Desde o dia 30 de agosto, uma das plataformas mais populares no Brasil, o X, se encontra suspenso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Por mais que já tenha pago uma multa de R$18,5 milhões, a plataforma continua, de acordo com o STF, descumprindo as ordens judiciais brasileiras acerca da remoção de conteúdos. Além disso, a rede social prossegue sem representação no país. Não há previsão, portanto, para que o X seja reestabelecido – o que faz com que mais de nove milhões de brasileiros estejam hoje sem capacidade de se comunicar como antes.
A decisão do STF – que foi, na verdade, tomada por um único ministro, Alexandre de Moraes, e, depois, reforçada pela Primeira Turma – causou uma crise no regime político brasileiro, que, por sua vez, já está bastante debilitado. Vários setores, incluindo articulistas da grande imprensa, destacaram o caráter arbitrário da medida. Os setores majoritários da esquerda, no entanto, saíram na defesa do ministro Alexandre de Moraes.
O argumento desses setores da esquerda é o de que Moraes, ao suspender o X, estaria punindo um bilionário estrangeiro, Elon Musk, que teria interesse em desestabilizar o Brasil. Isso pode até ser verdade – mas não é, de forma alguma, o motivo pel qual Musk está sendo punido por Moraes. Não custa lembrar que o próprio ministro é produto de um golpe de Estado promovido por forças estrangeiras.
O fato é que, neste caso, o X não se propôs a descumprir nenhuma lei brasileira. Pelo contrário, por mais repugnante que seja Elon Musk, que admitiu a participação no golpe fascista na Bolívia ocorrido em 2019, ele, ao descumprir as ordens de Moraes, estava defendendo a Lei brasileira contra o próprio ministro. Musk, na medida em que não removeu conteúdos, não estava descumprindo a Constituição, mas sim descumprindo a decisão de um juiz conhecido em todo o mundo por inventar as suas próprias leis.
Considerando que Moraes queria espionar e censurar a população, pode-se até dizer que Musk ignorou suas ordens por motivos legítimos. Não é normal que nenhuma empresa seja obrigada a fornecer dados de seus clientes sem que haja uma medida judicial clara.
A perseguição ao X não é única no Brasil, mas parte de um processo global. O X, uma vez que é uma plataforma que não está diretamente sob o controle dos serviços de inteligência norte-americanos, como está a Meta e o Google, está sob pressão em várias partes do mundo. Está sob pressão na Austrália, no Reino Unido, na União Europeia etc. Existe um claro movimento internacional de contenção à figura de Elon Musk, um movimento do imperialismo internacional
O motivo é cada vez mais óbvio. As outras plataformas de redes sociais, como a Meta, são controladas não apenas pelo imperialismo, mas também pelo sionismo. A censura contra a Palestina no Instagram e no YouTube, é 100 vezes maior do que no X. É uma rede, portanto, não de extrema direita, mas uma rede mais liberal. Se há uma predominância da extrema direita, é simplesmente porque ela sabe aproveitar melhor os benefícios da plataforma.
A censura ao X, no final das contas, é um passo a mais no cerco à liberdade de expressão. Não há como a esquerda se dar bem apoiando esse tipo de política. Pelo contrário: na medida em que apenas as plataformas controladas pelo sionismo ficarem de pé, só poderá falar na Internet aqueles que estiverem dispostos a servirem de capacho para monstros como Benjamin Netaniahu.