No dia 6 de setembro, a Causa Operária TV (COTV) publicou um vídeo explicando o conflito entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a plataforma X, que possui mais de nove milhões de usuários. Leia abaixo o conteúdo do vídeo, apresentado pelo militante Vinicius Rodrigues:
O ministro do STF Alexandre de Moraes acaba de tomar uma das medidas mais ditatoriais no Brasil desde o fim da ditadura militar: a derrubada do X. Moraes censurou toda uma rede social utilizada por dezenas de milhões de brasileiros pelo simples motivo de que ela não aceitou se dobrar à censura do STF. Xandão afirmou que o motivo para bloquear o X foi que a empresa não tem representação oficial no Brasil. Isso é uma farsa. O que aconteceu foi que o X se recusou a cumprir os decretos de Moraes de censurar contas e publicações na rede social, incluindo o de parlamentares eleitos. Moraes então ameaçou prender os representantes do X no Brasil caso não cumprissem a ordem. Diante disso, a empresa fechou seus escritórios no país para evitar que seus funcionários fossem presos. Ou seja, o ministro do STF deu duas opções ao X: abaixar a cabeça e censurar todos aqueles que não queriam calar ou fechar as portas no Brasil. Essa é a realidade. Não é questão de soberania nacional. Não é questão de luta da democracia contra o fascismo. Não é luta entre a esquerda e a direita. É censura pura e simples. Xandão queria continuar censurando o X. Elon Musk, o dono da empresa, decidiu comprar a briga. O ministro então mostrou que é um verdadeiro ditador e bloqueou a rede social em todo o território nacional.
Mas quando começou essa disputa entre Alexandre de Moraes e Elon Musk, o empresário apareceu nessa história quando comprou o X em 2022. A partir daí, ele mudou radicalmente a política interna de censura da rede social. Antes, o Twitter, como era chamado, estava na mesma situação que o Facebook e as demais empresas do Meta; era totalmente controlado pelo governo dos Estados Unidos. Musk demitiu até agentes do FBI que trabalhavam no sistema interno de censura do X. A partir desse momento, a rede começou a ser visada. Os defensores de Moraes afirmam que a rede social se tornou um bastião da extrema-direita, mas a realidade é que, com a nova diretoria, o X se tornou muito mais livre para publicações de todo o espectro político. E é isso que aterroriza a burguesia. O imperialismo quer controlar completamente as redes sociais. Os empresários que mandam no mundo têm medo da revolta popular generalizada, uma revolta que facilmente pode se reverter em uma mobilização das massas. Isso não é uma especulação. Antes da censura generalizada, ocorreram grandes mobilizações organizadas por meio delas, como na Primavera Árabe. Não é só a questão do X no Brasil que mostra isso; nos Estados Unidos, fazem de tudo para censurar o TikTok. O Telegram está tão na mira da censura que seu dono, que é um empresário bilionário, foi preso em Paris e proibido de sair do país. O motivo é o mesmo: se recusa a censurar. Isso mostra que, hoje, o problema da censura das redes sociais é uma questão central na política mundial.
E aqui voltamos ao Brasil. Alexandre de Moraes se tornou o principal censurador do país a partir do lançamento do inquérito das fake news em 2019. A primeira vítima desse inquérito foi a Constituição; ele destruiu completamente o direito à liberdade de expressão no país. Mas Xandão foi além. Ele criou um tribunal de exceção, ainda pior do que foi a operação Lava-Jato, pior do que os tribunais da Santa Inquisição. Xandão era, ao mesmo tempo, o acusador, o investigador e o juiz, e, sendo ele o próprio STF, não havia nem contra quem recorrer. Ele criou um sistema de ditadura total do Judiciário. O PCO foi uma das suas maiores vítimas. O partido teve todas as suas redes sociais bloqueadas por quase um ano. Isso aconteceu inclusive durante as eleições de 2022. Muitos bolsonaristas também foram censurados por Xandão. Nos piores casos, ele chegou a emitir ordens de prisão, como para o deputado Daniel Silveira. Alguns nem bolsonaristas eram, como por exemplo Monark, que era apenas um apresentador de podcast naquele momento. A imprensa acobertou todas as suas ações e inventou que Monark defendia o nazismo. Passados quase cinco anos dessa operação, para estar numa verdadeira ditadura no Brasil, Elon Musk decidiu comprar a briga. Começou a vazar informações internas do X que revelavam as ilegalidades de Alexandre de Moraes. Voltamos então para o começo da história: a censura do X é o ápice do inquérito das fake news. Xandão acumulou tanto poder nos últimos anos que se sentiu no direito de bloquear toda uma rede social que ousou não se dobrar aos seus ditames. É isso que está em jogo.