabes de fato ameassem “Israel”. Apenas com a Operação Dilúvio de al-Aqsa, 50 anos depois, isso mudou.