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Causa Operária TV

Programa Diário de Viagem sobre visita do PCO à China é adiado

Direção do PCO participou de evento anti-imperialista no país asiático

O programa Diário de Viagem foi adiado para a próxima quinta-feira (26). Diário de Viagem é um especial que trata da visita feita recentemente pela direção do Partido da Causa Operária (PCO) à China, participando de um evento com organizações anti-imperialistas de todo o mundo.

Este evento faz parte de um esforço estratégico da China para fortalecer uma rede de alianças, essencial para enfrentar os ataques contínuos do imperialismo. Esses ataques não são novos, mas refletem uma posição consolidada e crescente de uma ditadura mundial que se intensifica neste momento de crise global aguda.

Desde a vitória da Revolução de 1949, a história das relações internacionais da China com o imperialismo é marcada por atritos constantes. O gigante asiático, por exemplo, não foi aceito na Organização das Nações Unidas até 1971, quando enfim o governo da República Popular foi aceito como representante da nação chinesa, papel que até então era desempenhado pelo governo pró-imperialista refugiado na ilha de Formosa (Taiuan) e liderado por Chiang Kai-chek. Após um breve período marcado também pelo apogeu da política neoliberal, entre o final dos anos 1980 e o começo dos anos 2000, se deu uma discreta, porém marcante distensão entre a ditadura mundial e a China. Discreta, porque conviveu com episódios criminosos de provocação, como o bombardeio da embaixada chinesa em Belgrado na Guerra da Iugoslávia em 1998, matando três jornalistas chineses e deixando outras 20 pessoas feridas.

Ainda assim, no entanto, a República Popular continuava sendo um instrumento necessário à política de estabilização econômica do neoliberalismo, o que foi conseguido à base da transferência de setores industriais inteiros para o gigante asiático, aproveitando-se dos baixos salários chineses para manter a lucratividade e evitar a explosão inflacionária que marcou a economia mundial entre os anos 1970 e 1980. Após a crise financeira de 2008, no entanto, as hostilidades do imperialismo contra a China voltariam a se intensificar.

Ainda no primeiro mandato de Barack Obama (2019-2016), a estratégia de “rebalanceamento” da Ásia começa a gerar novas tensões. O “rebalanceamento” foi uma estratégia adotada pelo governo Obama e visava redirecionar a atenção dos EUA para a região, enfatizando o fortalecimento da ditadura imperialista nos países já dominados e na submissão de países ainda não totalmente controlados. No período, Mianmar (2012 e 2015), Hong Kong (2014), Tailândia (2014), Nepal (2015) e Filipinas (2016) passam por convulsões e instabilidades, com movimentos “pró-democracia” alinhados ao imperialismo e militares nacionalistas próximos dos chineses conflagrado-se.

A política envolveu o aumento da presença militar americana na região, incluindo a expansão de bases e a realização de exercícios conjuntos com aliados como Japão, Coreia do Sul e Filipinas, além de reforçar compromissos diplomáticos e econômicos com países em desenvolvimento no Pacífico. Este rebalanceamento foi percebido como um esforço para conter a crescente influência da China, o apoio chinês aos nacionalistas da região e as ações assertivas dos chineses no Mar do Sul da China.

Embora não tenha sido um cerco formal tal como o empreendido contra a Rússia a partir dos anos 1990, a estratégia durante o governo Obama implicava um aumento da presença militar e diplomática dos EUA na região. Atentos às provocações norte-americanas no Mar do Sul da China, a República Popular começa a expandir sua presença militar e constrói ilhas artificiais. A guerra econômica também se intensifica.

Em 2015, o governo Obama acusou a China de supostas práticas “desleais” e de roubo de propriedade intelectual, culminando em disputas na Organização Mundial do Comércio (OMC) e um prenúncio da chamada “guerra comercial”, que ganhará definição no governo seguinte. As tensões aumentaram com as acusações de espionagem cibernética, em que os EUA alegaram que hackers chineses estavam invadindo redes de empresas e agências governamentais norte-americanas, forçando Obama a confrontar a China sobre o tema.

O governo de Obama, finalmente, viu uma transição de uma fase de engajamento e cooperação no início para uma era de maior competição e confronto à medida que a crise mundial deixava clara a total incompatibilidade da nova etapa da política imperialista com a República Popular, estabelecendo o cenário para a relação complexa que se desenvolveria nos anos seguintes, com um enfrentamento ainda mais acentuado no governo do republicano Donald Trump (2017-2020).

Durante os quatro anos de Trump, a relação entre o imperialismo e a China se deteriora significativamente devido a uma série de ataques e provocações direcionadas pelo mandatário norte-americano. Uma das ações mais notáveis foi o início das disputas batizadas como “guerra comercial”. Em 2018, o imperialismo impôs tarifas punitivas sobre centenas de bilhões de dólares em produtos chineses, alegando práticas comerciais desleais e violação de propriedade intelectual.

Trump atacou diretamente empresas chinesas como Huawei e ZTE, acusando-as de espionagem e ameaças à segurança nacional. Em 2019, o governo dos EUA incluiu a Huawei na lista de entidades, restringindo seu acesso a tecnologias essenciais. Também houve restrições significativas à venda de tecnologia e equipamentos a essas empresas.

O governo norte-americano criticou abertamente a China por suas ações no Mar do Sul da China, onde Pequim havia expandido sua presença militar, em resposta às crescentes provocações imperialistas na região. Trump também apoiou publicamente Taiwan, vendendo armas e oferecendo apoio diplomático, o que foi visto como uma provocação direta por Pequim.

Trump frequentemente culpava a China pela pandemia de COVID-19, referindo-se ao vírus como o “vírus chinês” e acusando a China de falta de transparência e de ter escondido informações cruciais sobre o vírus. Essas declarações exacerbaram as tensões e afetaram a cooperação internacional na luta contra a pandemia.

Além das tarifas, Trump desafiou a China em diversas frentes comerciais, incluindo práticas de subsídios e manipulação de moedas. O governo norte-americano também procurou pressionar aliados para restringirem o envolvimento com empresas chinesas.

O governo Trump marcou uma abordagem nova e agressiva do imperialismo em relação à China, refletindo uma mudança significativa nas relações entre os dois países e influenciando profundamente o cenário econômico e político global. A política foi mantida durante o governo Biden, que aprofundou os golpes de Estado e a instabilidade na região, além de acentuar o cerco militar, por meio da expansão da OTAN e da aliança militar com Japão, Austrália e o regime fantoche da Coreia do Sul.

Nesse marco, destacou-se a colocação do diretor-geral da CIA William Joseph Burns, que mesmo com a guerra aberta contra a Rússia na Ucrânia, deixou claro que a China continuava sendo “a principal ameaça” ao imperialismo, o que se reflete em mais provocações, como o apoio aos separatistas de Taiuan. A República Popular, por sua vez, enfrenta o assédio do imperialismo com parcerias na África e em diversos outros países, o que ganhou força com a chamada Nova Rota da Seda e o programa trilionário de investimentos anunciados pela China, o que fatalmente colocará o país em um choque ainda maior contra o imperialismo no próximo período.

Tendo visitado a China, a direção do PCO teve a oportunidade de conhecer melhor o país e as experiências adquiridas serão debatidas nesse especial, que, agora, será realizado no dia 26. Fique ligado na programação da Causa Operária TV e no Diário Causa Operária para mais informações. Não perca o programa Diário de Viagem

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