O governo chavista de Nicolás Maduro na Venezuela tem sido um entrave ao governo imperialista dos Estados Unidos. Por não conseguir nenhum golpe de Estado com sucesso, não conseguir enfraquecer o governo com as sanções ou manipulações financiando a oposição, nem “decretando líderes” dessa oposição como supostos “presidentes eleitos” como aconteceu com Guaidó ainda o bloqueio e roubo de recursos econômicos no estrangeiro, acumulam-se desgastes políticos para o imperialismo, denunciando sua incapacidade de se impor, mesmo pela força, a dominação do planeta.
Não é de hoje que o imperialismo tenta tirar o chavismo do governo da Venezuela. Em abril de 2002, o governo de George W. Bush, dos EUA, organizou um golpe de estado na Venezuela para tirar o presidente eleito Hugo Chávez do governo. Chaves foi preso em 12 de abril e levado para o forte Tiuna, ao sul de Caracas
Em represália ao golpe, o povo foi armado para as ruas e exigiu a libertação de Chávez. Diante da enorme pressão popular, as forças armadas não tiveram escolha e libertaram o presidente deposto. Ele volta ao governo nos braços do povo que o elegeu.
Posteriormente, em maio de 2020, houve outra tentativa de golpe, agora para derrubar Maduro, numa operação que ficou conhecida como “Operação Gedeón” ou também “incursão marítima de Macuto” , o popular “Macutazo”. Nessa operação houve a tentativa de invasão marítima da Venezuela por um grupo paramilitar que também fracassou.
Como as tentativas de golpe de estado contra o chavismo fracassaram, o imperialismo adotou outra tática para forçar a derrubada do governo da Venezuela, que se recusa a ficar de joelhos diante do imperialismo.
Assim, em março de 2015, no governo de Barack Obama dos EUA, teve início as políticas de sanções contra a economia e o povo da Venezuela, que passou a ser considerada “uma ameaça aos EUA”, exatamente como acontece com Cuba e Nicarágua. Desde então, são 150 sanções e 11 tentativas de golpe contra a Venezuela.
Só não é possível ver como Venezuela, Cuba e Nicarágua apresentam perigo a nação mais poderosa e mais rica do planeta. E apesar disso, com toda dificuldade e restrições à Venezuela, o imperialismo não enfraqueceu o governo e portanto não teve sucesso.
O imperialismo tem seus aliados dentro da Venezuela que fazem oposição ao governo chavista. A oposição tenta de todas as formas derrubar o governo Maduro, sem sucesso, que em grande parte é consequência de seus próprios erros.
Mesmo os jornalistas independentes e críticos do chavismo têm feito fortes denúncias contra os líderes da oposição, como Juan Guaidó que já foi considerado presidente pelo imperialismo e países títeres dele, e também a Leopoldo López. Ambos estão vivendo exilados na Europa e desfrutando de suas fortunas. Vejamos algumas denúncias à oposição venezuelana.
Juan Guaidó designou os comissários presidenciais Fernando Blasi e Javier Troconis para administrar e recuperar ativos venezuelanos nos EUA. Uma investigação do Washington Post revela que estão envolvidos em esquemas de corrupção em contratos e acordos financeiros. A investigação envolve análise de documentos e mais de 20 entrevistas onde foram encontradas movimentações suspeitas.
Deputados da oposição e membros do partido de Guaidó foram acusados de aceitar suborno e interceder a favor de empresários vinculados ao chavismo. As provas são cartas e representações junto a autoridades estrangeiras, numa investigação feita pela BBC em colaboração com Armando.info.
Dois funcionários próximos a Guaidó, Rossana Barrera e Kevin Rojas, teriam utilizado recursos para as tropas na fronteira em gastos pessoais, as provas de uso indevido de recursos foram documentos analisados e depoimentos segundo investigação do jornal Pan-American Post.
Atos ilegais incluindo gestão irregular de ativos da Venezuela no estrangeiro por pessoas ligadas a Guaidó. A análise dos documentos e entrevistas sugerem irregularidades na gestão desses ativos, segundo investigação da France24.
Matéria do The Guardian traz denúncia de corrupção contra Guaidó, e menciona que vários membros da oposição venezuelana teriam desviado fundos destinados à ajuda humanitária. A investigação se baseia em documentos e no depoimento de pessoas envolvidas na distribuição da ajuda.
Várias matérias com acusações de corrupção por pessoas do círculo de Guaidó, uma delas cita que houve desvio de ajuda humanitária destinada à Venezuela por funcionários próximos a Guaidó, segundo a agência Reuters. A investigação foi feita em documentos e depoimentos.
Detalhes de supostas extorsões e chantagem realizadas por pessoas próximas a Guaidó junto a empresários venezuelanos nos EUA foi feita pela jornalista venezuelana Patricia Poleo no seu programa “Agarrate”. Ela indica que teria ocorrido cobrança de pagamentos em troca de favores políticos. Em outro programa, ela denunciou um contrato não cumprido no valor de 212 milhões de dólares entre Juan Guaidó e o militar aposentado dos EUA Jordan Goudreau para derrubar Nicolás Maduro através de ações militares. As investigações são baseadas em documentos e depoimentos.
Não são poucas as provas que pesam sobre a oposição na Venezuela. E por isso também são responsáveis pela tragédia que sofrem os venezuelanos. E com essa forma de agir não conseguem ser uma opção alternativa ao governo Maduro e Chavista, para desespero do imperialismo norte-americano.