A questão do negro é uma das principais questões democráticas não resolvidas no País. A política econômica imposta pelo imperialismo em aliança com amplos setores da burguesia nacional impediram a completa integração do negro a sociedade capitalista em pé de igualdade com outros setores. Essa política estabelecida desde meados do século XIX transformou o negro, de escravo, em sub-cidadão.
A superação dessa divisão implicaria no amplo desenvolvimento das forças produtivas e da democracia, o que o grande capital não permite e nem pode fazer.
A opressão do negro decorre, portanto, da estrutura econômica e política nacional. Os números revelam que 61,3% das pessoas que recebem até dois salários mínimos são negras, cerca de 12% da população negra sofre de insegurança alimentar (fome), quase 70% dos mais de 800 mil presos no Brasil são negros, as principais vítimas do aparato repressivo são negros. A comparação com os números da população fenotipicamente branca mostra a clara inferioridade social a que o negro fora submetido.
A fajuta posição identitária sobre o tema não é mais que uma tentativa patrocinada pela burguesia, inimigos dos negros, de mistificar a questão, apresentando uma “saída” institucional ilusória, sem mexer na estrutura econômica e política que perpetual essa situação. Apelam ao “racismo”, como ideia a-histórica que passeia pelas cabeças de todas as cores como o responsável, sem denunciar o caráter econômico e político da opressão. O identitarismo atua como mistificador e perpetuador do estado em que vive a maioria dos negros.
Por isso nessas eleições, candidatos que se dizem de esquerda, como Guilherme Boulos (PSOL), defendem o aumento de até 100% das Guardas Municipais e do aparato usado para reprimir camelôs, moradores de ruas, etc. setores dos quais a maioria é negra.
O PCO, ao contrário, tem um programa verdadeiramente revolucionário que realmente atende aos interesses do povo negro. A libertação do negro passa pelo salário mínimo vital (que não pode ser inferior a R$7,5 mil reais), fim das polícias, aparatos antidemocráticos que atuam sistematicamente contra o negro, fim dos presídios, verdadeiros campos de concentração para o povo pobre e negro, redução da jornada de trabalho sem redução salarial, política de industrialização, expropriação do latifúndio e reforma agraria. São alguns dos pontos centrais do programa de luta do PCO que realmente podem colocar o negro no caminho da igualdade efetiva. Esse programa torna realmente o PCO o partido das massas negras e oprimidas do País.