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América do Sul

Venezuela reage a provocação e pede prisão de Milei

Regime chavista acusa presidente argentino de violar convenções em caso de sequestro de avião

Nessa terça-feira (24), o Ministério Público da Venezuela solicitou a prisão do presidente da Argentina, o fascista Javier Milei. De acordo com o procurador-geral do país, Tarek William Saab, Milei teria violado convenções contra a criminalidade organizada “por ter sequestrado um avião, desmantelado a aeronave e ter causado danos ao patrimônio nacional”. Saab também anunciou que o Ministério Público solicitou que Javier Milei, sua irmã, Karina Milei, e a ministra argentina da Segurança, Patricia Bullrich, fossem incluídas no alerta vermelho da Organização Internacional de Polícia Criminal (INTERPOL).

O Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela já acatou o pedido do Ministério Público e emitiu um mandado de prisão contra os argentinos.

O caso que motivou o pedido de prisão é um escândalo que veio à tona em fevereiro deste ano. No dia 12 daquele mês, a Venezuela acusou a Argentina e os Estados Unidos de promoverem um “roubo descarado” de uma aeronave Boeing 747 pertencente à estatal venezuelana Emtrasur. O avião foi enviado, por ordens de Milei, para a Flórida, nos Estados Unidos, após ter ficado dois anos retido em Buenos Aires.

Na época, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, já havia declarado que a medida “viola todas as normas que regulam a aeronáutica civil, assim como os direitos comerciais, civis e políticos da empresa em questão, colocando em risco a segurança aeronáutica da região”.

O próprio Departamento de Justiça dos Estados Unidos confirmou a apreensão, alegando que, antes de pertencer à estatal venezuelana, a aeronave havia sido adquirida pela empresa iraniana Mahan Air, companhia aérea que é alvo das sanções criminosas impostas pelos Estados Unidos à República Islâmica.

“A Mahan Air – conhecida por transportar armas e caças para o Corpo da Guarda Revolucionária Iraniana e para o Hesbolá – violou nossas restrições à exportação ao vender este avião a uma companhia aérea de carga venezuelana. Agora, [o avião] é propriedade do governo dos Estados Unidos”, disse Matthew S. Axelrod, secretário adjunto de Fiscalização de Exportações, conforme o comunicado do Departamento de Justiça.

O Boeing 747 da Emtrasur estava na Argentina desde 2022, quando pousou após um voo oriundo do México. Desde então, ficou retida no país para investigações na Argentina e a pedido do judiciário dos EUA. Chama a atenção que, naquele momento, o presidente argentino ainda era o peronista Alberto Fernández – o que mostra que esse governo, ainda que não fosse completamente submisso ao imperialismo, como é o governo Milei, já estava completamente infiltrado por agentes norte-americanos.

A Venezuela afirmou que o envio do avião para os Estados Unidos se inseria em uma lista de “agressões criminosas” contra o país, que inclui sanções e o “sequestro de ativos”, como a confiscação da empresa CITGO, filial da petroleira estatal PDVSA, nos Estados Unidos.

Ao pedir a prisão de Milei, Tarek William Saab também comentou o recente pedido de prisão de Nicolás Maduro feito pelo governo argentino, afirmando ser “uma retaliação e uma manobra grosseira”. Ele disse ainda que “hipocrisia da Argentina em relação a essa matéria de direitos humanos transcende fronteiras” e que a nação venezuelana continua sendo assediada por potências estrangeiras, utilizando o presidente da Argentina, a quem classificou como mentalmente perturbado.

O cínico pedido de prisão contra Maduro foi feito após uma suposta investigação conduzida pela Câmara de Deputados da Argentina.

“Foi comprovado que existe na Venezuela um plano sistemático de repressão, desaparecimento forçado de pessoas, tortura, homicídios e perseguição contra uma parte da população civil, desenvolvido – pelo menos – desde o ano de 2014 até o presente”, diz um trecho da decisão, divulgado pelo jornal La Nación.

Nenhuma prova, no entanto, foi apresentada.

A Venezuela tem sido constantemente apresentada como um país que “viola os direitos humanos” por parte dos organismos internacionais sob controle do imperialismo. Ao passo que nenhuma dessas violações são provadas, o que tem sido frequentemente provado são as tentativas do imperialismo de desestabilizar o regime chavista por meio da violência. Recentemente, o opositor Edmundo González deixou a Venezuela após um acordo com o regime, o que deixou claro que as acusações de que há uma “ditadura” no país caribenho são uma farsa.

No mesmo pronunciamento em que revelou o pedido de prisão de Milei, Tarek William Saab, informou que o Ministério Público iniciou uma investigação sobre a plataforma “Ya Casi Venezuela”, que estaria arrecadando fundos para contratar mercenários que agredissem a Venezuela. Saab enfatizou que “quem colaborar entregando dinheiro à referida plataforma é cúmplice de crimes graves. É um crime nacional como transnacional”.

Saab acrescentou que, nos últimos sete anos, 644 pessoas foram condenadas por violar os direitos humanos na Venezuela, afirmando que “não temos dupla moral, investigamos as violações de direitos humanos que ocorrem em nosso país. É uma questão de Estado”. Por fim, acusou os hipócritas “defensores dos direitos humanos” de querer fazer na Venezuela o que estão fazendo em Gaza e agora no Líbano, com o ataque desmedido por parte de Israel”.

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