Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) defenderam a adoção de métodos de “negociação e conciliação” em “conflitos por terra entre fazendeiros e índios”. A tese em si é absurda. Não existe conflito, existe massacre dos índios desarmados pelos agentes dos latifundiários.
Esse apoio foi manifestado por ministros como Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Luís Roberto Barroso, na abertura da sessão plenária de quinta-feira (26). A discussão surgiu após o STF alcançar um acordo de conciliação envolvendo a demarcação da Terra Indígena Ñande Ru Marangatu, no Mato Grosso do Sul, um conflito que se arrastava desde 2005, com episódios recentes de violência.
A “solução” incluiu o pagamento de indenizações a latifundiários que ocupavam a terra, com valores pagos pela União e pelo estado de Mato Grosso do Sul. Nem mesmo as organizações mais moderadas, ligadas as ONGs imperialistas, defendem esse tipo de “conciliação”.
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) se retirou de uma câmara de conciliação no final de agosto, criticando a manutenção o marco temporal, um ataque brutal aos índios. A Apib argumenta que essas negociações ocorrem em um contexto de desigualdade, sem garantias suficientes para proteger os índios.
Nesse caso estão corretos, apenas argumentam de forma branda. A negociação entre o índio e o latifundiário é tão democrática quanto a negociação entre o guarda penitenciário e o prisioneiro. É um conceito absurdo. O latifúndio é responsável pelo massacre dos índios e de toda a população rural do Brasil. Ele precisa acabar, caso contrário não há paz para a população rural brasileira.