Em um artigo recente, o colunista Mario Vitor dos Santos, do Brasil 247, apresentou importantes informações sobre a suposta expulsão do embaixador brasileiro na Nicarágua, Breno Dias da Costa, que serviu de pretexto para a subsequente expulsão da embaixadora nicaraguense em Brasília, Fulvia Matu. Segundo ele, a situação se desenvolveu em meio a uma crise diplomática que foi amplamente noticiada sem que o governo da Nicarágua tivesse a oportunidade de se manifestar.
De acordo com Santos, a Nicarágua nega a expulsão do embaixador brasileiro e desafia o governo brasileiro a apresentar um documento formal que ateste tal ato. O Itamaraty, por sua vez, não forneceu esse documento e alegou que as comunicações diplomáticas são invioláveis, o que, segundo o colunista, levanta suspeitas sobre a posição do Brasil nesta situação.
O articulista também destaca que a versão brasileira sobre o ocorrido parece ter mudado ao longo do tempo. Inicialmente, o governo afirmava que o embaixador foi “mandado embora” por não comparecer a celebrações da revolução sandinista, mas depois a versão passou a ser que a Nicarágua havia solicitado a retirada do diplomata. Santos esclarece que “expulsar” e “pedir a retirada” são medidas diferentes em diplomacia, e que nenhuma dessas ações foi solicitada pelo governo nicaraguense.
Além disso, Santos sugere que o governo Lula pode ter cedido à pressão da ala bolsonarista do Itamaraty, resultando na expulsão da embaixadora nicaraguense como uma forma de retaliação. O próprio Breno Dias da Costa havia sido indicado para representar o Brasil no país centro-americano não por Lula, mas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Santos ainda acusa a ala bolsonarista do Itamaraty, em colaboração com a “mídia pro-Washington” e criar “fatos consumados”, com o fim de orientar a política externa do Brasil, mesmo sem o respaldo da Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores.