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Brasil

Mais uma ministra ongueira no governo Lula

A nomeação de Macaé também reflete um fortalecimento dos identitários infiltrados no governo Lula

Filiada ao PT desde 2003, após a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Macaé Evaristo foi recém-nomeada ministra dos Direitos Humanos no governo Lula, um movimento que fortalece o identitarismo no governo federal. Seu histórico pessoal e suas ligações familiares refletem uma interconexão com o que há de mais explícito na política promovida pela burguesia imperialista, que, por meio de pessoas como Evaristo, tentam influenciar a esquerda brasileira.

Prima da escritora Conceição Evaristo, que, por sua vez, tem laços diretos com a banqueira Maria Alice Setubal, Macaé não representa um avanço genuíno para a população trabalhadora e oprimida, mas sim uma continuidade de uma linha política que serve aos interesses do imperialismo enquanto usa os negros por pura demagogia. Essa relação de proximidade com banqueiros não é coincidência: é uma estratégia bem orquestrada de cooptação.

Conceição Evaristo, por exemplo, já foi amplamente apoiada por setores ligados à Fundação Tide Setubal, dirigida pela própria Maria Alice Setubal, herdeira do banco Itaú. Essa aliança entre a política identitária e a burguesia é parte de um plano mais amplo para desviar as energias das lutas populares para pautas que não ameaçam os pilares do sistema econômico.

Ao focar na “representatividade”, isto é, na cooptação de elementos privilegiados dos setores oprimidos para a política de interesse do imperialismo, o identitarismo cria uma cortina de fumaça que encobre as verdadeiras contradições de classe, permitindo que o sistema imperialista continue operando com o mínimo de resistência organizada. Macaé, ao ser nomeada ministra, é mais um instrumento desse esquema.

A política identitária é uma ferramenta ideológica desenvolvida e promovida nas universidades norte-americanas. Ela visa enfraquecer a esquerda ao fragmentá-la em nichos específicos, transformando a luta coletiva contra o capitalismo em um mosaico de disputas individuais por reconhecimento simbólico.

Essa estratégia tem sido exportada para diversos países, sempre com o mesmo propósito: enfraquecer qualquer movimento que possa oferecer uma ameaça real ao poder imperialista. No Brasil, a nomeação de figuras como Macaé Evaristo para posições de destaque reflete o sucesso dessa estratégia.

A trajetória de Macaé é constantemente celebrada por aqueles que promovem o identitarismo. Foi a primeira mulher negra a ocupar cargos de destaque como secretária municipal de Educação em Belo Horizonte e secretária estadual de Educação em Minas Gerais, além de ter passado pelo Ministério da Educação (MEC) durante o governo Dilma Rousseff.

Essas “conquistas”, no entanto, devem ser analisadas com um olhar crítico. O que elas realmente significaram em termos de transformação estrutural para as camadas mais oprimidas da sociedade?

O identitarismo é, por definição, uma política que busca elevar indivíduos de determinadas categorias a posições de poder, sem questionar o sistema que continua a oprimir a maioria. Ao focar na ascensão individual de pessoas como Macaé, a esquerda institucional ignora a luta coletiva pela emancipação da classe trabalhadora.

Repercutindo a indicação de Macaé, o órgão Agência Pública, das ONGs imperialistas Open Society e Fundação Ford, publicou a matéria Macaé Evaristo: ministra não se afastou da periferia e questionou governabilidade de Lula, no último dia 10, informando:

“Macaé foi secretária municipal de Educação de Belo Horizonte, entre 2005 e 2012, nas gestões municipais de Fernando Pimentel (PT), Marcio Lacerda (PSB), e foi secretária estadual de Educação do estado entre 2015 e 2018, quando Pimentel foi eleito governador. Macaé foi a primeira mulher negra a ocupar esses cargos.

(…)

Durante sua gestão em Minas, ela enfrentou greve de professores por melhores salários, a ocupação das escolas que mobilizou os estudantes durante a presidência de Michel Temer (MDB) e a frustração com o governo Pimentel, que narra em sua biografia: ‘A população elegeu um governo de esquerda, mas ele não teve essa identidade’.” 

A nomeação de Macaé também reflete um fortalecimento dos identitários inseridos no governo Lula, que deu uma demonstração de fraqueza ao ceder às pressões pela demissão sumária de Silvio Almeida e outra ainda maior agora, com a nova ministra identitária e ongueira.

Macaé também se torna uma peça fundamental nesse jogo quando sua nomeação é celebrada por setores ligados a ONGs internacionais, como a Open Society e a Fundação Ford, ambas financiadoras de iniciativas que promovem o identitarismo em todo o mundo. Essas organizações, embora se apresentem como progressistas, são, na verdade, braços dos monopólios, que tentam impor sua política sobre países como o Brasil e confundir a esquerda.

A Agência Pública, frequentemente usada como porta-voz dessas instituições, publicou recentemente uma matéria enaltecendo a trajetória de Macaé, destacando sua “proximidade com a periferia” e sua “experiência de governabilidade”. No entanto, essa propaganda omite as verdadeiras questões que deveriam ser discutidas: até que ponto a promoção de indivíduos carreiristas oriundos de setores oprimidos realmente transforma a realidade das massas oprimidas?

A ênfase na representatividade como solução para problemas profundos da sociedade brasileira é uma estratégia que desvia a atenção das questões estruturais, como a destruição do sistema educacional, a falta de investimentos em setores-chave da economia e a perpetuação de uma política econômica que favorece a classe dominante em detrimento da maioria trabalhadora.

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