O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, a despeito do posicionamento do presidente Lula em uma capitulação ao imperialismo na ocasião da tentativa de golpe de Estado na Venezuela durante as últimas eleições venezuelanas, continua se mantendo forte como um líder aliado de todos os movimentos de luta popular da esquerda latino-americana.
No dia 23, última segunda-feira, Maduro foi anunciou um projeto de parceria com o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem terra), o maior movimento de luta pela terra do Brasil, em um evento com a presença da coordenadora da venezuelana Brigada dos Sem Terra, Simone Magalhães, do ministro das comunas da Venezuela, Ángel Prado, e das principais lideranças do MST, como João Pedro Stédile.
Maduro se declarou admirador do movimento durante o evento e reconheceu que o modelo agrário do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra é uma referência para todo o campesinato sul-americano não só na produção de alimentos, mas também na construção de uma nova economia e sociedade.
Foi-se acordado pela produção em conjunto de alimentos em terras de mais de 10000 hectares no estado venezuelano de Bolívar. O MST atua na Venezuela há quase 20 anos em aliança com comunidades locais, auxiliando em projetos de agroecologia, além de capacitação técnica e produção de alimentos orgânicos. Segundo Maduro foi formada uma equipe para acompanhar esse trabalho.
Maduro em discurso exaltou com muito orgulho o fato de que durante os 120 anos da primeira vez que o petróleo se tornou hegemônico na economia do país os alimentos nunca foram produzidos na Venezuela, mas que agora todos os alimentos que vão para as mesas das famílias venezuelanas são produzidos dentro do país, em uma grande demonstração de soberania nacional.
Ele também fez questão de destacar o quão fundamentais tem sido os papeis das comunas e dos conselhos comunais no desenvolvimento agrário do país reafirmando seu compromisso com o fortalecimento do movimento revolucionário e alertando sobre o risco de estagnação: “o pior que pode acontecer a um movimento revolucionário é se acomodar e não traçar novos horizontes“, ressaltando que o que a Venezuela fez diante das sanções internacionais e da crise econômica é um milagre econômico.
“A Venezuela conseguiu, na economia, um milagre como resultado de um plano”, disse ele, referindo-se à capacidade do governo de manter serviços essenciais como educação e saúde, apesar da perda de renda. O que aconteceria na Alemanha e em outros países se eles perdessem 99% de sua renda?”, perguntou.
Por fim, Maduro pediu para se acelerar o esforço para a consolidação desses avanço, garantindo que um novo momento chegou para a Venezuela no contexto político da América do Sul e do mundo.