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Pernambuco

Comunidade acadêmica pressiona UFPE para se posicionar em caso de estudante baleada por pistoleiros

Aluna da instituição integra comitê de solidariedade a camponeses posseiros do Engenho Barro Branco, localizado no município de Jaqueira

Um abaixo-assinado circula entre estudantes, professores e membros da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), exigindo um posicionamento firme da reitoria após a tentativa de homicídio contra uma aluna da universidade. O ataque ocorreu no dia 28 de setembro, quando a estudante e dois camponeses foram baleados durante uma ação violenta conduzida por pistoleiros no Engenho Barro Branco, em Jaqueira (PE).

De acordo com o abaixo-assinado, a estudante fazia parte de uma delegação de discentes da UFPE e do IFPE, que participava de uma Missão de Solidariedade organizada pelo Comitê de Apoio aos Posseiros de Barro Branco. O objetivo da missão era documentar a situação, apoiar as famílias camponesas e fornecer itens essenciais como alimentos, roupas, medicamentos e produtos de higiene.

No relato do comitê, a agressão foi realizada por cerca de 50 homens armados, apoiados por 14 caminhonetes e duas retroescavadeiras. A ação, coordenada pela milícia rural de extrema-direita conhecida como “Invasão Zero”, contou com o respaldo da Polícia Militar, que, segundo o documento, “assistiu passivamente e escoltou os pistoleiros que atiraram mais de 100 vezes contra os camponeses”. A resistência das famílias camponesas e apoiadores evitou o que poderia ter sido um massacre.

A comunidade acadêmica exige que a UFPE condene publicamente o ataque e preste apoio à estudante ferida, além de atuar em defesa dos camponeses ameaçados. “Diante da tentativa de massacre e de homicídio contra uma estudante da UFPE, exigimos a punição imediata dos executores e mandantes desse crime”, reivindica o texto.

O município de Jaqueira, onde ocorreu o atentado, está entre os mais violentos do país em termos de conflitos no campo. De acordo com o Relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) de 2023, a região é palco de graves violações de direitos. Casos de sequestros, assassinatos e ameaças de morte contra lideranças camponesas têm se tornado frequentes. “Em 2022, o menino Jonatas, de apenas 9 anos, filho de uma liderança camponesa, foi assassinado dentro de sua casa, invadida por pistoleiros”, destaca o documento, lembrando a gravidade da situação.

O abaixo-assinado conclui com um apelo: “fazemos coro à reivindicação do movimento de que a Reitoria da UFPE se posicione publicamente contra a tentativa de assassinato de uma estudante e preste apoio aos estudantes e camponeses ameaçados”.

Nesta quinta-feira (3), acontecerá um ato em solidariedade aos camponeses posseiros de Barro Branco e para pressionar a Reitoria para que tome uma posição. A manifestação ocorrerá às 16h, no Centro de Educação da UFPE.

Leia abaixo o abaixo-assinado na íntegra:

SOLIDARIEDADE À ESTUDANTE DA UFPE E CAMPONESES BALEADOS E AGREDIDOS EM AÇÃO DA AGROPECUÁRIA MATA SUL EM BARRO BRANCO (JAQUEIRA/PE)

No sábado, dia 28 de setembro, uma estudante da UFPE e dois camponeses foram baleados em uma tentativa de massacre contra os camponeses do Engenho Barro Branco (Jaqueira/PE). A estudante fazia parte de uma delegação de discente da UFPE e IFPE que participavam de uma Missão de Solidariedade, organizada pelo Comitê de Apoio aos Posseiros de Barro Branco. A missão foi organizada para produzir matérias, demonstrar apoio e levar alimentos, roupas, medicamentos e itens de higiene.

Segundo relato do comitê, na manhã do dia 28, cerca de 50 homens armados a mando da Agropecuária Mata Sul, 14 camionetes picapes e duas retroescavadeiras foram usados na ação da milícia rural de extrema-direita “Invasão Zero” para intimidar os camponeses, inclusive com ameaças de morte e destruir os sítios, com a conivência da Polícia Militar, que assistiu passivamente e escoltou os pistoleiros que atiraram mais de 100 vezes contra os camponeses. A resistência heroica das famílias camponesas e apoiadores obrigou os pistoleiros a recuarem. É preciso uma ampla rede de solidariedade política, jurídica e material para impedir novas investidas e o atendimento da demanda dos camponeses de permanecerem nas terras em que vivem e trabalham.

O município de Jaqueira ocupa o sétimo lugar do país em número de conflitos no campo, conforme o Relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), referente ao ano de 2023. No dia 18 de setembro, uma agente pastoral da CPT, foi sequestrada, agredida e ameaçada de morte. Na região da Zona da Mata Sul, em 2022, o menino Jonatas, de 9 anos, filho de uma liderança camponesa, foi assassinado dentro de sua casa, invadida por pistoleiros. São inúmeras as denúncias de violações de direitos das famílias camponesas na região.

Diante da tentativa de massacre e de homicídio contra uma estudante da UFPE, exigimos a punição imediata dos executores e mandantes desse crime e o empenho do poder público para garantir que as terras em disputa sejam destinadas aos camponeses que nela vivem e trabalham.

Fazemos coro à reivindicação do movimento de que a Reitoria da UFPE se posicione publicamente contra a tentativa de assassinato de uma estudante e preste apoio aos estudantes e camponeses ameaçados.

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