Na manhã dessa quarta-feira (2), camponeses e demais integrantes do Comitê de Defesa da Revolução Agrária de Barro Branco (C.D.R.A) realizaram uma panfletagem pelo terrento do Engenho Barro Branco, localizado no município de Jaqueira, na Mata Sul pernambucana. O local foi palco de uma batalha recente entre pistoleiros e apoiadores do comitê, na qual dois camponeses e uma estudante foram baleados.
Intitulado Camponeses de Barro Branco colocam pistoleiros armados para correr, o panfleto detalha a resistência de camponeses locais contra um ataque promovido por pistoleiros que estariam a serviço da Agropecuária Mata Sul LTDA e seu proprietário, Guilherme Maranhão.
Segundo o relato, no dia 28 de setembro, um grupo de 50 pistoleiros, muitos deles policiais à paisana, iniciaram uma ação armada contra a comunidade de Barro Branco. Armados com pistolas e cães de grande porte, os pistoleiros, amparados por uma decisão judicial, destruíram produções agrícolas de três sítios, ergueram cercas elétricas e agrediram o advogado e o presidente da associação local.
No entanto, os camponeses responderam de forma organizada, bloqueando as saídas do local com barricadas e enfrentando os pistoleiros. O panfleto destaca a coragem e união da população local, que, mesmo com a chegada da Polícia Militar, não se intimidou. De acordo com o CDRA, os policiais do 10º BPM, ao invés de proteger os camponeses, “ameaçaram de morte e prisão” os manifestantes. Os pistoleiros, por sua vez, acabaram recuando e, ironicamente, precisaram ser escoltados pela polícia para deixar o local.
Durante a panfletagem os integrantes alertaram para o fato de que uma reintegração de possa já foi emitida em favor dos latifundiários. Caso concretizada, a reintegração afetaria dezenas ou até mesmo centenas de famílias residentes no Sítio Tenório, um dos sítios do Barro Branco.
O apoio dos moradores de Sítio Tenório à luta dos camponeses ficou claro durante a atividade. Na medida em que crescem os ataques dos pistoleiros, cresce também a disposição dos camponeses em lutar pela terra que é sua por direito.