Diante da onda de queimadas, foram marcados atos de protesto em diversas cidades, tendo como bandeira central “Não queimem nossas vidas!; Grito por Justiça climática!”.
Quem são os “defensores da natureza”?
O movimento é liderado pela PEI (Pastoral da Ecologia Integral) e outras entidades que elaboraram o documento “Manifesto Popular pelo Clima”, assinado também por alguns partidos, sindicatos e ONGs, como a Coalizão Nacional pelo Clima, formada por Greenpeace, Partido Verde e outros setores.
O “Clamor por Justiça Ambiental” reivindica “que os crimes ambientais sejam efetivamente punidos e que as autoridades se comprometam com ações eficazes de combate aos incêndios, reparação de danos, preservação e fiscalização”. São medidas que, na prática, não têm qualquer serventia, pois não são capazes de deter o avanço dos crimes praticados contra o meio ambiente, na medida em que não busca mobilizar o setor da população que poderia impedir as queimadas, vale dizer, os trabalhadores rurais e suas organizações de luta.
O documento se limita a ser apenas um clamor, um chororô sobre o que vem acontecendo no país na área ambiental. Simplesmente falar em “justiça climática”, uma reivindicação vazia de conteúdo, transforma-se numa forma de acobertar a ação criminosa da direita, dos latifundiários, mas principalmente um acobertamento do imperialismo, que é quem financia aqueles que se dizem preocupados com a “catástrofe ambiental”.
Denunciar e mobilizar
A iniciativa de realizar atos de protesto pode ser positiva; no entanto, temos que debater suas limitações. Em primeiro lugar, ter uma política que aponte e denuncie claramente quem são os responsáveis pela situação. Mostrar que os latifundiários e o grande capital fazem o que querem, pois têm o controle do aparato político e judiciário do país.
Devemos denunciar ainda que o golpe de 2016, com o “teto de gastos”, desmontou o sistema de prevenção e proteção ambiental, com limitação orçamentária, baixos salários, sucateamento de veículos, aeronaves etc.
É necessário um programa de lutas que seja independente da burguesia e do imperialismo, o sistema que vem destruindo tudo ao redor do mundo, mas aqui faz proselitismo na suposta “defesa do meio ambiente”; uma ação que defenda a expropriação do latifúndio e dos bancos, a nacionalização das terras e do sistema financeiro; um amplo programa de reforma agrária, o fortalecimento do sistema de prevenção, com a contratação e modernização dos instrumentos de proteção ambiental; fim do “Teto de Gastos” e desconhecimento da impagável “dívida pública”!