No último domingo (22), o partido revolucionário libanês Hesbolá (“Partido de Deus”, em árabe) deu início a retaliação prometida contra “Israel”, após os atentados cometidos pela entidade sionista na semana passada e que resultaram em pelo menos 11 mortos e quatro mil feridos. Os revolucionários libaneses realizaram uma série de ataques contra o norte do enclave imperialista, demonstrando ainda a total falência do sistema de defesa conhecido como “Domo de ferro”. Segundo “Israel”, foram mais de 100 projéteis disparados do Líbano que cruzaram os céus do país artificial. No Telegram, o partido libanês destacou:
“Em uma resposta inicial ao massacre brutal cometido pelo inimigo israelense em várias regiões libanesas na terça e na quarta-feira (o massacre do Pager e dos dispositivos sem fio), bombardeamos os complexos de indústrias militares da empresa Rafael, especializada em meios e equipamentos eletrônicos, localizada na área de Zevulun, ao norte de Haifa, com dezenas de mísseis Fadi 1, Fadi 2 e Katyusha, às 6h30 da manhã deste domingo, 22 de setembro de 2024”.
A retaliação se deu por meio de duas operações, que atingiram o Aeroporto Militar de Ramat David, a sudeste de Haifa. A base abriga esquadrões da força aérea e jatos de combate e é a única no norte do país, sendo usada para operações aéreas israelenses contra o Líbano.
Segundo o jornal The Cradle, o impacto dos ataques provocou incêndios e causou queda de energia. Os foguetes também chegaram até a cidade de Nazaré durante o primeiro e o segundo ataques à base aérea de Ramat David, desencadeando também outro grande incêndio.
Na ocupação imperialista, a emissora Channel 12 informou que, grandes áreas do norte foram alvo de bombardeios. As sirenes de alarme soaram 11 vezes durante a noite em várias áreas da região, enquanto foram registrados pelo menos três grandes bombardeios. As forças armadas sionistas também reagiram no Telegram, informando:
“Após as sirenes que soaram às 4h48 e às 5h10 na área do Vale de Jezreel, aproximadamente 20 projéteis foram identificados atravessando do Líbano para o território israelense. A maioria dos projéteis foi interceptada, e o restante caiu em áreas abertas. Não houve registro de feridos”.
Apesar disso, o jornal sionista Yedioth Ahronoth informou que hospitais do norte de “Israel” adotaram protocolos de emergência, que incluem estocagem de suprimentos e medicamentos, além do fechamento de escolas. A região norte da ocupação fora transformada em uma “área deserta” segundo o órgão.
O também sionista Times of Israel informou além do enclave, escolas também foram fechadas nas colônias ilegais localizadas nas Colinas de Golã, território sírio ocupado por “Israel”, na região da Galileia.
Na rede social Telegram, o partido libanês divulgou a seguinte mensagem:
“No funeral do comandante mártir Ibrahim Aqil no subúrbio sul de Beirute, o secretário-geral Adjunto do Hezbollah, Sheikh Naim Qassem:
Haj Ibrahim Aqil (Abdul Qader) é um mártir dos campos de batalha mais elevados, um mártir pela Al-Quds e pela Palestina.
Haj Ibrahim nos deixa em corpo, mas permanece conosco em espírito e em suas contribuições, e os combatentes continuarão o seu caminho.
O mártir Ibrahim Aqil era o comandante de operações no Hesbolá. Ele fundou e liderou a força Radwan desde 2008 e foi o assistente jihadista de Sayyed Nasrallah nas operações e no trabalho jihadista em geral.
Vocês, os mártires que partiram no aniversário do nascimento do Profeta Maomé, encarnaram a unidade da nação islâmica.
‘Israel’ cometeu três crimes de guerra dolorosos contra nós, refletindo os níveis mais elevados de brutalidade que já vimos.
‘Israel’ visava matar 5.000 no massacre de Pager, mas falhou.
A ocupação buscou paralisar a resistência, incitar seu ambiente e interromper o front de apoio mirando os comandantes de Radwan, mas os combatentes da resistência frustraram isso.
Os feridos tranquilizam suas famílias e camaradas de que voltarão ao campo de batalha de qualquer forma.
A América está profundamente envolvida, da cabeça aos pés, no genocídio ‘israelense’, e a hipocrisia americana é inútil.
Nós no Hesbolá, as montanhas podem se mover, mas nós não.
Para ‘Israel’: Você morrerá de medo, sua economia entrará em colapso e você não alcançará seus objetivos. Você elevou a resistência palestina a um palco global.
Nós retornamos mais fortes, e o campo de batalha testemunhará isso. O front de apoio libanês continuará, não importa quanto tempo leve, até que a guerra em Gaza termine.
Os colonos do Norte não voltarão; ao contrário, o deslocamento aumentará e o apoio se expandirá.
A solução militar ‘israelense’ só aprofunda o dilema de ‘Israel’ e dos colonos do norte.
Estamos prontos para todas as possibilidades militares, e vocês verão os resultados. Não vamos desistir.
Não especificaremos como responderemos à agressão; entramos em uma nova fase, intitulada ‘Batalha de ajuste de contas aberto’.
Ontem à noite, fizemos o pagamento da conta, e três barragens de foguetes atingiram a área de Haifa, atingindo seus alvos militares.
Esse é um pagamento da conta na Batalha de Contas Abertas, e se você quiser liquidar essa conta, observe o campo de batalha. A resistência, seu povo e seus amantes estão de cabeça erguida, com os dedos no gatilho, e só sairão de lá com a vitória.
Continuamos a monitorar a frente de apoio e o confronto de fora da caixa. Nós os mataremos e combateremos de onde eles esperam e de onde eles não esperam.”
O primeiro-ministro sionista, Benjamin Netaniahu, declarou em vídeo que “nos últimos dias, atingimos o Hesbolá com uma série de ataques que eles não imaginavam”, disse ele, em uma tentativa de diminuir a derrota sofrida e acrescentando que “se o Hesbolá não entendeu a mensagem, eu prometo a vocês que entenderão”. É perceptível, no entanto, que o fascista joga para torcida.
A invasão sionista nunca enfrentou uma crise existencial tão grande e com os ataques sofridos, sofreu danos em sua principal base aérea na região, fundamental para campanhas como a Guerra dos Seis dias e para a manutenção da ocupação do território sírio ocupado. A retaliação fulminante dada pelos militantes do Hesbolá demonstrou claramente que o Norte não voltará a ser ocupado tão cedo e que a força dos revolucionários libaneses é capaz aprofundar a crise sionista.