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Um ano do Dilúvio de al-Aqsa

Palestina mostrou a função da censura e do ‘anti-racismo’

Na reação do imperialismo à crise que se seguiu pela ação revolucionária dos palestinos, tornou-se evidente que o "discurso de ódio" e o "anti-racismo" são pretextos para censura

A ofensiva de “Israel” contra a Palestina, especialmente após a Operação Dilúvio de al-Aqsa, revelou a verdadeira função do tão propagado combate ao “discurso de ódio” e ao “racismo”: silenciar qualquer posição que se coloque em defesa dos oprimidos, impondo uma censura inédita no mundo. Essa perseguição à liberdade de expressão e aos direitos políticos mais básicos tornou-se ainda mais evidente ao atingir, sem qualquer disfarce, partidos políticos, veículos de comunicação e militantes que se alinharam com a resistência palestina.

No Brasil, um dos maiores alvos desse ataque foi o Partido da Causa Operária (PCO), que desde o dia 7 de outubro de 2023, quando se declarou 1.000% ao lado do Hamas e da luta do povo palestino contra a ocupação sionista, vem sendo vítima de uma campanha de perseguição sistemática. Publicações do PCO denunciando o genocídio cometido por “Israel” foram censuradas nas redes sociais, suas plataformas de comunicação sofreram os mais variados ataques e militantes do partido foram censurados, além de ameaçados com prisão. Para piorar, iniciou-se um processo com o objetivo de cassar o registro do partido, o que, se concretizado, colocaria a única organização política no Brasil que defende abertamente o Hamas e a resistência palestina na clandestinidade.

Esse ataque brutal aos mais elementares direitos políticos do povo brasileiro não se trata de um episódio isolado. Pelo contrário, é parte de um movimento que vem se desenrolando há anos e que visa erradicar qualquer oposição política significativa aos interesses do imperialismo e seus aliados, dentro e fora do Brasil.

O processo de erosão das conquistas como liberdade de expressão, liberdade de imprensa e liberdade de associação é evidente. No Brasil, a perseguição ganhou contornos definidos a partir do famigerado Inquérito das Fake News, instaurado em 2019 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes (ex-PSDB). Nesse inquérito, Moraes, em uma manobra completamente autoritária, assumiu simultaneamente os papéis de investigador, acusador e juiz de última instância. Desde então, essa aberração jurídica tem sido utilizada como ferramenta para a perseguição política explícita de adversários do regime e, agora, direcionada para aqueles que se opõem ao genocídio promovido por “Israel”.

Nos países desenvolvidos, métodos similares foram aplicados, mas com um verniz mais sofisticado. Nos Estados Unidos e na Europa, o suposto combate ao “discurso de ódio” e ao “racismo” foi a justificativa ideal para uma brutal repressão aos movimentos de apoio à Palestina. A hipocrisia ficou evidente na forma seletiva com que as redes sociais passaram a aplicar suas políticas de “tolerância zero” ao ódio: enquanto toda e qualquer propaganda favorável ao massacre do povo palestino por “Israel” continuou livremente veiculada, qualquer publicação em defesa dos palestinos, denunciando os crimes do Estado sionista ou enaltecendo a Resistência Palestina, foi sistematicamente removida. Figuras públicas como o jornalista petista Breno Altman que ousaram questionar a atuação de “Israel” foram silenciados, banidos das plataformas digitais e até mesmo processados, em uma clara demonstração de que o verdadeiro alvo dessas políticas não é o combate ao ódio, mas a proteção dos interesses do imperialismo.

A censura atingiu patamares extremos: no Brasil, o bloqueio do X ordenado ilegalmente pelo ministro Alexandre de Moraes, escancarou a conivência do Judiciário com a repressão. Na França, a prisão do CEO da rede social Telegram Pavel Durov, mostrou como a luta contra o “discurso de ódio” se torna uma ferramenta para eliminar qualquer canal de comunicação que permita a divulgação de informações contrárias à propaganda pró-sionista, sendo uma política mundial do imperialismo. A rede Telegram, por sua política de liberdade de expressão, tornou-se uma plataforma crucial para a difusão de notícias vindas do Oriente Médio pelo Eixo da Resistência, o que explica a urgência dos governos imperialistas em neutralizá-la.

Assim, ao mesmo tempo em que se encena uma falsa preocupação com o “discurso de ódio”, o que se observa é uma política coordenada de censura e perseguição contra qualquer movimento que desafie a propaganda hegemônica e se posicione a favor da resistência dos povos oprimidos. Não é coincidência que a maior onda de censura global tenha como alvo justamente as vozes que se levantaram para denunciar as atrocidades cometidas por “Israel” na Faixa de Gaza e na Cisjordânia.

O PCO, por sua posição firme e intransigente de apoio à Resistência Palestina, tornou-se um dos principais alvos dessa campanha de repressão no Brasil. A tentativa de cassação do registro partidário demonstra que não se trata apenas de censurar publicações ou retirar conteúdos das redes sociais, mas de atacar frontalmente o direito de organização política. Se consumada, a cassação do PCO seria um golpe direto no direito de associação, colocando o partido na clandestinidade e abrindo precedentes perigosos para a perseguição de qualquer outro partido ou movimento que se oponha ao regime vigente.

Esse episódio deixa claro que a censura e o combate ao “discurso de ódio” são ferramentas políticas de controle e repressão. Ao atacar o PCO e outros movimentos pró-Palestina, o regime busca eliminar qualquer resistência real e consolidar um ambiente de pensamento único, onde apenas as posições favoráveis ao imperialismo e aos interesses sionistas têm espaço. A liberdade de expressão, de imprensa e de associação são as maiores vítimas dessa política de repressão, que se esconde sob o manto de uma pretensa defesa dos direitos humanos, mas que, na prática, serve apenas para legitimar o genocídio e a ocupação colonial.

A perseguição aos simpatizantes da luta palestina traz em si um recado claro: qualquer um que ouse desafiar o consenso imposto pelo imperialismo será atacado, silenciado e, se possível, destruído. Para o povo brasileiro, esse processo é um alerta urgente. O caso do PCO demonstra que a repressão, iniciada com o Inquérito das Fake News, ganhou novas dimensões, tornando-se um ataque frontal aos direitos políticos de todos os brasileiros. Ao apoiar a luta do povo palestino, o partido trostkista expôs o verdadeiro caráter do regime e mostrou que, por trás do discurso de combate ao “ódio” e ao “racismo”, esconde-se um projeto de controle absoluto, que não tolera qualquer dissidência.

Nesse momento, é mais do que nunca necessário se opor a essa política de censura e perseguição, defendendo a liberdade de expressão e o direito de organização política. Não se trata apenas de apoiar o PCO, mas de defender os direitos políticos de todo o povo brasileiro contra uma escalada autoritária sem precedentes, que utiliza o pretexto do combate ao “discurso de ódio” para reprimir qualquer posição que desafie os interesses do imperialismo e do sionismo.

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