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Eleições municipais

A ‘democracia’ está no reino da fantasia da pequena burguesia

Os tempos são muito conflituosos para o candidato estéril tão típico da política morna do imperialismo

A advogada Elisabeth Lopes publicou no sítio Brasil 247 um artigo intitulado Por onde anda a democracia brasileira? trazendo a tese de que “a democracia brasileira sofre recaídas e oscilações” o que coloca o povo brasileiro “na corda bamba em nosso incipiente ambiente democrático”. A origem desse fenômeno, segundo a advogada, seria as camadas mais pobres da população, o que fica explícito quando Lopes diz:

“Nesse horizonte democrático caótico, a fragilidade se expressa em candidaturas autoritárias, relapsas e absolutamente distantes de proposições verdadeiramente progressistas que respondam às necessidades dos estratos sociais menos favorecidos. O povo marginalizado pela alienação que o cega, mergulha em promessas ilusórias dos falsos encantadores não de animais, mas de pessoas ingênuas e desprovidas de qualquer criticidade da plena consciência de sua real materialidade de vida e de suas inúmeras carências.”

A colocação não é outra coisa, mas um preconceito tipicamente pequeno-burguês, de uma classe que se julga superiora pela posição social privilegiada, mas que não é e isso fica evidente pela continuação do texto. No julgamento de Lopes, “é imprescindível que a população pense com seriedade sobre a historicidade da democracia brasileira”, diz a advogada, preocupada com “candidatos assustadores [que] figuram na liderança a cargos municipais importantes que impactarão a vida dos brasileiros”, ao que conclui: “estas figuras grotescas não apresentam propostas que beneficiem as condições materiais de existência, sobretudo, da população desvalida”.

Quem apresenta as tais “propostas” que beneficiam a população? A advogada cita o caso de Porto Alegre, que no entender dela, teria Maria do Rosário (PT) e Juliana Brizola (PDT) As tais “propostas”, no entanto não são mencionadas, de modo que temos de acreditar no que diz a autora ao afirmar que as candidatas do PT e do PDT beneficiam a massa de ignorantes. Dando de barato que as duas candidatas tenham, de fato, “propostas”, por que alguém deveria acreditar nelas?

A autora que dedica tantos caracteres a apontar a falta de educação política da população, demonstra ela própria um atraso enorme ao defender “propostas”. Diferente de Lopes, a classe trabalhadora não se emociona com o que um candidato propõe por uma razão ridiculamente simples: se os currículos são o ponto alto da perfeição humana, o mesmo fenômeno se aplica às promessas eleitorais.

Vacinado quanto a isso, o povo tende a exibir um comportamento absolutamente normal, de ignorar o que um candidato propõe e observar a política por trás. Pouco importa o teleférico proposto por Pablo Marçal para a mobilidade em São Paulo.

À população, importa, isso sim, o fato dele sair do roteiro dos candidatos insossos, um modelo tipicamente tucano e rapidamente identificado pela população como um candidato do sistema, no que estão absolutamente certos. O erro que cometem é o de considerar Marçal um candidato antissistema, porém não se pode culpar o povo por isso quando a própria esquerda repete a loucura a torto e direito.

Esse fator deve ser destacado para demonstrarmos que, ao contrário do que pensa Lopes, se o povo está confuso, a responsabilidade é da esquerda pequeno-burguesa, os “superiores”, os bem-informados pela propaganda do imperialismo que induzem a população ao erro, o que fazem efetivamente ao adotarem uma política tão grotesca quanto a defesa de um regime podre e corrupto, dedicado a esmagar a população pobre. Demonstrando uma clareza muito maior do mundo em que vivem do que a pequena-burguesia, a classe trabalhadora identifica o “sistema” como o responsável pelo empobrecimento em larga escala da população, o desemprego elevado, porém disfarçado por manobras estatísticas e todas as pressões que sofre o proletariado brasileiro, o que continua massacrando o povo, mesmo com Lula na chefia de governo.

Nada mais normal, portanto, do que a população repudiar o regime responsável por tal estado de coisas e apoiar quem identificam como um opositor. Não são as propostas desse ou aquele candidato o que sensibiliza o povo, mas a disposição para uma luta política. Em São Paulo, por exemplo, é nítido que Marçal se apresenta de tal forma e conta com a ajuda imensurável da esquerda para que seu golpe funcione, mesmo sendo um defensor do regime imperialista sem nenhum interesse em levar adiante uma luta contra o sistema de exploração do povo.

“Na cidade de São Paulo o cenário é triste e preocupante com Pablo Marçal e seu histórico de vida nada recomendável. Este candidato tem se mantido com uma boa pontuação nas pesquisas de intenção de votos. Em Porto Alegre o atual prefeito Sebastião Melo, o falso capial, desponta no ranking eleitoral com uma inacreditável vantagem sobre as candidatas progressistas, Maria do Rosário e Juliana Brizola. Ironicamente no decorrer da semana a natureza provou mais uma vez o abandono da cidade por Melo, novamente alagada pela absoluta falta de infraestrutura contra enchentes.”

Como a colocação de Lopes deixa claro, não é só em São Paulo, mas um fenômeno visto em todo o Brasil e no mundo inteiro, o que fica visível se pensarmos em Donald Trump nos EUA e o intrincado malabarismo feito por Emmanuel Macron para impedir uma vitória parlamentar avassaladora da extrema direita francesa. Os tempos são muito conflituosos para o candidato estéril tão típico da política morna do imperialismo, só a esquerda pequeno-burguesa ainda não percebeu. Não culpem, portanto, o povo pela cegueira que está na classe média e não nas massas trabalhadoras.

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