No dia 1º de outubro de 1985, o exército israelense executou a Operação Perna de Pau, um ataque aéreo que visava a sede da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em Hammam Chott, na Tunísia.
Após a retirada do Líbano em 1982, a OLP transferiu sua sede para a Tunísia. Em abril de 1985, o serviço de inteligência israelense disse ter interceptado um plano da OLP para realizar um ataque em solo israelense. Em resposta, o ministro da defesa israelense, Isaque Rabin, ordenou a elaboração de um plano de retaliação contra a sede da OLP na Tunísia. Diversas opções foram consideradas, incluindo um ataque por tropas terrestres ou um bombardeio aéreo. A decisão final foi pelo ataque aéreo.
A operação envolveu oito caças F-15 israelenses, apoiados por aviões-tanque para reabastecimento durante o trajeto de mais de 2 mil quilômetros até o alvo. Às 7h da manhã, os aviões decolaram da base aérea de Tel Nof e, após duas horas de voo, lançaram mísseis guiados contra os prédios da OLP. Segundo “Israel”, a operação teria sido “precisa” e teria deixado 60 membros da OLP foram mortos, incluindo líderes importantes. No entanto, várias fontes apontam que o número de mortes foi consideravelmente maior e que a maioria das vítimas eram civis tunisianos e palestinos.
A Operação Perna de Pau provocou uma onda de condenações internacionais. O Conselho de Segurança da ONU aprovou a Resolução 573, que classificou o ataque como uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas e afirmou o direito da Tunísia a reparações. Mesmo os Estados Unidos absteve-se na votação e criticou o ataque como inaceitável. O presidente tunisiano, Habib Bourguiba, contudo, acusou os EUA de terem colaborado com “Israel” na operação.
Além de abalar as relações diplomáticas entre a Tunísia e os EUA, o ataque afetou o “processo de paz” que vinha se desenvolvendo entre “Israel” e o governo capitulador do Egito.