A greve de 33 mil trabalhadores da Boeing nos EUA, representados pelo sindicato International Association of Machinists and Aerospace Workers (IAM), continua após a rejeição de uma oferta final de aumento salarial de 30% em quatro anos. O sindicato recusou a proposta, argumentando que ela não foi negociada e não atende às exigências dos trabalhadores. A Boeing ofereceu um bônus de desempenho, melhorias nos benefícios de aposentadoria e um bônus de ratificação de US$ 6.000, caso a oferta fosse aceita até sexta-feira.
O IAM criticou a Boeing por enviar a proposta diretamente aos trabalhadores e à imprensa sem discussão prévia com o sindicato, considerando essa tática de desrespeitosa e prejudicial ao processo de negociação. O sindicato afirmou que não realizará uma votação sobre a oferta e que a empresa está tentando dividir os trabalhadores e enfraquecer a solidariedade sindical. O presidente do IAM, Jon Holden, destacou que a oferta não abordou pontos importantes levantados pelos membros, e que organizar uma votação rápida para 33 mil trabalhadores seria inviável.
John Lentz, um eletricista da Boeing que está atuando na greve afirmou que a forma como a Boeing ignorou os negociadores sindicais ao anunciar a oferta “parece ser meio suspeita. Temos pessoas designadas para negociar por nós”.
A Boeing, por sua vez, defendeu que a oferta incluiu melhorias significativas após uma mediação federal. A empresa está sob pressão para cumprir a entrega de 30 jatos 737 Max para a Ryanair até junho, mas o impacto da greve pode atrasar as entregas em várias semanas. A Ryanair está trabalhando com a Boeing para mitigar os atrasos, enquanto a empresa aérea e o sindicato aguardam o desfecho das negociações.
Essa é uma das maiores greves da história da produtora de aeronaves e uma das greves mais importantes dos EUA do último ano. Ela demonstra uma tendência de luta da classe operária norte-americana.