As casas de apostas, conhecidas como “bets”, estão dominando o futebol brasileiro, patrocinando 19 dos 20 times da Série A. Chegaram ao ponto de renomear o campeonato como “Brasileirão Betano 2024”. Esse investimento financeiro das bets, que já ultrapassa R$ 630 milhões, está agora se chocando com a política econômica do governo.
O ministro da economia, Fernando Haddad, defende uma regulamentação rigorosa similar à aplicada para cigarros e bebidas alcoólicas. Não é possível saber ainda como isso impactará essas empresas.
O crescimento das apostas no futebol foi impulsionado por novos contratos de patrocínio, como o do Corinthians e Vasco da Gama, e um aumento significativo nos valores investidos, especialmente em patrocínios máster nos uniformes dos times. Atualmente, 15 dos 20 clubes da Série A têm empresas de apostas exibidas em suas camisas.
O impacto das bets vai além dos clubes. Empresas como a Casa de Apostas também estão adquirindo “naming rights” de estádios, como a Arena Fonte Nova e a Arena das Dunas. Um estudo do Banco Central revelou que milhões de trabalhadores pobres têm destinado recursos a plataformas de apostas.
Além do Brasil, a influência das bets também é global, com casas de apostas patrocinando clubes europeus e competições como a Champions League. Em alguns países, como Espanha e Inglaterra, legislações já começaram a limitar a exibição de propagandas de apostas.
A questão das apostas no Brasil é muito simples. A miséria criada pelo golpe de Estado ampliou muito esse tipo de atividade. É o desespero dos trabalhadores que os faz tentar ganhar em apostas, da mesma forma que em outras apostas populares, por exemplo, a Mega-Sena.
Um governo de esquerda como o de Lula deveria tratar dos problemas sociais e não partir para a repressão. Tirar os trabalhadores da miséria, isso seria a solução para o maior problema das “Bets”. Caso essa política avance inclusive, é muito provável que seja por outros interesses econômicos, afinal Lula não está conseguindo governar com o domínio da direita sobre o Congresso.
Para o futebol a questão é o modelo de investimento. Os clubes, mesmo que não sejam SAFs e os campeonatos foram dominados por capitalistas. As Bets são um setor importante, mas há o caso do Palmeiras que é dominado por um banco, a Crefisa. Esse modelo é um ataque ao futebol nacional.
É um problema da própria estrutura econômica do futebol e, portanto, um dos mais complexos de se solucionar, seria necessária uma mudança revolucionária. Nesse sentido, é preciso apresentar a política revolucionária para o futebol. O controle dos clubes pelas torcidas, ou seja, retirar o controle do esporte dos capitalistas. Não há outra alternativa. Enquanto o futebol continuar sendo dominado por banqueiros, por patrocinadores másters, pelo capitalismo europeu que saqueia os melhores jogadores brasileiros, ele continuará decaindo.
Os torcedores são os verdadeiros interessados no futebol, em mante-lo como o que deveria ser, aquilo que foi criado no Brasil por gênios como Pelé e Garrincha, o futebol arte. Diante da possível crise que será o choque do governo com as Bets é preciso lutar pela saída revolucionária para o futebol. Que as torcidas controlem os clubes, verdadeiros patrimônios do povo brasileiro!