O mercado da bola promove as janelas para contratação de jogadores que atuam em outros países. Elas acontecem duas vezes por ano e nela os clubes de todo o mundo disputam os jogadores que querem ou que podem contratar.
Sempre foi comum entre os clubes brasileiros, a contratação de jogadores sul americanos atuantes em clubes do continente ou, mais recentemente, a contratação de brasileiros em fim de carreira que pretendem encerrar suas atividades como jogador no Brasil.
Mais comum ainda é a perda de nossos craques para o futebol europeu, muitos deles contratados ainda na base, sem poder atuar nos principais torneios disputados pelos clubes brasileiros.
A novidade da última janela, que fechou no dia 2 de setembro, foi a contratação de jogadores de origem europeia, carreira que atuam em clubes europeus de menor destaque. A imprensa capitalista, que apoia os ataques ao nosso futebol, recebeu a novidade com entusiasmo.
Porém, independente da possibilidade de boas atuações desses jogadores nos clubes brasileiros, essa estratégia termina por afastar ainda mais os craques brasileiros dos clubes nacionais.
Dentre os destaques das contratações estrangeiras está o norte irlandês Jamal Lewis no São Paulo, emprestado ao tricolor paulista pelo Newcastle da Inglaterra.
Lewis não poupou elogios ao futebol brasileiro: “Tenho muito orgulho de vir jogar no Brasil. Quero mergulhar na cultura. Tem muitos atletas vindo ao Brasil, isso demonstra a qualidade da liga e do futebol brasileiro. Quero aproveitar”.
A declaração demonstra que vir jogar no Brasil é um bom negócio para alguns jogadores que atuam na Europa. Afinal, o Brasileirão é o campeonato mais disputado do mundo, diferente dos campeonatos nacionais europeus que são monopolizados pelos clubes mais ricos.
Sendo assim, atuar em um clube de destaque no Brasil vale mais que atuar em um clube europeu, que não possui chances de disputar as pontas das tabelas dos torneios que disputam
Vale lembrar que seleções sul-americanas como a Colômbia e o Paraguai, que venceram recentemente a seleção brasileira, possuem como destaque jogadores dos principais clubes brasileiros.
John Arias e Richard Rios, são colombianos e jogam respectivamente no Fluminense e no Palmeiras, clubes que conquistaram títulos importantes recentemente. Já o Paraguai, conta com Bobadilla, do São Paulo, Gustavo Gomes do Palmeiras e Isidro Pitta, do Cuiabá, clube que nem sequer está entre os grandes brasileiros.
A nova política de contratações favorece jogadores europeus, que podem garantir suas vagas nas seleções de seus países e facilitam a transferência dos craques brasileiros para os grandes da Europa.
Os europeus terminam por ocupar a vaga dos brasileiros que sobem da base para o profissional, sendo mais fácil contratar um estrangeiro de clubes de menor destaque na Europa do que manter nossos futuros craques atuando no futebol nacional.