No último 11 de setembro, uma data macabra para os direitos democráticos, uma vez que marca o início da chamada “guerra ao terror”, quando os norte-americanos invadiram o Iraque e o Afeganistão, matando milhões de pessoas, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, declarou que a emissora Russia Today (RT) estaria realizando atividades de inteligência no exterior. Em uma clara provocação contra o importante órgão de propaganda russo, Blinken clamou aos seus aliados para que banissem a RT – o que já foi feito em várias partes do mundo.
A declaração de Blinken revela bem quais são os planos dos norte-americanos. Eles querem impor uma censura em escala planetária. A censura aos russos, que começou em alguns países da Europa central logo após o início da guerra da Ucrânia, agora deverá se estender aos cinco continentes. Países sócios dos Estados Unidos, como Reino Unido, Austrália e Canadá, já se preparam para adotar essa medida. No próximo período, todos os países que são colonizados pelos norte-americanos deverão ser pressionados para que banam também a imprensa russa.
Esse dado mostra que, ao contrário do que foi apresentado pela esquerda brasileira, o banimento do X no Brasil nada teve a ver com um combate ao “fascismo”. Não é o resultado de um mero atrito entre o ministro Alexandre de Moraes e o bilionário Elon Musk. É o resultado de uma tendência mundial de cerceamento à liberdade de expressão. É o resultado de uma política de censura generalizada por parte do imperialismo. O motivo do banimento da RT é claro: o imperialismo não pode tolerar um órgão de comunicação que questione o que dizem a BBC, o New York Times, o Washington Post etc. Da mesma forma, não pode tolerar uma rede social cujo algoritmo não é controlado a mão de ferro pela CIA.
Se a esquerda brasileira defendeu a suspensão do X porque supostamente seria uma medida contra Jair Bolsonaro, fica a pergunta: o objetivo de Blinken é frear Bolsonaro? É óbvio que não. O seu objetivo é combater países como a Rússia, a China, o Irã, a Venezuela, a Coreia do Norte, a Nicarágua e Cuba. Não é uma defesa da “democracia”. É uma proibição geral, uma interdição da comunicação. E é, na prática, uma defesa da extrema direita, porque é uma defesa do sionismo, que é de extrema direita. E é também uma defesa do regime ucraniano, que é igualmente fascista.
Há poucas semanas, o governo francês prendeu Pavel Durov, o fundador do Telegram. O motivo? Porque ele se negou a cancelar contas de usuários do aplicativo que supostamente teriam cometido crimes. Ninguém pode levar a sério que um governo criminoso como o de Emmanuel Macron, que não apenas apoia o genocídio na Faixa de Gaza, como que deu um golpe nas eleições do próprio país, indicando o primeiro ministro perdedor das eleições, esteja preocupado em impedir o tráfico de drogas ou qualquer outro tipo de crime. A preocupação é com a liberdade de expressão. É com a defesa da resistência palestina, com a crítica ao regime político.
A cada dia que se passa, surge uma série de fatos que evidenciam que a política de censura é uma política do imperialismo, dos opressores do planeta. Eles querem controlar a opinião pública, controlar todas as redes sociais de tal forma que ninguém consiga utilizá-las para uma luta política, de modo que a política vai aparecer apenas nos grandes jornais que são controlados pelo imperialismo. Não só nos Estados Unidos e na União Europeia, no Brasil também. A imprensa brasileira é toda alinhada com o imperialismo.