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África

EUA escancaram o lado do imperialismo na crise do Sudão

Supostamente atuando como “mediador”, EUA interferem no conflito, contrariando uma das partes, justamente o governo de fato do general Abdel Fattah al-Burhan

Apesar de toda a conversa fiada de que a China estaria controlando cada vez mais a África, em virtude de uma série de investimentos em obras de infraestrutura nos países africanos, os Estados Unidos demonstram dia após dia o que significa ser um país imperialista de verdade. Atualmente, estão intervindo abertamente na política interna do Sudão, a partir da farsa de serem “mediadores” imparciais do conflito.

Na prática e como de costume, os norte-americanos pressionam um dos lados para fomentar o outro. Na situação atual do Sudão, os EUA demonstram em suas ações um apoio às Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), grupo surgido em 2013 para apoiar o governo de Omar al-Bashir, derrubado por um golpe de Estado em 2019. O grupo é liderado pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como “Hemedti”, dissidente do Conselho Soberano de Transição do Sudão.

Um dos pontos centrais da ruptura com o governo de fato do general Abdel Fattah al-Burhan foi justamente o papel que seria atribuído às RSF no exército do país. O conflito provocou o deslocamento forçado de 12 milhões de pessoas, sendo 10 milhões deslocadas no interior do país e outros dois milhões para países vizinhos. Essa situação veio acompanhada de uma crise humanitária, marcada pela escassez de alimentos, remédios e suprimentos, em um país com imensas reservas naturais de ouro e petróleo.

Uma matéria publicada pelo órgão de imprensa russo RT informa que em agosto, o Secretário de Estado norte-americano Antony Blinken organizou uma rodada de negociações pela paz no Sudão. O evento em Genebra, Suíça, teria como objetivo discutir a crise humanitária e estabelecer um cessar-fogo. No entanto, a “negociação de paz” não contou, justamente, com representantes do governo de Abdel Fattah al-Burhan.

O governo apresentou uma série de argumentos para se recusar a participar do evento organizado pelo imperialismo. A falta de comprometimento dos representantes dos EUA em pressionar as forças rebeldes a implementar o que havia sido acordado na Declaração de Jeddah foi apontada como um fator chave.

Esse acordo, assinado em maio de 2023 com a mediação dos Estados Unidos e da Arábia Saudita, previa uma série de ações para resguardar a população civil do país durante o desenrolar do conflito. As RSF acumulam uma série de acusações de crimes contra a população civil. Entre os crimes, que constam em relatório da Anistia Internacional de 2023, estão ataques a civis, tortura, violência sexual e recrutamento forçado de crianças e jovens, tudo isso em larga escala.

Outro ponto de divergência foi a insistência dos norte-americanos em envolver os Emirados Árabes Unidos no processo de negociação de paz. O governo sudanês recusou, diante de acusações de que o país estaria financiando as RSF, com cifras na casa das centenas de milhões de dólares. Ou seja, um dos lados do conflito é financiado por um país vizinho, o que configura uma violação da soberania do Sudão.

Os EUA querem que o governo do Sudão aceite isso e inclusive peça a bênção dos emiradenses para negociar a paz com as RSF. Essa abordagem unilateral, obviamente, não poderia resultar em um processo de negociação produtivo.

Liderado pelos EUA, o imperialismo está numa etapa de contraofensiva após uma série de derrotas: Afeganistão, Síria e Ucrânia, entre outras. Sua resposta tem sido um aprofundamento desesperado na intervenção em países menos desenvolvidos, seja promovendo guerras, golpes de Estado ou quaisquer mecanismos para desestabilizar governos que não estejam integralmente sob seu controle. Uma contraofensiva que, ao invés de ser uma demonstração de força, expõe o desespero por obter pequenas vitórias, desestabilizando países menores do que os três principais alvos do imperialismo atualmente: China, Irã e Rússia.

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