O grupo “Mulheres Muçulmanas por Harris-Walz” anunciou a retirada de seu apoio à candidata do Partido Democrata norte-americano às eleições presidenciais, Kamala Harris. O agrupamento vinha apoiando a candidatura da atual vice-presidente, que financia abertamente o genocídio israelense na Palestina, mas finalmente, rompeu com as ilusões com os ditos “democratas”.
Isso porque a organização da Convenção Nacional do Partido Democrata proibiu a presença de qualquer representante palestino no palco da convenção, para falar sobre o genocídio em Gaza, deixando o microfone aberto apenas para o representante de “Israel”.
“Não podemos, em sã consciência, continuar o movimento das mulheres muçulmanas por Harris-Walz, à luz desta nova informação do Movimento Não-Comprometido, de que a equipe da vice-presidente Harris rejeitou seu pedido de um orador palestino-americano para subir ao palco na Convenção Nacional Democrata”, disseram representantes do grupo.
O citado “Movimento Não-Comprometido” se trata de um conjunto de 30 delegados do Partido Democrata que defendem a não existência de uma “hierarquia humana”e que portanto pudesse ser dada a voz na convenção tanto aos judeus quanto aos palestinos.
“Delegados não comprometidos pedem ao Partido Democrata que rejeite uma hierarquia de valor humano, garantindo que as vozes palestinas sejam ouvidas no palco principal. Estamos aprendendo que as famílias dos reféns israelenses falarão do palco principal. Apoiamos fortemente essa decisão e esperamos que também ouviremos os palestinos que suportaram o maior número de mortes civis desde 1948”, disse o representante do grupo, que terminou ignorado.
O movimento protestou na porta do evento da convenção no terceiro dia da sua realização ao saber que o representante palestino não seria aceito no palco da convenção.
“A família do refém israelense que estava no palco esta noite demonstrou mais empatia para com os palestinos americanos e palestinos do que nosso candidato ou o DNC [sigla em inglês para Convenção Nacional Democrata]. Esta é uma mensagem terrível para enviar aos democratas. Os palestinos têm o direito de falar sobre a Palestina”, disse em declaração o grupo das Mulheres Muçulmanas por Harris-Walz.