O ProMorar foi lançado após as cheias devastadoras de 2022 que deixaram 133 mortos em Recife, foca em 40 comunidades, sendo 17 conhecidas até o momento. Os moradores têm medo e falta de informações sobre desapropriações e compensações. Organizações como a Articulação Recife de Luta estimam que mais de 3 mil famílias poderão ser removidas. Apesar do programa prever a participação das comunidades no planejamento, a falta de comunicação e o aumento das margens de rios, aproximando a água das casas, preocupa ainda mais os residentes.
O parque alagável de Ipsep é um exemplo. Embora a prefeitura tenha garantido que indenizou todos os imóveis demolidos, moradores consideraram os valores injustos. Além disso, as margens ampliadas aproximaram o rio das casas, gerando novos temores de inundações. Em outras áreas, como Jardim Uchôa, a situação é ainda mais crítica, com 3 mil moradores vivendo em condições precárias e sem início das obras prometidas pelo ProMorar, elevando a incerteza sobre as intervenções.
O Ministério Público de Pernambuco abriu um procedimento administrativo para monitorar o andamento do ProMorar, exigindo mais transparência nas ações e audiências públicas. Muitas comunidades vivem o dilema de esperar por melhorias, mas sem garantias de moradia digna ou compensações adequadas, como visto em localidades como Sapo Nu e Vila Arraes.
Mais uma vez os projetos das empreiteiras, até quando tem uma relevância social, esmagam os trabalhadores brasileiros. As famílias devem ter o direito não apenas de indenização, mas de uma moradia digna. Nenhum despejo pode ser realizado, todos os moradores devem ser convencidos de sair de suas casas por propostas decentes de moradia.