Líbano

Líder do Hesbolá promete retaliar ‘Israel’: ‘declaração de guerra’

Estado sionista realiza grande operação terrorista no país árabe nos dias 17 e 18 de setembro, explodindo 5 mil aparelhos minados de pagers e rádios bidirecionais

O Estado de “Israel” realizou uma operação terrorista no Líbano nos últimos dias 17 e 18 de setembro, explodindo 5 mil aparelhos minados de pagers e rádios bidirecionais. Cada breve detonação explodiu milagres de aparelhos, assassinando 37 pessoas e deixando outras 2.931 feridos.

Os aparelhos de comunicação eram utilizados como alternativas aos celulares, mais vulneráveis a ataques terroristas. Essa é uma estratégia comum para contornar ataques utilizando celulares, implementada novamente após o assassinato de Ismael Hanié.

Primeiro atentando, detonação de pagers

O ataque inicial, com detonação de aparelhos pagers, ocorreu na terça-feira, dia 17 de setembro. Neste momento foram detonados quatro mil aparelhos, resultando em 12 mortos e 2.323 feridos.

A detonação foi concomitante, ocorrendo em locais públicos as explosões atingiram civis indiscriminadamente. Cada detonação demonstrou potencial mortífero aos detentores dos aparelhos e pessoas na proximidade.

Conforme denunciado pelo secretário-geral do Hesbolá Sayyed Hassan Nasseralá, a atividade foi uma “grande operação terrorista, um ato de genocídio e massacre”. “Sem consideração por quaisquer regulamentos ou moral”, complementou Nasseralá.

Terrorismo Europeu?

Os aparelhos de pagers foram importados à Resistência Islâmica no Líbano – Hesbolá por uma empresa búlgara, sediada em Sofia, chamada de Norta Global Ltd. Segundo a Agência Estatal Búlgara para Segurança Nacional (DANS) que participa da investigação, não havia “suspeitas remessas de dispositivos de paginação”.

O responsável pela produção dos aparelhos foi o fabricante Gold Apollo, de Taiuan. Entretanto, a Gold Apollo celebrou acordo de cooperação com uma empresa europeia, para distribuição dos produtos, que evoluiu para um desenvolvimento e produção, independente dos modelos utilizados no atentando sionista.

“Os pagers foram desenvolvidos e produzidos no exterior, então não têm nada a ver com Taiwan”, declarou na quarta-feira (18) o CEO da Gold Apollo, Hsu Chin-Kuang. 

O segundo atentado, detonação dos walkie-talkies

O segundo atentado ocorreu na quarta-feria, ocasião em que foram detonados mil aparelhos de walkie-talkies. Como saldo, essa nova fase  daoperação terrorista ocasionou 25 mortes e 608 feridos, dos quais 61 encontram-se em crítico.

Novamente, não houve preocupação por parte do sionismo, com os danos colaterais e possíveis vitimas civis. Sayyed Nasseralá apontou que a ataque culminou em “dezenas de mártires, incluindo mulheres e crianças”, e milhares de feridos, e que “a real escala da agressão aparecerá com o tempo”.

Os dispositivos de walkie-talkie utilizados no atentado são produzidos pela empresa japonesa Icom. Esta declarou que não conseguiu confirmar a aprovação do envio dos produtos envolvidos nas explosões, ela ainda apontou que o modelo IC-V82, foi descontinuado há 10 anos.

“Grande operação terrorista”

Como reconhecido por analistas consultados pelo jornal norte-americano The New York Times, o ataque sionista minando aparelhos de comunicação “não teve impacto estratégico claro”. A ação não visou alterar o equilíbrio militar ao longo da fronteira libanesa-palestina, caracterizando-se mais como uma iniciativa política de terrorismo.

Nas palavras do ex-oficial sênior da inteligência israelense, Miri Eisin: “nenhum combatente do Hesbolá vai se mover por causa disso”. Como apontado por Sayyed Nasseralá, tratou-se de uma “declaração de guerra”.

“Fomos informados por vários canais oficiais e não oficiais na terça-feira sobre a necessidade de parar de apoiar Gaza e atirar em ‘Israel’ do norte”, ele externou Nasseralá. Apontando as “pressões primordiais e inúmeras ameaças” contra o Hesbolá , mas garantindo com determinação que “não devemos sucumbir a essas ameaças nem interromper nosso apoio a Gaza”, disse.

Para Nasseralá, “Israel” desejava “destruir a infraestrutura da Resistência e afetar o máximo de líderes possível, enquanto causava caos e fraqueza supremos, o que não conseguiu alcançar”.

Tecnologia do terro

Fontes do portal libanês Al Mayadeen, informaram que os parges foram alterados na fonte com inclusão de circuitos integrados e materiais explosivos, indetectáveis por “equipamentos de teste padrão”.

“Os dispositivos de detecção disponíveis e mesmo aqueles [em escala internacional] e em aeroportos internacionais não conseguiram descobrir o material explosivo plantado devido às técnicas complexas usadas nesta operação”, relatou as fontes do Al Mayadeen

Sobre os atentados de “Israel”, Nasseralá declarou que “não há dúvida de que fomos submetidos a um grande golpe em um nível humanitário e de segurança sem precedentes na história da nossa Resistência”. “Recebemos um grande golpe, mas isso é guerra. Reconhecemos que o inimigo tem supremacia tecnológica, especialmente porque é apoiado pelos Estados Unidos e pelo coletivo do Ocidente”, completou Sayyed Nasseralá.

Unidade do povo libanês

O alto número de vítimas foi atendido de pronto por uma rápida resposta do sistema médico de saúde libanês. Foram o trabalho noturno de dezenas de médicos, com centenas de enfermeiros, que permitiu a realização de 955 cirurgias para atendimentos dos feridos.

“Nós nos tornaremos mais firmes e determinados a superar todos os perigos, e é de grande importância que tais golpes não minem nossa vontade”, observou o ministro interino da Saúde, Firas Abiad. Para Abiad, as explosões demonstraram “a coesão do povo libanês em diferentes regiões no enfrentamento do evento”.

Acerto de contas

O Hesbolá responsabiliza totalmente a ocupação sionista pelo ataque, expressando suas “mais altas expressões de felicitações e as mais profundas condolências às honradas famílias dos mártires que caíram ontem”. Referindo-se aos ataques na frente sul, nas cidades de Blida e Majdal Selem, falou “aos mártires que foram mortos na agressão traiçoeira e generalizada por meio do bombardeio de dispositivos de comunicação”.

Ainda, o partido revolucionário libanês ratificou seu compromisso em “continuar, hoje como em todos os dias anteriores, suas operações abençoadas em apoio a Gaza, seu povo e sua Resistência, bem como defender o Líbano, seu povo e sua soberania”. Prometeram ainda, em ato separado, um “severo acerto de contas que o inimigo deve enfrentar pelo massacre que cometeu na terça-feira contra nosso povo, famílias e combatentes no Líbano”.

Ressaltando ser “um acerto de contas separado e futuro, se Deus quiser”. E que a “a resposta será justa e desconcertante.”

Queda do sionismo na Frente Norte 

Sayyed Nasseralá ainda referiu a dificil situação dos sionistas na Frente Norte: “O inimigo rotulando a situação no norte como a primeira derrota histórica para ‘Israel’ é mais uma evidência da eficácia da nossa frente”. Destacando a “grave ameaça que [o sionismo] enfrenta nesta frente”, uma das principais na guerra regional

“O inimigo admitiu ter perdido o Norte, forçando [o Primeiro-Ministro Benjamin] Netanyahu e [o Ministro da Segurança Yoav] Gallant a encontrar uma solução para o dilema constituído pela frente norte”, continuou Sayyed Nasseralá. Declarando que esta frente tornou-se “um dos trunfos mais importantes nas mãos da Resistência Palestina nas negociações para deter a agressão a Gaza”.

Nasseralá ainda considerou que as ações do sionismo: “O que vocês estão fazendo aumentará o deslocamento de seus colonos deslocados do norte e impedirá a oportunidade de seu retorno”.

Rumo ao abismo

Nasseralá, questionou o rumo da política sionista: “o primeiro-ministro israelense Benjamin Netaniahu pode devolver os colonos ao norte? Estamos encarando isso como um desafio, sabendo muito bem que eles não podem, independentemente do curso de ação que tomem.” Considerando que a única alternativa para retorno dos colonos seria interromper a agressão em Gaza e na Cisjordânia ocupada.

O lider do Hesbolá ainda avaliou a estratégia militar sionista de estabelecer um cinturão de segurança como uma “sugestão tola do comandante do comando do norte de estabelecer um cinturão de segurança está nos fazendo esperar que eles sigam em frente para que seus tanques sejam mais fáceis de atingir”. Considerando a exposição como “oportunidade histórica de ouro” ao Hesbolá que vem “procurando minuciosamente por seus tanques”.

“Se o inimigo estabelecer um cinturão de segurança, ele deve entender que será emboscado e a zona se transformará em um pântano e um atoleiro no qual ele ficará preso”, pontuou Nasseralá. “A retaliação que os israelenses enfrentarão permanecerá um segredo bem guardado dentro de nossos círculos fechados e eles não ouvirão nada sobre isso até que chegue a hora”, acrescentou.

Para Nasseralá, Netaniahu e Gallant apresentam uma “liderança egoísta, caótica e tola”, uma política que “levaria a ocupação ao abismo e ao colapso do terceiro templo”.

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