No dia 15 de agosto, o Partido da Causa Operária (PCO) concluiu o registro das candidaturas para as eleições municipais deste ano. Com mais de 200 candidatos, o PCO será o partido da chamada “extrema esquerda” com mais postulantes no pleito deste ano, superando o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), o Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a Unidade Popular pelo Socialismo (UP).
As candidaturas do Partido, embora só tenham sido registradas nos últimos dias, já haviam sido aprovadas na 36ª Conferência Nacional do PCO. O evento, que ocorreu no dia 21 de julho, em Araçoiaba da Serra, discutiu não apenas os nomes que representariam a agremiação trotskista nas eleições, como também a política a ser seguida no próximo período.
Ao contrário dos partidos burgueses e dos partidos pequeno-burgueses, os candidatos do PCO serão candidatos de partido, e não de si próprios. Isto é, comparecerão às eleições para defender o programa partidário, discutido democraticamente pelo conjunto da militância. A campanha do Partido, assim como o foi nos anos anteriores, será uma campanha centralizada, tanto no que diz respeito à sua propaganda, quanto no que diz respeito ao seu programa e até mesmo no que diz respeito às finanças.
Entre os principais pontos de destaque no programa do PCO para as eleições municipais, estão as seguintes propostas:
- Colocar o governo nas mãos do povo, formar conselhos populares! Por um governo dos trabalhadores;
- Cancelar todos os pagamentos de dívida pública, chega de financiar banqueiros;
- Legalizar as ocupações! Nenhuma repressão aos sem-teto e sem-terra!
- Estatizar o sistema de transporte e implementar imediatamente o passe livre
- Zerar impostos sobre os pobres, acabar com a indústria da multa e taxas abusivas onde elas existirem.
- Retirar os serviços públicos das mãos de capitalistas privados, principalmente a saúde, fim das OS!
- Contratação imediata de funcionários para acabar com o déficit na saúde e educação; reajustar o salário dos funcionários para um salário mínimo vital.
- Garantir o acesso à educação pública e gratuita para toda a população; creches em tempo integral, com transporte em todos os bairros
- Liberdade nas cidades: fim de toda a regulamentação à propaganda, comunicação e organização. Fim da perseguição aos trabalhadores ambulantes e similares!
- Acabar com o repasse de verbas para a imprensa capitalista
- Organizar um grande plano de obras para recuperar as cidades e acabar com o desemprego.
- Construir moradia popular, expropriar os imóveis ociosos dos capitalistas e dar teto a quem precisa.
- Acabar com a fome, criar um grande projeto de restaurantes populares e dar comida para quem precisa.
- Acabar com as guardas municipais, chega de repressão
“O PCO não participa das eleições para disseminar ilusões”, explicou Victor Assis, candidato do Partido à prefeitura de Recife, em declaração a este Diário. “Nosso objetivo é apresentar um programa revolucionário, que convoque o povo trabalhador a resolver os seus problemas por meio de sua própria mobilização”.
Presente em mais da metade das capitais federais, o PCO promete apresentar um programa alternativo ao programa da direita e da “esquerda pequeno-burguesa”. Durante o lançamento da pré-candidatura de João Caproni Pimenta à prefeitura de São Paulo, o presidente nacional do PCO, Rui Costa Pimenta, chamou a atenção para os “falsos amigos”, que seriam “piores que o inimigo declarado”. Entre os exemplos citados, Pimenta criticou o candidato a prefeito de São Paulo pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que seria “um a cavalo de Troia infiltrado na esquerda”.
Confira abaixo os principais candidatos a prefeito do Partido da Causa Operária nas eleições deste ano na região Norte:
Macapá (AP): Jairo Palheta