Nos últimos anos, a esquerda pequeno-burguesa brasileira, a reboque do Partido Democrata norte-americano, mergulhou de cabeça na política de censura promovida pelo Poder Judiciário – em especial, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e por seu puxadinho, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O pretexto para tal capitulação, que abriu o caminho para o estabelecimento de uma ditadura feroz contra os direitos democráticos da população, é o de que, supostamente, a censura promovida pelo Judiciário estaria a serviço de um luta contra a extrema direita.
É a famosa ideia da “censura do bem”. Não importa se a Constituição Federal estabelece claramente que é assegurada a liberdade de expressão, sendo vedado o anonimato. O que importa, segundo a esquerda pequeno-burguesa, é que o Judiciário estaria coibindo coisas como “pedofilia”, “violência”, “mentiras”, obscurantismo”, “desinformação” etc.
E assim se estabeleceu a “censura do bem”. E assim se estabeleceu que o Judiciário poderia multar pessoas, derrubar perfis na Internet e até mesmo prender pessoas em nome do “bem”.
Após anos de muita censura – o Inquérito das “Fake News”, por exemplo, data de 2019 -, o “mal” continua à solta. A extrema direita está cada vez mais forte, e a esquerda, cada vez mais acuada. Mas não é só isso: os juízes, que não são nem um pouco esquerdistas, ignoraram que a censura era “do bem”, e passaram simplesmente a promover a censura.
Nada mais esperado. Os sábios esquerdistas esqueceram que, para promover a censura, era preciso passar a decisão de censurar algo ou não para as mãos dos juízes. E estes, que não são controlados pela população sob nenhum aspecto, são praticamente todos direitistas.
Dois casos recentes mostram isso com clareza. A bióloga Ana Bonassa e a farmacêutica Laura Marise foram condenadas na 1ª Vara do Juizado Especial Cível de São Paulo por criticarem uma tese grotesca do nutricionista Andre Luis Lanca, que se denomina “Dr Lanza” nas redes sociais. Segundo ele, a diabetes era causada por um verme alojado no pâncreas.
As condenadas não mentiram, nem mesmo ofenderam o nutricionista. Apenas disseram, “com todas as letras”, que “diabetes não é causada por verme”. A juíza responsável pelo caso, no entanto, considerou que “Dr Lanza” foi submetido a “vergonha e tristeza” por causa dos comentários.
Nos anos da pandemia, o mesmo Judiciário era aplaudido pela esquerda quando estava em uma caça às bruxas contra aqueles que criticavam a vacina. Essa caça às bruxas, no entanto, nada tinha a ver com um combate ao “obscurantismo”, mas simplesmente a preservação de interesses da indústria farmacêutica.
Outro caso grotesco, também protagonizado pela Justiça paulista, foi o do youtuber Cauê Moura, condenado a pagar uma indenização de R$10 mil por danos morais contra o vocalista Roger Moreira, do Ultraje a Rigor. Moura foi processado por chamar o vocalista de “lambe-botas de milico”, “escória” e “facho” (abreviatura do termo “fascista”).