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HISTÓRIA DA PALESTINA

Quem foi Nasseralá? O mestre da resistência, libertador do Líbano

O homem que liderou o Hesbolá durante as duas vitórias mais humilhantes da história de "Israel", e que armou o tabuleiro para a terceira e maior de todas

Em 31 de agosto de 1960, nasceu um menino chamado Hassan na família Nasseralá. Ele era o mais velho de três irmãos e cinco irmãs, e foi criado no bairro de Carantina, uma das áreas mais pobres e da periferia oriental da capital libanesa, Beirute.

Hassan, que mais tarde seria conhecido como Saied, por ser descendente do Profeta Maomé, se tornou um dos mais importantes líderes da luta contra o imperialismo no mundo. O Hesbolpa, sobre sua liderança, derrotou de forma humilhante “Israel” duas vezes, em 2000 e em 2006, e ele ainda preparou o caminho para a terceira e maior de todas as derrotas,

Hassa completou sua educação básica na escola al-Quifá e prosseguiu seus estudos no ensino fundamental na área de Sin el-Fil. Quando começou a chamada Guerra Civil Libanesa, ume intervenção imperialista no Líbano, em abril de 1975, sua família voltou para sua cidade natal, Bazourié, no sul do Líbano, onde ele concluiu o ensino médio. Com apenas 15 anos foi nomeado líder organizacional do Movimento Amal na cidade.

Durante esse periodo no sul do Líbano, ele conheceu o Imã da cidade de Tiro, Said Mohamed al-Gharaui, que ajudou a organizar sua matrícula no seminário religioso de Najaf, no Iraque, no final de 1976.

Ele viajou para Najaf com uma carta de recomendação de al-Gharaui para o aiatolá Saied Mohamad Baqer al-Sadr, que o considerou muito promissor. Al-Sadr, que mais tarde seria torturado e assassinado pelo governo de Sadam, confiou a Saied Abbas al-Mousaui, que mais tarde se tornaria o secretário-geral do Hesbolá, a tarefa de supervisionar e orientar o novo aluno, tanto academicamente quanto pessoalmente.

Saied Hassan retornou ao Líbano em 1978 devido à repressão do regime baathista no Iraque e continuou seus estudos no Seminário Imã al-Muntazar. Neste mesmo ano, “Israel” invadiu o sul do Líbano pela primeira vez. Mas a grande invasão, que alcançou Beirute, aconteceu em 1982. Neste ano foi fundado o Partido de Deus, o Hesbolá, e Nasseralá participou de sua fundação.

Em 16 de fevereiro de 1992, as forças de ocupação israelenses assassinaram Saied Abbas, junto com sua esposa e seu filho de cinco anos. O Conselho da Shura do Hesbolá se reuniu e escolheu Saied Nasseralá como secretário-geral do grupo, apesar de ser relativamente jovem em comparação com outros membros do conselho.

Inicialmente, ele queria rejeitar o caro, pois tinha apenas 32 anos. No entanto, após a insistência da direção, ele completou o restante do mandato de Saied al-Mousaui, que terminou em 1993, e desde então foi reeleito várias vezes. Durante o mandato de Saied Abbas como secretário-geral do Hesbolá, Nasseralá muitas vezes o representava em celebrações, comícios e reuniões do partido.

Umas das primeiras decisões que tomou como secretário-geral foi atacar assentamentos israelenses com foguetes russos Catiusha, está foi a primeira vez que a Resistência Islâmica bombardeou assentamentos israelenses. Foram várias batalhas durante a década de 1990. A Guerra de Sete Dias em julho de 1993, a batalha de abril de 1996. Sua maior conquista foi a própria libertação do Líbano, a histórica vitória de 25 de maio de 2000, quando “Israel” bateu em retirada de forma humilhante. O Hesbolá, sob a direção de Nasseralá, se tornou a organização mais temida por “Israel”, além das organizações palestinas, que são uma ameaça permanente.

A vitória do Hesbolá em 2000 foi uma demonstração tão grande de fraqueza dos israelenses que poucos meses depois os palestinos lançaram um segundo processo revolucionário, a Segunda Intifada, que alçou o Hamas a ser a organização mais popular do país.

Em 2004, Nasseralá teve um papel crucial na negociação de uma importante troca de prisioneiros entre o regime israelense e o Hesbolá, o que resultou na libertação de centenas de prisioneiros libaneses e palestinos mantidos ilegalmente por Israel. Esta troca de prisioneiros consolidou ainda mais sua reputação como um diplomata habilidoso. Ela também conquistou a devolução dos restos mortais de seu filho, que havia sido assassinado pelas forças israelenses em 1997. O martírio de seu filho sempre foi algo que lhe deu legitimidade, pois toda a sua família estava dedicada a libertação do Oriente Médio.

A liderança de Nasseralá durante a Guerra de 33 dias no Líbano, em 2006, solidificou ainda mais sua reputação como o líder da resistência, tanto no Líbano quanto no mundo árabe e islâmico, em geral. Aqui foi crucial também a participação do general Qassem Soleimani, o arquiteto do Eixo da Resistência. O Hesbolá sempre foi a linha de frente do Eixo, a mais poderosa das organizações fora o próprio Irã.

A capacidade do partido de resistir aos ataques aéreos e ofensivas terrestres de “Israel”, e de continuar lançando foguetes e mísseis contra territórios ocupados, demonstrou seu enorme poder militar. Foi uma derrota tão humilhante para os sionistas que muitos no mundo nem sabem que essa guerra existiu devido a pouca divulgação na imprensa imperialista.

Depois disso, Nasseralá foi muito importante no apoio ao governo do presidente Bashar al-Assad da Síria. O imperialismo armou diversas milícias para derrubar o governo, incluindo o próprio Estado Islâmico. O Hesbolá foi crucial, enviou combatentes para o país árabe para lutar ao lado das forças do governo sírio. A derrota do imperialismo na Síria, também puco divulgada, foi um dos momentos mais importantes para a formação do Eixo da Resistência. O Líbano inclusive estaria isolado caso o governo da Síria tivesse caído.

O último grande feito do Hesbolá, sob a direção de Nasseralá, foi prepara a guerra contra “Israel” que está acontecendo desde o dia 8 de outubro de 2023. O Partido de Deus, mais uma vez, foi quem mais impôs derrotas a “Israel” no último ano, fora os próprios palestinos. Nasseralá montou uma armadilha para os sionistas que até hoje eles não conseguem sair. A única alternativa que o sionismo tem são os assassinatos e os bombardeios, algo que não funcionou em Gaza e não funcionará no Líbano.

O assassinato de Nasseralá gerou fúria no mundo inteiro. Na Jordânia, no Iraque, a embaixador dos EUA quase foi invadida. No Barém o governo botou as tropas para reprimir o povo que saiu às ruas aos gritos em defesa do Hesbolá. O Homem que derrotou “Israel” duas vezes era uma das figuras mais populares do mundo inteiro.

Nasseralá não aparecia em público há muitos anos, ele sabia que era o número um na lista de assassinatos dos sionistas. Apesar de ser uma grande perda, assim como os assassinatos de Hanié do Hamas e de outros líderes do Hesbolá, a resistência está ciente de que suas lideranças podem ser assassinadas a qualquer momento. Ou seja, já se prepararam para esse momento e já sabem como usá-lo para infligir um dano ainda maior contra “Israel”. Seu martírio apenas dará mais força para a resistência no mundo inteiro.

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