As direções sindicais, segundo noticiado no site do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região, enviou ofício para a Fenacrefi (Federação Interestadual das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) estão “cobrando a retomada das negociações da Campanha Nacional dos Financiários 2024 e a apresentação de proposta decente por parte das financeiras”. (Site bancários 17/09/2024)
Para a burocracia sindical,”a última rodada de negociação entre trabalhadores e financeiras ocorreu no dia 6 de setembro e, na ocasião, a Fenacrefi apresentou duas propostas rebaixadas à categoria: a primeira prévia reajustar salários e demais verbas apenas pela inflação, e a segunda prévia aumento real irrisório para 2024, de 0,15%, mantendo a correção da inflação para 2025. As propostas foram rejeitadas na mesa pelo Coletivo Nacional dos Financiários.
Fazem, portanto, mais de 11 dias sem negociação. Os trabalhadores estão procurando o Sindicato, ansiosos por respostas sobre a renovação da CCT. Afinal, a data base da categoria é 1º de junho. O ofício foi enviado à Fenacrefi no dia 9 de setembro, mas até agora não houve resposta. O Sindicato espera que a Fenacrefi volte para a mesa com uma proposta que valorize a categoria”. (idem)
Não resta nenhuma dúvida que os patrões, ou seja, os donos das financeiras e cooperativas, os banqueiros, o que eles têm a oferecer para os trabalhadores é mais arrocho salarial, demissões, assédio, retirada de direitos, etc., e se utilizam dos tradicionais métodos de “negociações” através de ameaças, rebaixamento das pautas etc. e tal.
Sabem, também, que contam com a política de colaboração da burocracia sindical, quando reivindicam uma mixaria para, no final das contas, receber praticamente nada. É só ver o desfecho da Campanha Salarial dos Bancários deste ano, para saber qual vai ser o desfecho das negociações com as Instituições de Crédito.
Nas negociações com os banqueiros, a tática foi a mesma. Primeiramente oferecem parte da inflação do período; depois propõem reajustes diferenciados entre os bancários e, por fim, oferecem a inflação + 0,5% de “ganho real” (as perdas salariais dos bancários ultrapassam 30%) e batem o martelo dizendo que é a última proposta possível. Proposta essa que é aceita caninamente pelo Comando Nacional dos Bancários. Os banqueiros sistematicamente vêm obtendo a derrota da categoria satisfatoriamente, já que não há nenhum tipo de organização das mobilizações dos trabalhadores ao longo de todo o processo, ou seja, os banqueiros nadam de braçadas no quesito ataque aos trabalhadores bancários, justamente por conta dessa política das direções.
Pela redação do ofício para as Instituições de crédito, já se pode concluir que vem, mais uma vez, chumbo grosso contra os trabalhadores, quando choram para os patrões por uma “proposta decente”. A “proposta decente” que eles defendem é a mesma que a categoria bancária acabou de amargar com um ridículo 0,5% de “ganho real”. É isso e será o ponto final.
Os trabalhadores das financeiras estão comendo o pão que o diabo amassou nas mãos dos patrões através do arrocho salarial, piso salarial que não cobre com as despesas necessárias para que uma família de trabalhador possa ter as suas necessidades mínimas satisfeitas, demissões, assédio moral para o atendimento de metas, etc.
É necessário que os trabalhadores exigam das suas direções a organização de uma verdadeira organização das mobilizações da categoria para que as suas legítimas reivindicações sejam atendidas.