Recentemente, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que irá ampliar a doutrina nuclear de seu país para incluir a resposta a ataques realizados com tecnologia de mísseis avançados, provenientes de países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), braço militar das potências imperialistas. “A agressão contra a Rússia por qualquer Estado não nuclear (…) apoiado por uma potência nuclear deve ser tratada como um ataque conjunto”, declarou Putin.
Atualmente, a doutrina nuclear russa, estabelecida por um decreto de 2020, prevê o uso de armas nucleares em caso de um ataque nuclear ou de uma agressão convencional que ameace a existência do Estado. Nos últimos meses, no entanto, o presidente ucraniano, Vladimir Zelenski, tem solicitado que mísseis de longo alcance dos Estados Unidos e do Reino Unido sejam empregados para atingir alvos no território russo. A lenta, porém contínua, progressão russa no leste da Ucrânia tem levado o governo fantoche da OTAN a perder territórios, o que fez Zelenskii clamar ao imperialismo para que cruzasse as “linhas vermelhas” estabelecidas por Moscou.
As declarações de Putin, por sua vez, não dizem respeito apenas a um conflito em específico. Por mais que o regime ucraniano esteja cada vez mais desesperado, não é a Ucrânia que está em questão, mas sim o conjunto da dominação imperialista. O imperialismo sofreu tantas derrotas no último período que está disposto a ir para o “tudo ou nada” nas guerras em que está envolvido.
Putin tem consciência disso. Mais consciente que muitos setores da esquerda acerca dos interesses do imperialismo, Putin sabe que os Estados Unidos, o Reino Unido, a França, a Alemanha e o Japão não irão permitir, pacificamente, que países como China, Rússia e Irã ajudem outros países a se libertarem do jugo imperialista.
Para um país conseguir efetivamente se libertar da ditadura imperialista, não há outro caminho que não seja a guerra. A única forma de conquistar a liberdade é respondendo os ataques armados dos países imperialistas com mais armas. E é isso o que Putin está dizendo para todo o mundo: se o imperialismo quer guerra, é guerra que irá ter.