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Bahia

Liberdade para o Cacique Bacurau Pataxó!

Nilson Berg Fonseca, conhecido como Cacique Bacurau, foi preso no município de Itabuna

Na tarde de 31/07/2024, as forças de repressão da Bahia e do governo federal como a polícia Civil, Polícia Militar e Polícia Federal realizaram uma grande operação para prender Nilson Berg Fonseca, conhecido como Cacique Bacurau, no município de Itabuna, Sul da Bahia.

Bacurau é Cacique na aldeia Vale das Palmeiras e uma importante liderança do povo Pataxó do Extremo Sul da Bahia na luta pela demarcação da Terra Indígena Barra Velha, nos municípios de Porto Seguro, Prado e Itamaraju.

A mandado de prisão foi emitido pelo juiz Pablo Enrique Carneiro Baldivieso do Tribunal da Justiça da Bahia da 1° Vara Criminal, Júri e Execuções Penais com acusações fraudulentas e sem provas de que Cacique Bacurau tentou “tomar a força” uma Fazenda localizada dentro do território Pataxó já demarcado, além de esbulho possessório, “dano qualificado pelo emprego de substância inflamável ou explosiva”, “uso de violência” e “grave ameaça”.

Fica mais evidente a prisão política de Bacurau Pataxó quando no mandado de prisão cita que “em breve pesquisa junto a delegacia de Itabela (BA), verificamos que o representante (Bacurau) é investigado em diversos autos de inquérito policial, todos de mesma natureza ou contexto”. Ou seja, todos por lutar pela demarcação do território Pataxó de Barra Velha.

Outro ponto é o juiz sequer levou em conta as ligações das polícias locais com os latifundiários e grileiros de terra da região, que é evidente, quando já foram presos onze policiais por envolvimento com assassinatos de três índios Pataxó na região nos últimos anos. Além de programas do governo do estado de proteger latifundiários aproximando a polícia dos fazendeiros como nas fotos abaixo:

Casa com a fachada com tiros

Em nenhuma das acusações existem provas, são apenas relatos de fazendeiros, policiais e pistoleiros.

Ataques constantes ao Cacique Bacurau

Desde que os Pataxó iniciaram uma série de retomadas de suas terras em 2022, diversas lideranças ficaram na mira dos latifundiários, forças policiais e justiça. Cacique Bacurau foi uma das mais atacadas, em particular porque realiza retomadas de terras nas área da empresa Veracel Celulose, onde a empresa Suzano é uma das principais acionistas.

Em dezembro de 2022, a casa de Bacurau no distrito de Montinho (Itabela/BA) foi alvejada por centenas de tiros de metralhadora, calibre 12 e outras armas após as retomadas de fazendas dentro da Terra Indígena Pataxó de Barra Velha.

No dia 30 de março de 2023, Bacurau Pataxó, foi preso com acusações infundadas de roubo de um veículo da fazenda que estava retomada pelos índios.

Na tarde do dia 31 de maio de 2023, os índios Pataxó da retomada Vale da Palmeira da qual Bacurau é cacique sofreram um ataque de pistoleiros contra os índios que estavam no local. Pistoleiros a mando dos latifundiários tentaram matar dois indígenas, onde um ficou ferido nas costas e outro conseguiu fugir. O índio Pataxó Carlos Fernando Aquino dos Santos foi atingido nas costas por arma de fogo e foi socorrido pelos próprios indígenas da retomada e levado ao hospital do município de Itamaraju.

Em julho de 2023, um veículo de trabalhadores rurais que trafegava na estrada que leva a Aldeia Vale das Palmeiras foi confundido com o veículo de índios e foi perseguido por uma picape que saiu das dependências da Fazenda Lembrança II, e foi alvejado com balas de espingarda. Por sorte nenhum trabalhador rural ficou ferido.

No dia vinte de maio deste ano, pistoleiros atentaram contra a vida do cacique Bacurau, do povo Pataxó. O ataque aconteceu enquanto o cacique se deslocava de uma aldeia para outra. Bacurau foi alvejado por tiros de arma de fogo que foram disparados por pistoleiros de uma fazenda nas proximidades.

A sua prisão é política e está preso apenas pela luta pela demarcação das terras Pataxó que encontram grande resistência de latifundiários da região e de políticos da Bahia que organizam atividades de organização da pistolagem nos municípios do estado.

É preciso denunciar mais essa prisão política e exigir a imediata liberdade do Cacique Bacurau Pataxó.

Liberdade imediata do Cacique Bacurau e anulação de todos os processos fraudulentos contra lideranças da luta pela terra!

Continuar com a autodemarcação até a expulsão de todos os latifundiários da Terra Indígena Barra Velha!

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