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'Israel'

Nota da FISESP é provocação policialesca contra José Dirceu

Federação sionista publicou texto contra ex-ministro da Casa Civil

Em nota publicada no dia 23 de setembro, a Federação Israelita do Estado de São Paulo (FISESP) publicou uma nota criticando as moderadas declarações de José Dirceu (PT), ex-ministro da Casa Civil e ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), acerca da guerra entre o povo palestino e o Estado terrorista de “Israel”. As declarações de Dirceu foram concedidas ao jornal Folha de S.Paulo.

Como é da natureza do sionismo, a nota apresenta uma série de expressões e frases soltas, sem que seja fornecido o seu devido contexto, procurando apresentar Dirceu como um alguém que, sabe-se lá por que, odeia os judeus. O método da FISESP apenas escancara seus interesses inescrupulosos: na medida em que não têm a hombridade de admitir que defendem um genocídio, os sionistas agarram-se a acusações toscas contra quem denuncia os crimes de guerra de “Israel”.

A nota começa dizendo que, “na data de hoje, o ex-ministro José Dirceu, em entrevista à Folha de S. Paulo, afirmou que ‘o povo palestino’ tem o direito ‘sagrado’ de ‘se levantar em armas contra a ocupação de Israel'”. E por que Dirceu teria dito isso? Será que integra alguma seita de pessoas que gostam de matar judeus? Não.

Como o próprio Dirceu explicou em entrevista e a FISESP fez questão de esconder, o petista considera legítimo o levante armado palestino porque isso “está na Carta das Nações Unidas”. Isto é, o direito de se pegar em armas contra uma ocupação ilegal é previsto pelo próprio Direito Internacional.

Dirceu não está defendendo nada em específico contra os judeus ao defender o direito ao levante armado palestino. São os sionistas que, ao protestarem contra isso, se chocam contra o Direito Internacional.

A FISESP também esconde que Dirceu classificou “Israel”, como “uma ocupação”, “colonialismo”, “segregação” e um “apartheid social grave”. Antes de fazer alarde com a fala do ex-ministro, a federação sionista deveria explicar porque acha injusto que um povo se revolte contra um regime desta natureza.

“Israel” é uma ocupação porque, como todos sabem, se estabeleceu após um processo artificial de migração de povos europeus para um território onde já havia um povo. A Palestina já era habitada pelos palestinos, e acabou sendo dividida em 1948 por uma decisão burocrática da Organização das Nações Unidas (ONU), garantida por meio da chantagem e da corrupção dos países imperialistas. Essa decisão – diga-se de passagem – foi tomada à revelia dos países árabes, que eram os maiores interessados.

Tanto os territórios inicialmente cedidos a “Israel” pela ONU quanto os territórios futuramente roubados pelos sionistas só puderam passar às mãos dos colonizadores por meio da mais bruta força. Por isso se fala em “ocupação” e “colonialismo”.

E por isso que toda reação dos oprimidos não poderia ter outra causa que não a violência dos opressores: é a reação de um povo que está, há sete décadas, sendo expulso de suas terras. Negar o direito ao levante é, necessariamente, defender a limpeza étnica desse povo.

A “segregação” e o “apartheid social grave” vão no mesmo sentido. Eles são prova de que os crimes de “Israel” não ficaram apenas no passado. Não bastou ter expulsado milhões de pessoas de suas terras, estuprado suas mulheres, roubado suas propriedades e matado suas crianças.

Os palestinos que ficaram nos territórios ocupados por “Israel” vivem como cidadãos de terceira classe, sem direitos, como eram os negros sul-africanos da época do apartheid. Negar o direito ao levante armado é, portanto, defender a existência de um regime supremacista.

A nota da FISESP qualifica a defesa do levante armado como “uma afirmação ultrajante, que busca a legitimação do maior atentado terrorista da história israelense, no qual mais de 1200 pessoas foram brutalmente assassinadas por integrantes do Hamas, que invadiram o sul de Israel e atiraram sem distinção contra homens, mulheres, crianças, idosos e bebês”.

Aqui, a mentira se junta à picaretagem. A picaretagem é que, ainda que fosse verdade o que diz a FISESP, isso significaria que, para os sionistas, a vida de 1.200 supostos israelenses valeriam mais que as mais de 40 mil vidas palestinas ceifadas – ou 200 mil, se considerados os palestinos mortos em decorrência de outros problemas causados por “Israel”, como a falta de hospitais.

Se a FISESP acha razoável dizer que 200 mil pessoas foram mortas – e outros dois milhões passam fome – por causa do suposto assassinato de 1.200 pessoas, somos obrigados a dizer que, para a FISESP, os palestinos não são seres humanos. São animais, cuja vida de nada vale – o que, inclusive, coincide com a opinião dos israelenses, que tratam os palestinos como cidadãos de terceira classe.

O pior de tudo é que nem a história das 1.200 pessoas mortas pelo Hamas é verdade. Segundo o próprio governo israelense, apenas 800 dos mortos seriam civis – 300, por sua vez, seriam alvos militares e, portanto, absolutamente legítimos. Além disso, vídeos já comprovaram que soldados israelenses mataram seus próprios cidadãos de atirando de helicópteros.

Nas últimas semanas, artigos em órgãos da imprensa internacional comprovaram que “Israel”, no dia 7 de outubro, fez uso da Diretriz Aníbal, que orienta seus soldados a assassinarem os seus cidadãos para evitarem que se tornem reféns. Sendo assim, parte considerável desses 800 foram mortos pelas mãos dos próprios sionistas.

A FISESP ainda acusa Dirceu de “confundir o povo palestino com o grupo terrorista [sic] Hamas”. Ora, quem confunde um com o outro é o governo de Benjamin Netaniahu. Afinal, o primeiro-ministro prometeu extinguir o Hamas e, em nome desse objetivo, está extinguindo o povo palestino.

Ao defender o levante armado, por sua vez, Dirceu não fez confusão alguma. Em primeiro lugar, o Hamas é o partido mais popular de toda a Palestina: é apoiado pela esmagadora maioria da população da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.

Em segundo lugar, a Operação Dilúvio de al-Aqsa, deflagrada em 7 de outubro de 2023, não é levada adiante apenas pelo Hamas, mas por absolutamente todas as forças da Resistência Palestina. Recentemente, 14 organizações políticas, incluindo o Hamas e o seu rival Fatá assinaram uma declaração conjunta em apoio à guerra de libertação contra o Estado de “Israel”.

A nota sionista também reclama porque Dirceu “silenciou a respeito da utilização de violência sexual contra mulheres israelenses como instrumento de guerra”. E fez bem. Ninguém nunca viu as provas das tal “violação sexual contra mulheres israelenses”.

O que se viu, por dezenas de vezes, foram denúncias fabricadas por Organizações Não Governamentais (ONGs) sendo estampadas nos jornais, mas sem qualquer comprovação. Enquanto isso, chovem denúncias e provas de que os israelenses não apenas estupram as mulheres palestinas, mas que até mesmo treinam cachorros para estuprarem os prisioneiros palestinos.

O cinismo da FISESP não para por aí. A entidade sionista também choraminga porque Dirceu nada disse sobre os mais de 250 reféns de diversas nacionalidades que foram sequestrados, dos quais apenas 101 continuam sob poder dos terroristas do Hamas”.

E o que teria de dizer? Se o povo palestino tem o direito sagrado a pegar em armas contra os seus colonizadores, é óbvio que também têm o direito de fazer prisioneiros como parte de sua luta. O que é inacreditável é que a FISESP se cale diante dos mais de 10 mil palestinos presos de maneira arbitrária no último ano. Esses, ao contrário dos prisioneiros do Hamas, estão sendo torturados.

O caso dos prisioneiros palestinos mostra, uma vez mais, a escória humana que são os sionistas. Para eles, os 101 presos sob tratamento digno sofrem mais que os 10 mil presos que estão sob tortura.

Em mais um espetáculo de cinismo, a FISESP diz ainda que “Israel não ocupa a Faixa de Gaza há quase 20 anos, oportunidade em que deixou o território para que o povo palestino pudesse decidir seu próprio futuro, sonho que acabou sendo apropriado por radicais que se recusam a aceitar a existência do país vizinho”.

Só faltou dizer, em primeiro lugar, que “Israel” não “deixou o território”, mas foi expulsa por uma verdadeira insurreição popular. E, em segundo lugar, que, embora não tivesse conseguido ocupar a Faixa de Gaza, “Israel” impôs um cerco criminoso, responsável por inúmeras mortes por causas desnutrição e doenças contagiosas.

A FISESP encerra sua nota reclamando porque Dirceu afirmou que “no Brasil nunca teve antissemitismo”. A FISESP tanto sabe que o ex-ministro tem razão que não apresenta um único fato para contra-argumentar, limitando-se a dizer que, “nós, judeus brasileiros, adoraríamos viver no país representado no imaginário do ex-ministro. Mas sabemos a realidade, vivemos a realidade e, justamente por isso, continuaremos agindo para modificá-la”.

Fato é que quem está sendo perseguido no Brasil não são os judeus. Não há um único caso registrado de perseguição real no País desde 7 de outubro de 2023. Por outro lado, os defensores do povo palestino são cada vez mais perseguidos.

Recentemente, o jornalista Breno Altman foi condenado por chamar um ex-soldado israelense de “covarde”. Pouco tempo depois, Lucas Passos Lima, um brasileiro que viajou a trabalho para o Líbano, foi condenado a 16 anos de cadeia por supostamente planejar um atentado terrorista a mando do Hesbolá!

O que há no Brasil, muito longe de qualquer “antissemitismo”, é uma caça às bruxas promovida pelo Judiciário e pela Polícia Federal sob ordens dos serviços de inteligência de “Israel” e dos Estados Unidos. E a FISESP, como parte dessa engrenagem repressiva, deixa a sua contribuição, tentando colocar um aliado histórico do presidente Lula na mira das autoridades teleguiadas pelo Mossad.

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